O mercado privado de água e tratamento de esgoto vive um boom no Brasil. Desde 2020, quando o marco do saneamento foi aprovado, o país viu a presença de operadores sem controle estatal saltar de 5% para 30% dos municípios, um crescimento de 466%.
Com as concessões municipais e regionais feitas em 2024, 1.648 cidades brasileiras passaram a ser atendidas por grupos privados, ante 291 em 2019, segundo levantamento da Abcon (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto).
A expectativa é que o próximo ano seja ainda mais aquecido. Grandes leilões de saneamento estão prestes a sair do papel em estados como Pernambuco, Pará e Rondônia, fazendo o setor
privado considerar a possibilidade de atender metade do mercado brasileiro já no fim de 2025.
Sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), o Marco Legal do Saneamento Básico estabeleceu metas para a universalização dos serviços de água e esgoto e buscou atrair investimento privado para o setor.
Na prática, a medida alterou a forma como os contratos de concessão eram feitos, tornando obrigatória a abertura de licitação prévia —o que abriu maior espaço para a participação de novas empresas.
Para Christianne Dias, diretora-executiva da Abcon, 2024 consolidou essa abertura do setor para grupos privados.
“Ano que vem vai ser até maior em número de leilões. Há 34 projetos sendo modelados no BNDES, mas a expectativa é de que 24 saiam ainda em 2025, com uma atração de investimento de R$ 74,6 bilhões”, afirma.
Segundo ela, a evolução rápida do mercado privado de saneamento fez a entidade recalcular suas próprias metas. “No passado, tínhamos uma perspectiva de subir para 40% a participação no setor de saneamento”, diz. “Estamos remanejando essa expectativa. Achamos que vamos alcançar 50% do mercado no final do ano que vem.”
Radamés Casseb, CEO da Aegea, maior companhia privada de saneamento do Brasil, resume 2024 como “um ano de muito trabalho”. Ao mesmo tempo em que consolidava dois grandes ativos na carteira —a Corsan, no Rio Grande do Sul, onde atende 6 milhões de pessoas, e o Rio de Janeiro, com 10 milhões— o grupo continuou participando de novas concessões.
A Aegea disputou todos os grandes leilões deste ano: Sergipe, Piauí e de PPPs da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). Saiu vencedora nos dois últimos. A empresa era apontada como grande competidora na privatização da Sabesp, mas acabou não fazendo proposta.
Radamés diz que a espinha dorsal da estratégia para 2025 será fortalecer e adensar o que chama de clusters, que são os aglomerados onde a companhia atua. Segundo ele, a Aegea estuda todos os editais, até mesmo para “entender a cabeça do modelador”, mas o objetivo clássico do setor é ganhar escala com a atuação, e isso significa fortalecer os clusters.
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Avô do Joaquim, Pai da Maria e do Gustavo, Executivo de Vendas Sênior, FP&A, Meios de Pagamento, Inovação, Ciência de Dados, RPA, Inteligência Emocional e "Artificial", GenIA, Oracle EPM/ESG Cloud, Salesforce, LGPD.
2 mMuito informativo