Neste momento onde os jogos olímpicos e a busca desenfreada por medalhas dominam a cena midiática, me vejo com algumas reflexões.
Quando jovem, fui praticante de judô. Me dei bem e consegui algumas conquistas. Mas depois de um tempo, decidi parar, porque além das competições me deixarem muito nervoso, optei por desfrutar a vida que todo jovem almeja ter, amigos, viagens, a tal da socialização da juventude.
Não me arrependo. Aliás, tenho certeza que fiz a escolha certa, pois o mergulho no esporte de competição me privaria de uma série de coisas que iriam ficar pendentes dentro de mim, e um dia sairiam em forma de viver a juventude tardia.
Falo isso, porque neste momento de Olimpíadas, vejo uma glorificação da conquista de medalhas como se fosse a coisa mais importante do mundo.
Um atleta de elite tem que passar por sacrifícios que os privam de novos conhecimentos, novas vivências, socialização, e uma série de coisas importantes para o desenvolvimento de cada um.
De um lado a glória (para poucos). De outro, um mundo de privações.
Claro que ganhar medalhas é bacana, exige dedicação, treina-se a disciplina, inspira as crianças a praticarem esportes, dá prestígio, enfim, uma série de coisas.
Mas será mesmo que a glorificação das medalhas é a coisa mais importante?
O país ganha, o bolso ganha, a mídia ganha. Mas é essa sociedade que queremos construir?
A da vitória a qualquer custo? Da máxima competitividade? Do esforço sobre humano que quebra o corpo e dilacera a alma?
Eu gosto dos jogos olímpicos. Tem muitos bons valores envolvidos. Mas gosto mais ainda de exemplos de saber perder, de se esforçar respeitando os limites, de competir pelo prazer de competir e não pela obrigação de ganhar, e por aí vai.
E que para o nosso mundo profissional, que a inspiração dos jogos olímpicos venha muito mais desses valores humanos, do equilíbrio, que da construção de imagens idealizadas, cuja comparação não faz bem pra ninguém.
Qual sua opinião sobre isso?
