Banco Central diz que não vai segurar o dólar no peito. Isso você leu em alguma manchete, mas você sabe como o Banco Central "segura o dólar"?
A taxa de câmbio no Brasil é flutuante, o que significa que varia conforme a oferta e a demanda por moeda estrangeira no mercado. Diferentemente de um regime de taxa fixa, onde o governo atua diretamente para manter o câmbio em um patamar específico, no sistema flutuante o preço do dólar se ajusta livremente. Esse modelo traz flexibilidade para a economia, mas também aumenta a volatilidade, o que pode gerar incertezas para agentes econômicos. Em momentos de forte desvalorização do real, o Banco Central pode intervir para reduzir a oscilação excessiva, já que a imprevisibilidade prejudica o planejamento econômico.
Uma das principais ferramentas do Banco Central é o swap cambial, que funciona como um contrato onde o governo fica "vendido" em dólar e "comprado" em CDI (taxa de juros local). Esses instrumentos ajudam a reduzir a volatilidade cambial sem precisar recorrer à venda direta das reservas internacionais. O grande diferencial dos swaps é sua flexibilidade: o Banco Central pode realizar volumes significativos dessas operações para conter a valorização do dólar e estabilizar o mercado.
As reservas internacionais, por sua vez, são um "colchão de segurança" para o Brasil e outros países. Atualmente, o país conta com cerca de 370 bilhões de dólares em ativos líquidos e seguros. Essas reservas permitem que o Banco Central intervenha diretamente em situações de crise severa, garantindo que o país consiga honrar seus compromissos externos e atravessar períodos de turbulência com maior estabilidade. Contudo, o uso dessas reservas é feito com cautela, preservando sua função estratégica para momentos de necessidade extrema.
