Publicação de Diógenes Sá

A falta de tato do presidente do Banco Central e o impacto nas expectativas econômicas Na mesma semana em que a Moody's elevou o rating do Brasil, posicionando o país a um nível do chamado grau de investimento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez uma das declarações mais polêmicas e infelizes de seu mandato. Em um evento fechado da Aurum Wealth Management e da Veedha Investimentos, Campos Neto disse: "A gente tem uma interpretação que o governo precisa, em algum momento, fazer algum tipo de movimento que gere esse choque positivo em termos de expectativa no fiscal, porque é isso que vai fazer com que o Brasil consiga no futuro trabalhar com juros mais baixos". Essas declarações são problemáticas por diversos motivos. A POLITIZAÇÃO DE UMA POSIÇÃO TÉCNICA Quando o presidente do Banco Central sugere que o governo precisa fazer movimentos fiscais específicos para influenciar as expectativas do mercado, ele ultrapassa seu papel. O Banco Central tem um mandato claro: controlar a inflação e garantir a estabilidade da moeda. Não é função da instituição formular ou influenciar a política fiscal, uma tarefa que compete ao Ministério da Fazenda. Ao dar a entender que os juros só cairão mediante reformas fiscais, Campos Neto lança um recado político. Essa postura coloca em risco a independência do Banco Central e pode minar a confiança no órgão, cuja neutralidade deveria ser um pilar para o bom funcionamento da economia. CREDIBILIDADE DAS CONTAS PÚBLICAS EM CHEQUE Ainda mais grave é o fato de que o presidente do BC questionou publicamente a veracidade das contas públicas. Independentemente de sua opinião pessoal, uma declaração desse tipo vinda da autoridade monetária mais alta do país é no mínimo imprudente. Imagine o impacto que isso pode ter em investidores estrangeiros ao ouvirem que o próprio presidente do BC suspeita que os números apresentados pelo governo não são confiáveis. Isso acontece no exato momento em que a Moody’s eleva a nota de crédito do Brasil de ‘Ba2’ para ‘Ba1’, com perspectiva positiva. Ou seja, dentro de 12 a 18 meses, o país pode alcançar o status de grau de investimento, o que traria influxos de capital e maior credibilidade internacional. O IMPACTO DE DECLARAÇÕES INFELIZES Essas falas não são isoladas. Ao longo de seu mandato, Campos Neto já fez outras declarações que desancoraram as expectativas do mercado, gerando instabilidade no câmbio e na curva de juros. A consequência direta disso? Pressão sobre a população, que sentirá os efeitos nas suas finanças pessoais ao longo do tempo. É urgente que figuras em cargos de relevância técnica, como o presidente do Banco Central, sejam mais cautelosas em suas declarações. Se o Brasil busca juros mais baixos e estabilidade econômica, o caminho passa, inevitavelmente, por mais seriedade e responsabilidade e imparcialidade nas falas de seus líderes. Afinal, o mercado observa cada palavra, e o custo de declarações infelizes é sempre pago pela sociedade.

Novamente o Banco Central, por decisão da maioria dos seus diretores, toma uma decisão política sem base na realidade mundial e brasileira. Todos os diretores indicados pelo governo anterior, com voto de desempate do presidente Roberto Campos Neto, optaram por reduzir em apenas 0,25% os juros – e não 0,5%. E o mais grave: sem apontar com clareza como avalia suas próximas decisões, ou seja, se há tendência de baixa ou de alta para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Foi uma decisão política do Banco Central a redução menor dos juros, já que não houve mudança de cenário suficiente para alterar a orientação anterior. Uma decisão que joga contra o governo e contra os investimentos públicos de que o Brasil precisa. Mas ainda é possível percorrer esse caminho sem risco para a solvência no médio e no longo prazo das contas públicas. Para entender um pouco mais desse assunto, convido a todos para a leitura do meu artigo “De novo os juros”, publicado na Carta Capital. Confira! https://lnkd.in/di6tgNZm

