Superando desafios invisíveis: reflexões no Dia do Advogado No universo das leis que moldam o cenário jurídico, existe um grupo de profissionais que, apesar dos inúmeros obstáculos, segue firme em sua trajetória: as mulheres advogadas. Ontem, celebramos o Dia do Advogado, uma data que nos leva a refletir sobre nosso papel na sociedade e, em especial, na advocacia. Devemos manter viva a trajetória pioneira de Myrthes Gomes de Campos, a primeira advogada brasileira que é um verdadeiro ícone de resiliência e coragem. Admitida na Ordem em 1906, Myrthes enfrentou um sistema legal e uma sociedade que ainda não estavam preparados para aceitar uma mulher em posição de destaque no Direito. Suas batalhas iam além das questões jurídicas, combatendo preconceitos profundamente enraizados e abrindo caminho para as futuras gerações de mulheres na advocacia. Apesar dos avanços, a luta por espaço no Direito e na sociedade continua, vez que enfrentamos, atualmente, desafios "invisíveis" relacionados ao gênero e que impedem a ascensão de muitas de nós às posições mais altas na carreira. Um exemplo dessa disparidade pode ser observado no Tribunal de Justiça de Pernambuco: até dezembro de 2023, havia apenas uma desembargadora em um universo de 51 homens, ao passo que, hoje, seguem sendo apenas duas. Outro fato é que nunca tivemos uma mulher como presidente da OAB/PE, logo, esses dados ressaltam a urgente necessidade de mudanças para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de ascensão. Mas isso pode mudar, já que este é ano de eleição na OAB e estamos prestes a eleger, pelo Quinto Constitucional, o novo desembargador do TJPE. Deparamo-nos, então, com a possibilidade concreta de alcançar mais um feito histórico. Se mulheres forem eleitas, essas seriam vitórias simbólicas para todas na advocacia, pois estamos em um momento de alterar o cenário de desigualdade e reforçar a importância da representatividade feminina em todos os níveis da profissão. No escritório em que sou sócia, nos orgulhamos de ter uma liderança feminina forte e presente. Aqui, as mulheres não são exceções, mas sim uma força predominante que contribui para o sucesso e a inovação na advocacia. Embora a presença feminina tenha crescido, ainda precisamos de mudanças culturais que promovam e valorizem a liderança das mulheres. A luta pela igualdade de gênero, especialmente no Direito, é contínua e exige o compromisso de todos. Precisamos desconstruir as estruturas que perpetuam a desigualdade e criar um ambiente em que todos, independentemente de gênero, possam alcançar seu pleno potencial. A trajetória de Myrthes nos ensina que a resistência e a determinação têm o poder de abrir portas. Portanto, é crucial que continuemos batalhando para que essas portas permaneçam abertas e se alarguem para as futuras gerações. Que o próximo desembargador do TJPE e a próxima presidente da OAB/PE sejam mulheres, marcando apenas o início de muitas conquistas que ainda estão por vir.
