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Por — Rio de Janeiro

Quando Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, entrou em 17 de maio deste ano no elevador do prédio onde morava, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio, era a última vez em que o empresário era visto com vida. Três dias depois, seu corpo foi encontrado no apartamento. Luiz Marcelo não teria morrido de causas naturais: a polícia acredita que ele foi envenenado pela namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, que teria colocado comprimidos de um forte analgésico num brigadeirão. Nas últimas duas semanas, o inquérito trouxe à tona uma história de traição, mentiras, cobiça e morte. Veja, abaixo, um passo a passo do crime, de acordo com as investigações da 25ª DP (Engenho Novo) e os depoimentos de testemunhas do caso.

Luiz Marcelo e Júlia se beijam no elevador — Foto: André Mello
Luiz Marcelo e Júlia se beijam no elevador — Foto: André Mello

17 de maio - Luiz Marcelo e Júlia são vistos no elevador do prédio

Luiz Marcelo e Júlia são filmados às 17h04 de 17 de maio deste ano dentro de um dos elevadores do prédio onde moravam, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio. Ele traz na mão direita um prato onde, segundo a polícia, estava o brigadeirão no qual Júlia teria colocado 60 comprimidos de um forte analgésico moídos. Os dois se beijam. Pouco depois, às 17h48, o casal é novamente visto no elevador, desta vez subindo para o apartamento. Luiz Marcelo parece estar tonto e tem um acesso de tosse. Uma mulher entra no elevador e salta pouco depois. De acordo com a polícia, ele não foi mais visto no prédio depois. Os investigadores acreditam que a ingestão do doce envenenado pode ter levado Luiz Marcelo à morte.

Três noites dormindo com o cadáver — Foto: André Mello
Três noites dormindo com o cadáver — Foto: André Mello

17 a 20 de maio - Três noites dormindo com o cadáver

Nos dias seguintes, apenas Júlia é vista no prédio. Na manhã de sábado ela sai com o carro de Luiz Marcelo levando vários pertences do empresário. No domingo, vai à academia do prédio onde faz exercícios. Finalmente, na segunda-feira, dia 20, após receber um cartão de conta conjunta aberta com o namorado, ela deixa o prédio pouco depois das 13h levando uma mala e uma mochila. Incomodados com o forte cheiro que vinha do apartamento 901, os vizinhos acionam a administração do prédio. Por volta das 18h a porta é arrombada e o corpo de Luiz Marcelo é encontrado sentado num sofá, coberto por lençóis, em adiantado estado de decomposição. A polícia acredita que ele havia morrido na sexta-feira anterior, três dias antes. Durante todo esse tempo, segundo os investigadores, Júlia conviveu com o cadáver do namorado em casa como se nada tivesse acontecido.

Júlia ri durante depoimento à polícia — Foto: André Mello
Júlia ri durante depoimento à polícia — Foto: André Mello

22 de maio - O depoimento

Após constatada a morte do empresário, Júlia é chamada para prestar depoimento na 25ª DP (Engenho de Dentro). Aos policiais, a mulher conta que se relacionava com o namorado de forma esporádica desde 2013. Ela disse ainda que no sábado (18), foi orientada por Luiz Marcelo a levar seu carro ao Complexo da Maré e entregá-lo a um homem desconhecido. Ela relata ainda discussões com o namorado e que teria sido agredida com um tapa na cara, fato que a teria levado a deixar o apartamento na tarde de segunda-feira (20). Aparentando tranquilidade, Julia chega a rir em alguns momentos do depoimento. Ao sair da delegacia, abordada pela imprensa, se recusa a falar e novamente sorri. Depois disso, ela teve sua prisão decretada pela Justiça e é considerada foragida. O delegado Marcos Buss, responsável pela investigação disse que Júlia não foi presa após prestar depoimento por não haver, naquele momento, base legal para a prisão.

A dívida com a cigana — Foto: André Mello
A dívida com a cigana — Foto: André Mello

29 de maio - A dívida com a cigana

Durante a investigação, a polícia chegou a Suyany Breschak, que se apresenta como cigana. Ela seria uma espécie de conselheira espiritual de Júlia e foi presa suspeita de participação no crime. Aos policiais, Suyany contou que recebeu o carro de Luiz Henrique no sábado (18) das mãos de Júlia, em Araruama, na Região dos Lagos, como forma de pagamento de uma dívida por trabalhos de “limpeza espiritual”. De acordo com a mulher, Júlia solicitava a ela "banho, limpeza, descarrego para a mãe não descobrir que ela estava fazendo programa". Ela relata ainda que a dívida de Júlia chegava a R$ 600 mil e ela já tinha quitado cerca de R$ 200 mil. Suyany revelou ainda que Julia contou que não estava mais “aguentando esse porco, esse nojento", se referindo a Luiz Marcelo, e que teria colocado 60 comprimidos de um analgésico a base de morfina no brigadeirão servido ao namorado. O carro do empresário foi encontrado em Cabo Frio com Victor Ernesto de Souza Chaffin, amigo e ex-namorado de Suyany, que foi preso por receptação.

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