Não existe lógica em acreditar na inocência da diretoria do Banco Central. A verdade é que existe um domínio neoliberal na gestão do Banco Central. Há uma dependência da gestão do Banco Central em relação às Diretrizes do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que descreve seus objetivos em desacordo com as suas próprias práticas neoliberais e que são adotadas como principios. A finalidade do Banco Central está no curto prazo, em função dos interesses imediatos do mercado. Para isso, o Banco Central precisa assegurar caminhos para: favorecer os ricos e corporações, com aumento da desigualdade ou concentração de renda e riqueza; enfraquecer programas sociais e de segurança social para diminuir o tamanho do Estado; deteriorar a qualidade e acessibilidade de serviços essenciais, como saúde e educação; promover a desregulamentação de forma excessiva e a liberalização financeira; priorizar o crescimento econômico sobre a sustentabilidade ambiental e assim por diante. Justificar a redução no corte da taxa de juros em razão da manutenção das taxas de juros pelo FED não faz sentido porque são economias independentes. Caso contrário, estão admitindo publicamente a interferência do Banco BIS, do Tesouro dos EUA e do FED na decisão do BC. A justificativa em relação à mudança na política fiscal também é insana porque a rigor não houve mudança de política fiscal, apenas a proposta de superávit para 2025 foi acomodada, mantendo a proposta de déficit zero. Portanto, se a proposta de déficit zero permitiu anteriormente uma redução de meio ponto na reunião anterior não tem lógica a redução para 0,25 pontos se as condições se mantiveram e há uma tendência de melhoria nos indicadores econômicos. Nenhuma análise honesta respauda a decisão do BC. Tudo isto, nos remete às palavras do economista Paul Krugma, prêmio Nobel de economia, quando diz: "Em um debate econômico, muitas pessoas constroem argumentos de forma pouco honesta, falseiam ou deturpam os fatos, servem basicamente aos interesses de um grupo. E se você está tentando debater com essas pessoas, o que deve fazer? Fingir que é um debate sincero, responder com dados e explicar por que elas estão equivocadas? Ou dizer: “A verdade é que você não está sendo sincero”?”. #BC #BIS #FED #Honesto #Taxa #Juros #Economia #Mercado https://lnkd.in/dG6xj-eq

Sendo o Banco Central do Brasil (BCB) uma autarquia federal vinculada, mas não subordinada, ao Ministério da Fazenda, acompanhar as tendências de cenário externo, inflação, atividade econômica e contas públicas é primordial para manter o equilíbrio financeiro de uma nação. Contudo, é de suma importância segundo as diretrizes estabelecidas pelo FMI e pelo Banco Mundial, que os gestores de dívida pública e de política fiscal e as autoridades do Banco Central compartilhem o mesmo entendimento sobre quais são os objetivos das políticas nacionais, tendo em vista a interdependência entre os diferentes instrumentos utilizados por estas. Compartilho da ideia de que o Banco Central sempre seja uma entidade independente! https://lnkd.in/dnKKx6gU

Esta opinião parece ser de quem está em campanha política para agradar ao mercado. O Banco de Compensações Internacionais (BIS), localizado em Basileia, Suíça, reúne comitês que definem padrões regulatórios para o sistema financeiro global. Esses padrões, embora não compulsórios, são adotados por muitos países, incluindo o Brasil, que não participa ativamente das decisões. Nos anos 1970, com a transição para o câmbio flexível, houve uma mudança significativa: o controle da inflação tornou-se a prioridade dos bancos centrais, incluindo o brasileiro. Esse foco na inflação, muitas vezes exagerado, deve-se à necessidade do BIS de se manter relevante após a perda de uma de suas funções essenciais. Historicamente, o BIS teve que se adaptar a mudanças drásticas, como o abandono do padrão-ouro nos anos 1930 e a criação das instituições de Bretton Woods após a Segunda Guerra Mundial. Em 1971, a desvinculação do dólar ao ouro pelos EUA, motivada por gastos excessivos na Guerra do Vietnã, foi mais um desses momentos de adaptação. Em nenhum desses eventos o BIS conseguiu oferecer soluções eficazes para evitar as crises. Diante desse cenário, é crucial questionar a prudência do Brasil em seguir cegamente as regulamentações de Basileia, que são decididas por comitês de instituições privadas voltadas à promoção do sistema financeiro global. Essa entrega de soberania não é prudente, pois submete os destinos da nação aos interesses do sistema financeiro internacional. O caráter global do sistema financeiro, impulsionado pela tecnologia, criou mecanismos de contágio durante as crises, penalizando especialmente as nações sem poder decisório em Basileia. Quem controla o dinheiro controla investimentos, produção e consumo, deixando essas nações sem esses direitos fundamentais. A ideia de uma empresa pública com "autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira" na prática é uma ilusão, pois essas empresas estão sujeitas às normas do direito privado e não têm histórico de eficiência comprovada. Dan Ariely, em seu livro "A Mais Pura Verdade sobre a Desonestidade", explica a tendência humana à desonestidade, o que reforça a necessidade de um controle rigoroso e minucioso do Banco Central, especialmente pelo TCU e pelo Ministério Público. Portanto, entregar a gestão do dinheiro do país a um pequeno grupo sem supervisão adequada é arriscado e imprudente. #Empresa #Publico #Manilulacao #Politica #Dinheiro #Poder #BC https://lnkd.in/dBJNEkQX