Publicação de Caroline Ribeiro Souto Bessa
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⚖️Hoje, 15 de dezembro, é o Dia da Mulher Advogada! Celebramos a força, dedicação e coragem de todas as advogadas que, com suas vozes e ações, lutam por justiça para fazer valer os direitos de todos nós. 💜Na Direito Ágil, temos um orgulho imenso de contar com Anny Borges, Daniela Coelho, Marcia Beserra, Luiza Reis Cunha, Sandra Motta e Aluá Lima, profissionais incríveis que colaboram ativamente para o Guia ElaProtegida, o primeiro guia informativo sobre direitos das mulheres e formas de proteção, apoiado pela Mary Kay do Brasil. Acesse hoje e compartilhe com quem mais precisa: 👉guia.elaprotegida.com.br. 🔎 Dados de fevereiro de 2024 mostram que, apesar das mulheres representarem 51% dos 1,37 milhões de advogados e liderarem 19 estados, apenas cinco advogadas presidem as seccionais da OAB no Brasil. Por isso precisamos lutar por equidade de gênero em todo os ambientes de trabalho e de representação das classes como na advocacia para que as mulheres possam ocupar espaços de liderança e poderem contribuir de forma plena para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária. 💼 Você é advogada? Quer fazer parte dessa missão? Vem com a gente! Juntas, podemos mais. Entre em contato conosco pelo Direct ou Whatsapp e saiba mais como participar. #DireitoÁgil #ElaProtegida #DiaDaMulherAdvogada #Justiça #Direito #mulheradvogada
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Hoje, festejamos a força, a dedicação e o talento das mulheres que transformam o mundo jurídico com coragem e determinação. Ser advogada é mais do que exercer uma profissão; é lutar por justiça, igualdade e dignidade, quebrando barreiras e abrindo caminhos para futuras gerações. O 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil ADV), divulgado em abril de 2024, aponta que a profissão é majoritariamente feminina, com pouco mais de 50% de mulheres, demonstrando avanços na igualdade de gênero. Na EYS, o número impressiona e confirma o Estudo: 50% do quadro Societário, 85% da Gerência e 50% da Coordenadoria são femininos, comprovando o protagonismo no setor. Parabéns às advogadas que tornam o mundo mais justo e inspiram tantas outras! . #DiaDaMulherAdvogada #Advogada #IgualdadeDeGênero #Equidade #NichosJurídicos #MercadoJurídico #MundoJurídico #UniversoJurídico #EYS #PraCimaEYS #EYSSociedadedeAdvogados #SociedadeDeAdvogados #Advocacia #ExperiênciaJurídica #DireitoCivil #Direito #Advogado #Justiça #Lei #Jurídico #Constitucional #ProcessoCivil #DireitoEmpresarial #DireitoInternacional #Legislação #DireitoTrabalhista #DireitoBancário
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Hoje celebramos o **Dia da Mulher Advogada**, uma data que reconhece a força, a resiliência e a competência de milhares de mulheres que dedicam suas vidas à prática da Justiça. Ser advogada é muito mais do que exercer uma profissão; é enfrentar desafios diários, superar preconceitos e abrir caminhos em um mundo que, por muito tempo, não foi pensado para mulheres. É ter coragem de lutar pelos direitos de seus clientes enquanto também reivindica igualdade e respeito dentro da própria profissão. Este dia é uma oportunidade para refletirmos sobre os avanços conquistados e os desafios que ainda persistem. Mulheres advogadas desempenham um papel crucial na transformação social, usando seu conhecimento e sensibilidade para promover mudanças que impactam vidas e constroem um futuro mais justo. A todas as mulheres advogadas que, com força e determinação, transformam o Direito e a sociedade: parabéns! Que continuemos a construir um caminho de mais representatividade, sororidade e conquistas. Qual foi o maior desafio que você enfrentou como advogada? Compartilhe nos comentários e vamos juntas nos inspirar! #advogada #diadamulheradvogada #advocacia #mulheresnaadvocacia
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Transformação no Direito! De acordo com o 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil ADV), realizado pela FGV Justiça a pedido do Conselho Federal da OAB, as mulheres agora representam 51,43% dos advogados no Brasil, ultrapassando os homens pela primeira vez na história. Esse marco não foi alcançado da noite para o dia. Foi construído sobre o legado de mulheres visionárias que, ao longo dos anos, desafiaram as barreiras de uma sociedade patriarcal para reivindicar seu espaço. Desde 2021, as mulheres são maioria na advocacia, refletindo não apenas uma mudança de números, mas uma evolução significativa na busca por igualdade de direitos e oportunidades em um campo tradicionalmente dominado por homens. Essa mudança é um lembrete poderoso de que, com persistência e coragem, é possível transformar qualquer setor. 👩⚖️👨⚖️ E enquanto celebramos essa conquista, continuamos comprometidos em promover a inclusão e igualdade para todas as identidades de gênero que ainda buscam seu espaço e reconhecimento na advocacia. #MulheresNaAdvocacia #IgualdadeDeGênero #Direito #AdvocaciaBrasileira #TransformaçãoSocial #Advogada
