Publicação de Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade

Quando se faz uma visita a um museu é preciso sempre perguntar o que foi silenciado para que as "vozes" e visões de mundo ali expostas tivessem aquela curadoria. Essa é a pergunta a ser feita em relação às IAs generativas. A comparação, que parece distante, não é minha. Eu me preocupo apenas com as perguntas. A comparação e outras reflexões pertinentes sobre as IAs generativas é do curador e pesquisador Gabriel Menotti, professor na Queen’s University, Ontario, Canadá. Ele começa a falar sobre a influência da cultura africana nos traços cubistas de Picasso para mostrar o quanto o olhar sobre a produção cultural e artística do outro é vista como mágica, retirando dela o valor que lhe é devido. E prossegue amarrando esse assunto às IAs generativas de forma didática. Mesmo sem fazer qualquer tipo de convocação, nos convida a refletir sobre as práticas de apagamento de culturas, ideias, autorias nos processo de curadoria dos museus e nos processos que se mostram evidentes nas IAs generativas. É um ótimo ensaio publicado na Revista Zum, publicação semestral do Instituto Moreira Sales (IMS). Leia o artigo "Inteligência artificial e a construção de museus neurais" aqui: (https://lnkd.in/dgPWC2fc).

Apontei alguns destaques e tendências para o universo das artes em 2024 no novo artigo que escrevi para a Artsoul! Confira a matéria completa abaixo:

📚 Continuando o tema "livros sobre Arte"... agora com uma leitura mais especializada. E a dica é: 👤 Hal Foster! Ele é um renomado crítico e historiador de arte norte americano, conhecido por suas contribuições significativas ao campo da crítica de arte contemporânea e da teoria da arte. Nascido em 1949, Foster é professor de Arte e Arqueologia na Universidade de Princeton e autor de diversos livros influentes. 📝 Foster é conhecido por sua crítica incisiva e por seu papel na disseminação de ideias pós-modernas na crítica de arte. 📕 Dicas de leitura: ✳ O retorno do real (Ubu Editora, 2017) ➡ Neste livro, Foster examina as práticas artísticas dos anos 60 até os 90, explorando temas como o papel do realismo e da representação na arte contemporânea. ✳ Recodificação: Arte, espetáculo, política cultural (Casa Editorial Paulista, 1996) ➡ Foster analisa a intersecção entre arte, cultura de espetáculo e política cultural, destacando como a arte contemporânea reflete e desafia as dinâmicas de poder e consumo na sociedade atual. ✳ O que vem depois da farsa (Ubu Editora, 2021) ➡ neste livro, o autor explora como a arte contemporânea responde às crises sociopolíticas e culturais atuais, questionando a autenticidade e o papel da arte em tempos de pós-verdade e manipulação midiática. 💡 Hal Foster é uma figura central na crítica e na história da arte contemporânea, cujas análises profundas e abrangentes têm influenciado significativamente o entendimento da arte moderna e pós-moderna. Boa leitura! #ArteContemporanea #HalFoster #CriticaDeArte #DicaDeLeitura

Saber sobre a Museologia é essencial para quem gosta de arte. Isso possibilita aprender como funciona um museu.

Nessa sexta feira vou conversar sobre minha pesquisa de doutorado na exposição PIRACEMA, deslocamentos em busca de outros mundos possíveis através da arte. A exposição tem curadoria de Juliana Lewkowicz e Malka Borenstein e segue atá dia 20 de junho, na rua Gomes de Carvalho, 614. Vila Olímpia, de quarta a sábado das 11 às 16 horas. São 28 artistas e 7 coletivos de arte. Minha pesquisa, Somos Holobiontes: Mapeando a Emergência de um Imaginário Corporal Ecológico, busca perceber que novas formas de nos percebermos, fazer laços, estabelecermos práticas de cuidado de si, éticas, estéticas e políticas, podem se constituir a partir dos estudos do Microbioma Humano. E assim a pesquisa conecta-se à proposta da exposição PIRACEMA, na afirmação de que podemos buscar, a partir da compreensão de nosso próprio corpo como um enredado interespecífico no qual apenas 10% é humano, reflorestar a imaginação corporal e, assim, dar consistência a outros mundos possíveis.

O artigo "Sonhar o passado para decolonizar o futuro: o quipu na arte de Cecilia Vicuña", que escrevi em parceria com a Anna Cavalcanti, acaba de ser publicado na revista Intexto, do PPGCOM da UFRGS. Nossa proposta é refletir sobre os usos da memória no trabalho da artista chilena Cecilia Vicuña (1948). A fluidez e a multidimensionalidade da sua arte permitem que Vicuña atue sobre várias linguagens e suportes, dando ênfase ao quipu, meio de comunicação de povos originários. Para pensar a respeito das instalações “Quipu Menstrual”, “Quipu dos Lamentos” e “Brain Forest Quipu”, questionamos como a artista abre novas perspectivas ao futuro através do processo de recriação desse artefato comunicacional. Por meio da leitura crítica dessas obras, percebe-se que a memória trabalhada é posta em fluxo: volta-se a um passado ancestral e atualiza-o a partir de um olhar decolonial, em movimentos vinculados à biografia da artista latino-americana. O encontro da sabedoria das tecnologias ancestrais com o presente contemporâneo torna visível o legado histórico em uma busca pela restauração simbólica dessa memória e pela reivindicação da luta anticolonial. O artigo está disponível na íntegra no link: https://lnkd.in/dJu6Z-bE #memória #cultura #arte