Frente Ampla | Frente Ampla | Para enfrentar os privilegiados e distribuir melhor a renda, será necessário rever a autonomia de um Banco Central que se distanciou de seu papel na economia https://lnkd.in/eERd3haG

Nenhum país do G7 segue as diretrizes do Banco de Compensações Internacionais ou Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) e do FMI. Desafio qualquer especialista, especialmente da mídia auxiliar da Guerra Comercial, a provar que esses países cumprem as orientações do BIS ou do FMI com base nos índices econômicos dos próprios países, começando pela dívida pública, déficit orçamentário e juros. Essa propaganda da mídia comércial para auxiliar na geopolítica dos países dominantes está ficando cansativa. Já passou da hora de impor a eles a soberania nacional, começando pelo enquadramento do presidente do Banco Central aos ditames da Constituição e das leis brasileiras. Não podemos nomear capachos dos interesses geopolíticos dos países dominantes para conduzir as instituições responsáveis pela normatização da economia brasileira. #Economia #BC #Soberania #BIS #Geopolitica https://lnkd.in/dJx8Syeq

LULA X BANCO CENTRAL O presidente da República declarou que o Banco Central é a única "coisa desajustada" no Brasil atualmente. Em entrevista à rádio CBN, Lula voltou a criticar o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, alegando que ele "tem um lado político" e "trabalha para prejudicar o país". Esse comentário se deu as véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e os rumores que esse Comitê manteria a taxa Selic o que de fato aconteceu, a Selic foi mantida depois da reunião do Copom do Banco Central do Brasil em 10,5% ao ano. Esta decisão veio após uma série de cortes que começaram em agosto de 2023, quando a Selic estava em 13,75% ao ano. A manutenção foi influenciada pela necessidade de continuar controlando a inflação, que ainda apresenta riscos de alta devido a pressões inflacionárias globais ao aquecimento do setor de serviços e aos gastos exagerados do Governo Federal. Os juros não podem ser reduzidos tão rapidamente quanto subiram devido a vários fatores. Primeiramente, aumentar os juros é uma medida rápida e eficaz para conter a inflação, mas reduzir os juros exige mais cautela, pois a inflação pode voltar a subir se os cortes forem muito agressivos. Além disso, o cenário econômico global continua incerto, com riscos inflacionários persistentes, o que exige uma postura mais conservadora do Banco Central para garantir que a inflação permaneça sob controle, outro ponto que ajuda a reduzir o juros é o controle das contas públicas, o que não vem acontecendo. Vale saliemtar que em 2022, o Brasil registrou um superávit primário após vários anos de déficits. O superávit primário, que exclui os pagamentos de juros da dívida, foi impulsionado pelo aumento das receitas devido à recuperação econômica e a inflação mais alta. As despesas governamentais, embora ainda significativas, foram controladas em parte pelas medidas de austeridade implementadas nos anos anteriores tomada pelo então Presidente Bolsonaro. Em 2023, o desempenho das contas públicas apresentou uma piora em comparação com o ano anterior. Nos primeiros quatro meses do ano, o superávit primário caiu 47% em relação ao mesmo período de 2022, resultando em um superávit de R$ 78,7 bilhões (2,31% do PIB). Isso ocorreu em um contexto de aumento das despesas e receitas fiscais não acompanhando o mesmo ritmo. A dívida pública bruta continuou a aumentar, atingindo 73,2% do PIB em abril de 2023. Os desafios incluem a necessidade de conciliar a manutenção de políticas sociais e investimentos com a sustentabilidade fiscal. O aumento da dívida pública representa um risco, especialmente se os juros continuarem altos, impactando os custos de financiamento prejudicando ainda mais as famílias. O governo não vem buscando equilibrar o orçamento da União gastando irresponsavelmente o dinheiro público, além disso não visa a melhoria da vida dos cidadãos aumentando alíquotas e criando novas taxações prejudicando assim a recuperação econômica do país.