No final do mês passado, foi publicada uma matéria muito interessante no Jornal Valor Econômico sobre o ranqueamento dos maiores investidores da Lei Rouanet, compilada pela plataforma Prosas. A matéria destacava valores significativos de gigantes como Vale e Itaú, com seus investimentos em cultura por renúncia fiscal. Frequentemente, essas empresas capturam os holofotes com seus volumosos investimentos em cultura. No entanto, há uma narrativa menos contada, mas igualmente vital. Embora as grandes empresas contribuam significativamente e formem a espinha dorsal do patrocínio cultural no Brasil, há milhares de empresas que não estão sob esse holofote. Muitas vezes esquecidas, essas empresas são responsáveis por uma parte substancial dos investimentos que sustentam projetos de pequeno e médio porte, apoiando crucialmente a cultura em regiões menos visíveis. Vejo constantemente pessoas reclamando que apenas grandes produtores, instituições e artistas renomados são beneficiados por essas grandes empresas. A reclamação é válida, e acho importante essa desconcentração para beneficiar também projetos menores. Mas, ao invés de "dar murro em ponta de faca" procurando essas grandes empresas, que na maioria das vezes já têm suas cartas marcadas, por que não olhar para o outro espectro dessa fatia? São mais de 700 milhões de reais em renúncia fiscal de empresas menos conhecidas que também utilizam desses incentivos, representando 30,35% dos patrocínios em 2023, e que, em sua maioria, buscam por projetos menores, já que seus valores de incentivo são também menores. A importância desses investimentos se destaca não por sua magnitude, mas pelo efeito transformador e decisivo que possuem, muitas vezes em silêncio, demonstrando que são vitais para o avanço social no país e para a construção de uma economia criativa mais diversa e forte. Além disso, há um grande potencial ainda inexplorado: um mercado gigante de empresas que ainda não investem em cultura e esporte, muitas vezes por não saberem que podem usar, por medo, ou por não compreenderem o uso correto desses incentivos, ou ainda por não terem uma área ou pessoas que cuidem desse segmento de patrocínio dentro das empresas. Sim, é necessário ter coragem, uma análise cuidadosa dessas empresas e resiliência para persistir em busca do sucesso. Mas, na minha opinião, aproximar-se dessas empresas menos visíveis pode ser uma estratégia mais acessível e promissora do que tentar penetrar o círculo fechado das gigantes já saturadas do mercado. #Cultura #esporte #Patrocínio #LeiRouanet #LeidoEsporte #IncentivoFiscal #empresas #marcas #responsabilidadesocial #weave
Pena que a materia é somente para assinantes....
Boa reflexão, Bruno! E vocês fazem um papel essencial de aproximação entre proponente e patrocinador… o processo de captação de recursos é bastante custoso.
Apoiar empresas menores que investem em cultura é uma estratégia promissora e essencial para fortalecer a economia criativa de forma mais inclusiva. Focar nesses patrocinadores menos visíveis pode gerar impactos transformadores em projetos que, de outra forma, ficariam à margem.
Eh bem por aí mesmo, descobrir novos parceiros.
Boa reflexão, obrigado
Jornalista | Mestre em Economia Criativa, Estratégia e Inovação pela ESPM | Pós-graduado em Fashion Digital Business | Consultor de comunicação e imagem | Filmmaker
6 mDe acordo com o Sebrae, micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil. Esses negócios chegam a um valor de produção de R$ 599 bilhões. O investimento que pode ser revertido em cultura e esporte a partir destas empresas pode mudar o setor cultural nacional e trazer visibilidade para a empresa que decidem investir em projetos que conversem com os seus valores e diretrizes. A lei é para todos. É muito importante fazer um trabalho de comunicação para que empreendedores entendam a força, muitas vezes desconsiderada, da renúncia fiscal. Em outras palavras, é um dinheiro que já existe e que pode fazer muita diferença. É fácil ver o tamanho da economia criativa quando vemos grandes exemplos, como o show da Madonna no Rio de Janeiro, mas é importante lembrar: a economia criativa está na rotina, na arte, na criatividade do artesão, do pequeno designer, no empreendedor ou no atleta que busca patrocínio para o seu projeto. A lei é para todos e ela pode e deveria estar sendo usada para impactar a sociedade da melhor forma possível.