Enquanto a arte enfatiza a criatividade, subjetividade e emoção, a ciência prioriza a lógica, objetividade e evidência empírica

𝐀 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐝𝐚 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐌𝐨𝐫𝐭𝐚 // 𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑-𝐂𝐋𝐀𝐒𝐒 → 𝟐𝟕 𝐝𝐞 𝐚𝐛𝐫𝐢𝐥; 𝟐𝟓 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐨; 𝟐𝟕 𝐝𝐞 𝐣𝐮𝐥𝐡𝐨. Iniciativa conjunta da Fundação da Casa de Mateus, do CITCEM-Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 𝐀 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐝𝐚 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐌𝐨𝐫𝐭𝐚 | 𝐈𝐧𝐭𝐫𝐨𝐝𝐮çã𝐨 propõe um conjunto de 𝐦𝐚𝐬𝐭𝐞𝐫-𝐜𝐥𝐚𝐬𝐬𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐫𝐮𝐳𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐝𝐢çã𝐨 𝐩𝐢𝐜𝐭ó𝐫𝐢𝐜𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜í𝐯𝐞𝐥 𝐧𝐚𝐬 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚𝐬 𝐌𝐨𝐫𝐭𝐚𝐬 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐧𝐚 𝐜𝐨𝐥𝐞çã𝐨 𝐝𝐚 𝐂𝐚𝐬𝐚 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐭𝐞𝐮𝐬 𝐞 𝐚 𝐜𝐫𝐢𝐚çã𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫â𝐧𝐞𝐚. Desenvolvido em três etapas, parte da evidenciação das origens e desenvolvimento do conceito de Natureza Morta, entre o Renascimento e o Barroco, para confluir na discussão contemporânea da paisagem, sua representação, construção e expressão. Em análise, a imagem e as narrativas simbólicas que lhe surgem associadas, a morte da arte, a vida em movimento e a sua relação com a Natureza Morta, a relação com a fotografia e o cinema, os contributos da botânica, da zoologia ou da musicologia. → 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚çõ𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐰𝐰𝐰.𝐜𝐚𝐬𝐚𝐝𝐞𝐦𝐚𝐭𝐞𝐮𝐬.𝐩𝐭 / 𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚@𝐜𝐚𝐬𝐚𝐝𝐞𝐦𝐚𝐭𝐞𝐮𝐬.𝐩𝐭

👤 A prática curatorial é a alma que conecta artistas ao público, transformando exposições em narrativas vivas e envolventes. Imagine uma exposição como um livro: o curador é o autor invisível que tece as histórias, seleciona os capítulos e cria uma experiência única que vai além da simples visualização das obras. É através do olhar atento e do conhecimento profundo do curador que as obras de arte ganham vida, contexto e significado. Curadores não apenas escolhem e organizam obras; eles criam pontes entre o passado e o presente, entre diferentes culturas e perspectivas. Ao contextualizar a produção artística dentro de cenários históricos, sociais e culturais, os curadores ampliam a compreensão e a apreciação do público, elevando o impacto das obras e destacando a relevância dos artistas. Em um mundo onde a visibilidade é vital, a prática curatorial atua como um farol, guiando os artistas através do vasto oceano do mercado da arte. Ela não apenas posiciona os artistas no cenário global, mas também democratiza o acesso à arte, tornando-a acessível e significativa para um público diversificado. A curadoria é, portanto, uma força transformadora, essencial para o reconhecimento, valorização e perpetuação da arte em nossa sociedade. #PráticaCuratorial #ValorizaçãoDaArte #Visibilidade 📷 Na foto: Domingos da Criação (1971), proposta do curador Frederico Morais, para o MAM/RJ.

"Uma tela de Di Cavalcanti foi danificada pelo vandalismo no Palácio do Planalto, em Brasília, também a 8 de janeiro de 2023. Outra obra de Di Cavalcanti havia sido censurada poucos dias antes numa exposição na USP: os identitários alegaram uma suposta sensualização da mulata por parte do pintor. Vandalismo ou censura, por que ocorre a barbárie cultural, seja neofascista, seja identitária, contra a arte?" (Ricciardi, 2023, p. 120). Gostaria de saber mais a respeito das questões artísticas no mundo atual, em um livro que pensa bem diferente de tudo o que você está acostumado a ouvir? As informações a respeito do livro encontram-se na resenha que elaborei, juntamente com Elena Barbosa Nascimento, para a Revista da Tulha. https://lnkd.in/gxpc7iF8