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No Brasil, a advocacia tem se tornado cada vez mais feminina. De acordo com o 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil Adv), divulgado em abril deste ano, a advocacia no país é composta por 50% de mulheres, 49% de homens e 1% pertencentes a outras identidades de gênero. Este estudo também revelou que as advogadas são, em média, mais jovens que os advogados, destacando um recente aumento na inclusão feminina neste campo. Também nas eleições da OAB para o triênio 2025-2027, notou-se um avanço significativo na representatividade feminina. O número de conselheiras titulares eleitas em seccionais de todo o país registrou um crescimento de aproximadamente 48% em relação à última eleição, refletindo os esforços contínuos por igualdade e inclusão no âmbito institucional. Junto a esses avanços, existe também uma luta contínua pela valorização da advocacia feminina, com a identificação de necessidades específicas relacionadas ao exercício da profissão pelas mulheres e a elaboração de propostas concretas. Uma das grandes vitórias foi a aprovação da Lei 13.363/2016, que incluiu o art. 7º-A, relativo aos direitos da advogada gestante, lactante ou adotante, ao Estatuto da Advocacia e da OAB (EAOAB) em 2016. Além disso, em 2023 foi publicada a Lei 14.612/2023, que altera o EAOAB, para classificar o assédio moral, assédio sexual e outras formas de discriminação como infração ético-disciplinar no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil. Beno Brandão Advogados Associados - OAB/PR 2569
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A ascensão da advocacia feminista como um espaço de luta dentro do sistema de justiça é, sem dúvida, mecanismo de avanço significativo na busca pela garantia dos direitos das mulheres e consequentemente, instrumento pela igualdade de gênero. No entanto, é importante que questionemos condutas de apropriação de narrativas sem o conhecimento histórico social essencial para esta atuação. “Quem o Direito só sabe nem o direito sabe”, frase do jornalista e professor San Tiago Dantas (1911-1964), ressoa como um marco essencial para compreendermos não apenas o papel político de emancipação das mulheres, mas também a resistência humanística necessária nessa luta. Contudo, hoje em dia, nos deparamos com a manifestação do patriarcalismo moderno na busca de protagonismo por parte de advogados homens, que se autointitulam “advogado das mulheres”, assumindo o papel de “homens salvadores”. Isso nos instiga a questionar não apenas a legitimidade de sua atuação, mas também seus verdadeiros lugares e papeis no âmbito do direito. Dentro desta perspectiva, nos deparamos com o cenário constrangedor de vermos mulheres vulnerabilizadas sendo cooptadas pelo marketing deste discurso e em contrapartida, percebemos o movimento crescente de advogades, sem qualquer conhecimento ou prática de advocacia feminista “sendo atraídes” e se autoproclamando como atuantes nessa área, tratando-a como apenas mais um nicho de mercado. A forma que o capital se apodera das pautas feministas é corriqueira. Mulheres desamparadas por viverem relacionamentos violentos acabam por seguir a mesma linha de subjetivação e acreditam que advogados homens salvadores “lutarão” por elas, reproduzindo o conhecido “complexo de Cinderela”, que precisam ser defendidas por um homem. Esse fenômeno reflete não apenas a persistência do heterocispatriarcado moderno em nossas práticas cotidianas, rotineiras, bem como nas instituições. É desta maneira que o sistema privilegia a voz, presença e a autoridade masculina, mesmo em espaços que supostamente foram criados para desafiar essas estruturas de poder. É inegável que a presença masculina na advocacia com perspectiva de gênero é um aliado importante, seja ampliando o alcance de sua importância, seja trazendo diferentes perspectivas para o debate. Mas jamais na advocacia feminista. Deixamos aqui um recado às mulheres que nos seguem e que se encontram em momento delicado de suas vidas: busquem advogadas feministas conhecedoras do sistema para além do direito em si.
