Quais são algumas armadilhas e erros comuns na análise de VPL e período de retorno?

1 Premissas e incertezas do VPL

O VPL baseia-se no pressuposto de que os fluxos de caixa futuros podem ser descontados a uma taxa constante e apropriada, e que o projeto não tem externalidades ou interações com outros projetos. No entanto, essas suposições podem não ser verdadeiras na realidade. Por exemplo, a taxa de desconto pode mudar ao longo do tempo devido à inflação, taxas de juros ou fatores de risco. Os fluxos de caixa futuros também podem ser incertos ou voláteis devido às condições de mercado, concorrência ou mudanças tecnológicas. Para resolver esses problemas, você pode usar análise de sensibilidade, análise de cenário ou simulação de Monte Carlo para testar como o VPL muda com diferentes suposições e incertezas.

2 O período de retorno ignora o valor do tempo e os fluxos de caixa

O período de retorno é o tempo que um projeto leva para recuperar seu investimento inicial. É uma medida simples e intuitiva de liquidez e risco, mas também tem algumas desvantagens importantes. Primeiro, ele ignora o valor do dinheiro no tempo, o que significa que ele não contabiliza o custo de oportunidade de investir no projeto. Em segundo lugar, ele ignora os fluxos de caixa que ocorrem após o período de retorno, o que significa que não captura a rentabilidade total do projeto. Para superar essas limitações, você pode usar o período de retorno descontado, que aplica uma taxa de desconto aos fluxos de caixa, ou combinar o período de retorno com o VPL ou a taxa interna de retorno (TIR) para avaliar a liquidez e a lucratividade.

3 Inconsistência de VPL e TIR

O VPL e a TIR são duas formas alternativas de medir a rentabilidade de um projeto. O VPL é a diferença entre o valor presente das entradas e saídas de caixa, enquanto a TIR é a taxa de desconto que torna o VPL zero. O ideal é que eles deem a mesma classificação dos projetos, mas às vezes podem entrar em conflito. Isso pode acontecer quando os projetos têm tamanhos, prazos ou sinais de fluxos de caixa diferentes. Por exemplo, um projeto com um grande desembolso inicial e pequenos fluxos de caixa positivos pode ter uma TIR alta, mas um VPL baixo, enquanto um projeto com um pequeno desembolso inicial e grandes fluxos de caixa negativos pode ter uma TIR baixa, mas um VPL alto. Para resolver essa inconsistência, você deve usar o VPL como critério principal, pois ele reflete o valor absoluto adicionado pelo projeto.

4 Período de retorno e projetos mutuamente exclusivos

O período de retorno é frequentemente usado como uma ferramenta de triagem para filtrar projetos que levam muito tempo para recuperar seu investimento inicial. No entanto, isso pode levar a decisões subótimas ao comparar projetos mutuamente exclusivos, que são projetos que não podem ser realizados simultaneamente. Por exemplo, suponha que você tenha dois projetos com o mesmo investimento inicial de US$ 100.000, mas fluxos de caixa e períodos de retorno diferentes. O Projeto A tem fluxos de caixa de US$ 50.000, US$ 40.000 e US$ 30.000 nos primeiros três anos e um período de retorno de dois anos. O Projeto B tem fluxos de caixa de US$ 20.000, US$ 60.000 e US$ 80.000 nos primeiros três anos, e um período de retorno de três anos. Com base apenas no período de retorno, você pode preferir o projeto A ao projeto B, mas isso ignoraria o fato de que o projeto B tem fluxos de caixa totais e VPL mais altos. Para evitar esse erro, você deve comparar projetos com base em seus fluxos de caixa incrementais e VPL.

5 VPL e problema de escala

O VPL é uma medida absoluta de rentabilidade, ou seja, depende do tamanho do projeto. Isso pode criar um problema de escala ao comparar projetos com diferentes investimentos iniciais. Por exemplo, suponha que você tenha dois projetos com investimentos iniciais e VPLs diferentes. O Projeto C requer um investimento inicial de US$ 200.000 e tem um VPL de US$ 50.000. O Projeto D requer um investimento inicial de US$ 100.000 e tem um VPL de US$ 40.000. Com base apenas no VPL, você pode preferir o projeto C ao projeto D, mas isso ignoraria o fato de que o projeto D tem um retorno maior por dólar investido. Para resolver esse problema, você pode usar o índice de rentabilidade (PI), que é a relação entre o VPL e o investimento inicial. O projeto C tem um IP de 0,25, enquanto o projeto D tem um PI de 0,4. Com base no PI, você prefere o projeto D ao projeto C.

6 Período de retorno e ponto de corte

O período de retorno é uma medida relativa de liquidez e risco, o que significa que depende do ponto de corte ou do período de retorno máximo aceitável. Isso pode criar um problema subjetivo e arbitrário ao selecionar projetos. Por exemplo, suponha que você tenha dois projetos com o mesmo investimento inicial de US$ 100.000, mas fluxos de caixa e períodos de retorno diferentes. O Projeto E tem fluxos de caixa de US$ 40.000, US$ 30.000, US$ 20.000 e US$ 10.000 nos primeiros quatro anos, e um período de retorno de 2,5 anos. O Projeto F tem fluxos de caixa de US$ 10.000, US$ 20.000, US$ 30.000 e US$ 40.000 nos primeiros quatro anos, e um período de retorno de 3,5 anos. Com base em um ponto de corte de três anos, você pode aceitar o projeto E e rejeitar o projeto F, mas isso ignoraria o fato de que o projeto F tem fluxos de caixa totais e VPL mais altos. Para evitar esse problema, você deve usar um ponto de corte que reflita o custo de oportunidade do capital e o risco do projeto.

7 Veja o que mais considerar

Este é um espaço para compartilhar exemplos, histórias ou insights que não se encaixam em nenhuma das seções anteriores. O que mais gostaria de acrescentar?