Publicação de Expresso

o que vale é que esta nao tarda vai ser mais uma dona de gatos, triste e sozinha sem familia e será bem feito

22 pessoas e um apresentador de excelência, fizeram o país recuar mais de 50 anos, na sua maioria homens, sem experiência nos trabalhos de casa, habituados a que as suas zelosas esposas lhes ponham as cuecas lavadas na gaveta da cómoda, religiosamente engomadas, outros terão até criadas, para que as suas digníssimas esposas não se esfalfem, que também vão fazendo outros jeitos, porque um homem que se preze, não gosta de comer todos os dias bacalhau e algumas criadas são bem mais jeitosas que os bacamartes que lhes calhou em sorte no casamento. Estou na fase final do meu percurso, na pré reforma, a minha esposa trabalha e eu estou por casa, andava até um pouco desorientado, mas com este almanaque de bem fazer tarefas caseiras, vou-me safar melhor, estou a aguardar com ansiedade o estatuto de dona de casa, prometido pelos escritores de ocasião, espero não ser descriminado por ser homem, mas se for esse o problema, também arranjo solução.

Ao ler o artigo, a certa altura, demos por nós com sérias dúvidas a tentar perceber onde começava a caricatura e entroncava na realidade dos nossos dias, pois a evolução das mentalidades, as alterações das condições de vida e fundamentalmente a liberdade de pensamento e de acção, transformou por completo o conceito da vida tradicional com forte pendor masculino e religioso. Não vale a pena estar agora a discutir as profundas transformações verificadas pois elas são irreversíveis. Certamente nem tudo foi perfeito. Afinal, quem detém o poder e a influência, não cede de mão beijada essas benesses. Há pessoas que viveram no Estado Novo e outras que dele ouviram falar que assimilaram os conceitos desses tempos dos três FFF's e se recusam a abrir mão dos privilégios de que dispunham enquanto seres humanos 'machos'. Percebemos a sua filosofia retrógrada e ultrapassada face à dinâmica dos tempos. Continuar a insistir nisso em pleno século XXI e quando se está prestes a comemorar 50 anos sobre a Revolução de Abril é demasiado redutor e incongruente. É definitivamente tempo de actualizar o passado. De uma vez por todas...

Já parecia tarde esta senhorita não ter dado ainda uma opinião...

Infelizmente o dito saudosismo está a voltar em força em Portugal, os saudosos saíram da toca e agora vão tentar “ trazer” os ditos “bons costumes”, como é ainda possível haver este tipo de pensamento,aí meu Portugal a falta de memória coletiva é uma vergonha para ti meu Portugal.

Por muito que custe, o Mundo que existe hoje, foi, durante milénios, construído por homens, seja as infraestruturas, seja o que nos guia. Bom ou mau, tudo advém disso. Eram e são os homens que vão para a frente de batalha nas guerras, que fazem os trabalhos mais sujos e pesados, e são eles que têm menor esperança de vida. Sou a favor da igualdade, e que se um homem quiser cuidar da casa e a mulher trabalhar, que seja. Agora que a igualdade seja em tudo, nos trabalhos mais pesados e sujos, nas frentes de batalha, em tudo. Porque só se ouve falar em igualdade e equidade, em posições de liderança. Porque não cotas em calceteiros? Ou na construção civil? Mas é apenas uma mera opinião...

A criação do estatuto de um dos cônjuges estar em casa tem toda a lógica, mas se houver a opção para os homens também, eles já não terão a desculpa do 'querida, tu és tão esperta e inteligente, mas não é culpa minha, não pode ser eu a ficar em casa, tens de ser tu a abdicar da carreira em prol da nossa família.

Bem, sendo do sexo masculino e mantendo os genes inalterados, considero-me dono de casa e trabalho com a família, assim como a família trabalha comigo. Dividido por todos não custa nada a ninguém. Assim sendo, este menino agradece a sua publicação.