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A Polícia Civil abriu dois inquéritos para investigar as mortes de duas pessoas em acidentes com elevadores na cidade do Rio, um deles aconteceu na tarde desta segunda-feira, em Copacabana, o outro, no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, no último domingo. Um terceiro acidente, que deixou uma mulher ferida, também foi registrado nesta manhã, no prédio da Secretaria de Estado de Fazenda, no Centro. Uma equipe de fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ) também irá aos três locais dos acidentes para apurar a responsabilidade pela prestação do serviço.

Nesta segunda-feira, agentes da 23ª DP (Méier) estiveram no hospital Salgo Filho para coletar informações sobre o ocorrido durante a transferência de um paciente em estado grave, no último domingo. O homem de 28 anos estava internado na unidade há dez dias para tratar uma infecção em um cateter neurológico. O paciente, morador de Nova Iguaçu, sofria de paralisia cerebral e na tarde de domingo sofreu duas paradas cardíacas. A primeira, segundo a secretária municipal de saúde, ocorreu por volta do meio dia, ainda na enfermaria. Foi quando a equipe médica iniciou as manobras de ressuscitação. Ele chegou a ficar sem pulso por 22 minutos. Ao meio dia e trinta e cinco minutos, após ser estabilizado, o paciente na maca junto com a equipe médica foi levado de elevador para a sala de trauma.

Paciente morre após acidente em elevador no Hospital municipal Salgado Filho

Paciente morre após acidente em elevador no Hospital municipal Salgado Filho

Segundo o secretário de Saúde, Daniel Soranz, entre um andar e outro a porta do elevador descarrilou. Por 16 minutos, paciente e equipe médica ficaram presos a espera de socorro. Ao meio dia e cinquenta minutos, funcionários da manutenção, que estavam na unidade, segundo o secretário, conseguiram abrir a porta e com a ajuda dos bombeiros retiraram os ocupantes. O paciente foi então levado para a sala de trauma quando às 13h30 sofreu uma nova parada cardíaca e apesar das manobras de ressuscitação, veio a óbito.

Soranz lamentou o episódio, mas reforçou que o paciente não morreu dentro do elevador.

- Esse tipo de acidente é grave. Não é para acontecer, mas infelizmente aconteceu. A direção da unidade abriu uma sindicância para apurar o caso.

Atualmente, dos quatro elevadores somente dois estão em funcionamento. A secretaria informou que uma equipe da manutenção fica de prontidão 24 por dia, na unidade, para atuar em casos de emergência e que já foi homologada a troca do conjuntos de elevadores. A empresa vencedora da licitação tem até 30 dias para executar o serviço.

Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ), o responsável pela manutenção do elevador que despencou no Hospital Salgado Filho não tem registro de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), o que indica alguma irregularidade.

Problemas estruturais, como maquinário antigo, e até mesmo alta de manutenção podem explicar a causa de pelo menos outros dois acidentes registrados nesta segunda. Um deles, em Copacabana na Zona Sul, terminou com a morte de um homem de 40 anos. Segundo o RJ2 da TV Globo, o elevador do prédio de número 35 da Rua Barão de Ipanema, despencou do 12º andar até o foço. Alex Fernandes, que era funcionário da empresa que fazia a manutenção do equipamento, morreu na hora. A 13ª DP (Copacabana) abriu um inquérito para investigar o que provocou o acidente e apurar as responsabilidades.

Edifício onde um homem foi encontrado morto em elevador, em Copacabana — Foto: Reprodução/Google Maps
Edifício onde um homem foi encontrado morto em elevador, em Copacabana — Foto: Reprodução/Google Maps

Pela manhã, outro acidente deixou uma servidora da Secretaria Estadual de Fazenda ferida, depois que elevador não parou e atingiu o teto do último andar do prédio, que fica no Centro da cidade.

Bombeiros resgatam mulher em elevador na Secretaria de Fazenda, no Centro — Foto: Reprodução
Bombeiros resgatam mulher em elevador na Secretaria de Fazenda, no Centro — Foto: Reprodução

A Comissão de Saúde da Câmara oficializou um pedido ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para seja realizada uma vistoria nos equipamentos para o atendimento dos enfermos do Hospital municipal Salgado Filho. Paulo Pinheiro, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, informou ao GLOBO que uma solicitação de vistoria e acompanhamento do caso foi enviada ao MPRJ para colher mais detalhes sobre o ocorrido. Segundo ele, "os elevadores do hospital, que já é um prédio antigo, precisam de uma reforma há anos, o problema é recorrente".

A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnfRJ), Mônica Armada, contou que esteve no hospital na semana passada e ouviu muitas queixas sobre a manutenção. Também descreveu como aconteceu o acidente e o processo de tentativa de reanimação do paciente. Ainda segundo ela, mãe e familiares da vítima estavam no elevador no momento do ocorrido, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde informou que não tem esse registro.

No caso do Hospital municipal Salgado Filho, a empresa contratada responsável pela manutenção dos elevadores é a Elevat Elevadores, conforme informou a Rioluz. Ainda segundo o órgão, sua função é de conceder o registro, habilitação e legalização, através da Gerência de Engenharia Mecânica (GEM), para que a empresa possa ser prestadora de serviço, sendo esta a única responsável por tudo que ocorre no elevador.

Em nota, a Rioluz informou que "não é responsável pela manutenção do aparelho. A responsabilidade técnica, civil ou criminal de tudo que ocorre no elevador é da empresa conservadora, conforme Lei 2743. Para obter o registro dos aparelhos de transporte, ar condicionados e exaustores, a empresa precisa preencher diversos requisitos legais que são solicitados e conferidos pela Rioluz antes de ser habilitada a operar na cidade do Rio de Janeiro.

O GLOBO entrou em contato com a Elevat Elevadores, mas ainda não recebeu uma resposta.

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