A transformação digital no mundo dos negócios já obrigava muitos a repensarem suas estratégias e quebrarem a cabeça sobre como embarcar na tecnologia. Com a pandemia, esse movimento se acelerou, e diversas empresas não souberam fazer escolhas saudáveis para seus negócios. Do pequeno ao grande empresário, nos últimos anos todos começaram a calcular os possíveis ganhos com a implementação de tecnologias no dia a dia. Durante o Web Summit Rio, consultores e empresários debateram a real eficiência tecnológica nas empresas.
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Com o mercado inundado de novas ferramentas, Luis Justo, CEO do Rock In Rio, contou que um dos maiores festivais de música do planeta faz uma curadoria para entender quais as inovações tem aplicabilidade. Focados em potencializar a experiência do público, eles iniciaram estudos de projetos com Inteligência Artificial. A ideia é que seja apenas uma inspiração, antes de passar pelos arquitetos e designers do festival. Na última edição, o festival trocou o tradicional acesso com as pulseiras pelo ingresso digital. Foram lançadas sete pulseiras digitais, uma para cada dia, que podiam ser resgatadas por quem quisesse ma recordação da ida à Cidade do Rock.
— Entendemos que o NFT não era para vendermos uma obra de arte a US$ 1 milhão (R$ 5 milhões na cotação atual) para três caras apaixonados pelo Rock in Rio. Com a mudança do acesso, os fãs começaram a perguntar sobre a pulseirinha de recordação dos shows. Então, a gente chegou e transformou uma história eterna em digital, sustentável, e a com a maior operação já feita na América Latina, com até 300 mil pessoas resgatando em um dia o item colecionável — explicou Justo.
As ferramentas até podem fazer parte dos elementos que ajudarão a construir o bote salva-vidas ou ajudar a reforçar o casco do navio. Mas, antes, é preciso identificar o problema e analisar se a solução passa pela aquisição ou fomento de novas tecnologias. Viviane Martins, CEO da consultoria Falconi, explica que é preciso definir métricas e metas claras.
— Enxergamos a tecnologia como meio e não como fim. Se você não tem o problema claramente definido ou o que você quer criar, no caso da inovação, é fácil se perder na sopa de letrinhas. Outro problema é a crença de que a tecnologia é problema da área de tecnologia, porque quem adota para melhorar a tomada de decisão e a eficiência são as outras áreas. É preciso permear a empresa inteira — explica.
Pequena ou grande empresa, para um negócio dar certo é preciso capacitar os funcionários e o próprio gestor. Sérgio Ribeiro, diretor regional do Senac no Rio, explica que com o conhecimento em mãos o empresário não irá subestimar ou superestimar o tamanho do negócio ou de suas necessidades:
— Planejar é preciso, não importa seu tamanho. “Eu quero ter um e-commerce”, mas precisa estar bem estruturado. Preparar a logística de entregas e um modo de pagamento adequado, por exemplo. Se você digitalizar um processo ruim, vai informatizar a bagunça — conclui Ribeiro.