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A infeliz fala de um Desembargador "A mulherada está louca atrás dos homens”, fala Espíndola. “A atração é coisa dos sexos, agora dizer que é uma afronta à sexualidade, um desrespeito... nunca foi [...] Ninguém está correndo atrás de mulher, porque está sobrando. É só andar por aí, no dia a dia”, pontua. Possivelmente, um discurso como esse possa ser interpretado como uma tentativa de diminuir ou desvalorizar as mulheres, especialmente se considerarmos o contexto em que elas têm alcançado grandes conquistas profissionais. Vamos explorar essa ideia: Conquistas das Mulheres na Advocacia: Nos últimos anos, as mulheres têm feito avanços significativos em muitas profissões, incluindo a advocacia. Hoje, elas lideram a classe em número e em posições de destaque, o que representa uma mudança importante em uma área historicamente dominada por homens. À medida que as mulheres conquistam mais espaço e liderança em áreas profissionais, alguns indivíduos ou grupos podem sentir que suas posições tradicionais estão ameaçadas. Isso pode levar a comentários ou discursos que tentam desvalorizar essas conquistas, seja minimizando a importância das mulheres ou sugerindo que há outros aspectos de suas vidas onde elas são "menos bem-sucedidas". Subtexto e Intenção: O subtexto de um discurso como o mencionado pode ser interpretado como uma tentativa de reforçar estereótipos antiquados e de rebaixar a imagem das mulheres, insinuando que elas são emocionalmente ou socialmente carentes. Isso pode ser visto como uma forma de retaliação ou resistência às suas conquistas profissionais. Impacto das Declarações: Comentários depreciativos podem ter um impacto significativo, perpetuando estigmas e desacreditando o trabalho árduo e as conquistas das mulheres. Isso pode minar a confiança e a percepção pública sobre a competência e o profissionalismo das mulheres na advocacia e em outras áreas. Reação da Sociedade: Em uma sociedade que está cada vez mais ciente das questões de igualdade de gênero, tais declarações são frequentemente mal recebidas. O público e os colegas profissionais podem ver essas palavras como inapropriadas e prejudiciais, levando a um clamor por mais respeito e reconhecimento das contribuições das mulheres. A interpretação de que o desembargador estava tentando diminuir as mulheres, especialmente em um contexto onde elas estão liderando e superando os homens em números e posições na advocacia, é válida. Essas declarações podem ser vistas como um reflexo de resistência a mudanças sociais e profissionais que estão empoderando as mulheres e redefinindo papéis tradicionais. Vasty Alves_adv⚖
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Hoje celebramos o Dia da Mulher Advogada, uma data para enaltecer a força, a determinação e a excelência das mulheres que atuam na advocacia, enfrentando desafios com coragem e abrindo caminhos para as futuras gerações. O protagonismo feminino na advocacia é um exemplo de resiliência e competência, provando que a luta por equidade e justiça começa dentro da própria profissão. A todas as advogadas, parabéns pelo impacto transformador que vocês têm na busca por um mundo mais justo e igualitário! #DiaDaMulherAdvogada #Advocacia #Equidade #Justiça #DiaDaJustiça #Advocacia #Justiça #Direito #Oab #Direitosbc #OabSbc #LuizRibeiroAdvocacia
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A trajetória das mulheres na área do Direito é uma história de superação de desafios e conquista de espaços em uma profissão historicamente dominada por homens. Ao longo dos séculos, as mulheres enfrentaram barreiras sociais e institucionais para ingressar no campo jurídico. No final do século XIX, Myra Bradwell desafiou as normas da época ao pleitear seu direito de praticar a advocacia nos Estados Unidos, abrindo caminho para futuras advogadas. No entanto, apenas na década de 1970 que o número de mulheres em escolas de direito começou a aumentar significativamente, marcando uma mudança cultural na profissão. Mulheres como Sonia Sotomayor, a primeira juíza latina da Suprema Corte dos Estados Unidos, e a britânica Brenda Hale, a primeira mulher a se tornar presidente da Suprema Corte do Reino Unido, destacam-se como figuras influentes que quebraram barreiras e inspiraram outras mulheres a seguir carreiras jurídicas. Atualmente, as mulheres continuam a desempenhar papéis essenciais em escritórios de advocacia, tribunais e organizações de direitos humanos em todo o mundo. Seu impacto vai além das salas de audiência, influenciando a formulação e a interpretação das leis, bem como promovendo mudanças positivas na sociedade. A história das mulheres na área do Direito é, portanto, uma narrativa de coragem, perseverança e contribuições valiosas para a construção de sistemas legais mais equitativos e inclusivos.
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