Quando Marlon Brando surgiu imponente liderando um bando de motoqueiros no cultuado “O selvagem” (1953), de Laslo Benedek, ninguém poderia imaginar como essa imagem causaria furor no mundo. “Clube dos Vândalos”, baseado em fotos, é uma espécie de retrato etnográfico dos clubes de motociclistas que surgiram nos anos 1960, inspirados no filme de Benedek. E também aborda como esses grupos alternativos, que reuniam nômades e pessoas que não conseguiam se encaixar na sociedade, se tornaram, ao longo do tempo, gangues violentas e perigosas.
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A história é narrada por Kathy (Jodie Comer), que conta como conheceu o grupo de motoqueiros “The Vandals”. Ela acabou se casando com o rebelde Benny (Austin Butler) e foi obrigada a conviver com a lealdade do marido ao clube liderado por Johnny (Tom Hardy). Apesar de ficcional, esse recurso funciona com perfeição para retratar o ótimo livro fotográfico de Danny Lion, que documentou o período glorioso do final dos anos 1960 até o início de 1970.
O diretor Jeff Nichols (do ótimo “Amor bandido”, de 2012), também responsável pelo roteiro, consegue exemplificar com equilíbrio vários tipos que faziam parte do clube, apesar do pouco tempo em cena de cada personagem. Para isso, ele contou com um elenco de rostos conhecidos que convence como pessoas de carne e osso.
Apesar do bom desempenho de todos, o filme pertence a dupla Austin Butler e Tom Hardy, inspirados, respectivamente, em James Dean e Marlon Brando. A mensagem de Jeff Nichols é clara: esses grupos queriam fugir de suas vidas patéticas em busca de uma liberdade idílica, mas, para isso, não é necessário uma motocicleta em alta velocidade, e sim enfrentar seus problemas de frente.
Bonequinho aplaude.