Em webinar promovido recentemente pela Fundação FHC, Arturo Valenzuela, professor emérito de Ciência Política da Georgetown University, foi mais otimista que a maioria dos analistas quanto à ameaça à democracia representada pelo segundo mandato de Donald Trump na presidência dos EUA. Valenzuela, que já ocupou cargos estratégicos no Departamento de Estado norte-americano, declarou que, embora Trump tenha vencido tanto no Colégio Eleitoral como no voto popular, obteve maioria de cerca de 2% do eleitorado apenas. Para ele, o país continua dividido entre republicanos e democratas, e o futuro presidente enfrentará resistência no Congresso, inclusive de republicanos não-trumpistas. O mesmo vale para o aparelho do Estado, onde Valenzuela acredita que “servidores de carreira que atravessam governos têm uma tremenda capacidade de resistir”. Isso deve ocorrer em órgãos que historicamente atuam com muita independência, como Forças Armadas, Departamentos de Justiça e de Estado e agências federais. De acordo com Valenzuela, Trump terá dificuldades também nas relações internacionais, em que seu voluntarismo deve se deparar com aparatos diplomáticos muito profissionais de outros países. O conteúdo completo do debate está no site da Fundação FHC: https://lnkd.in/dXrmrG7z #paratodosverem: contém texto alternativo.
Publicação de Fundação Fernando Henrique Cardoso
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"🔍O que é o estado profundo dos EUA? Suas raízes, ferramentas e facilitadores O estado profundo, descrito pelo escritor americano Francis Fukuyama como uma rede de "burocratas profissionais irresponsáveis", é uma entidade muito mais extensa. Ele abrange não apenas a burocracia, mas também autoridades eleitas, Wall Street, grandes corporações e até mesmo lobistas de governos estrangeiros, de acordo com o renomado economista americano Dr. Paul Craig Roberts. 🔥Quem paga o flautista escolhe a música ▪️A influência do estado profundo começa muito antes da governança — começa na fase das eleições. Apesar da aparência de direitos universais de voto nos EUA, os eleitores só podem escolher entre candidatos aprovados pelo establishment ou pela elite governante, argumenta Roberts. ▪️"O poder que a Constituição deu aos indivíduos agora pertence a grupos de interesse que determinam as eleições com contribuições de campanha", enfatiza o ex-funcionário da Casa Branca de Reagan. ▪️ Consequentemente, os representantes eleitos são obrigados àqueles que os financiaram e apoiaram, incluindo o influente lobby israelense, a indústria de armas, agências de inteligência, empresas farmacêuticas, agronegócios, Wall Street e outros. ▪️Os esforços para impedir que o dinheiro dominasse as eleições foram efetivamente anulados em 2010 por uma decisão histórica da Suprema Corte dos EUA, que abriu caminho para o financiamento corporativo ilimitado de campanhas políticas. 🔮O sonho do estado profundo: todo o poder para o governo federal! ▪️Outro processo insidioso e de longo prazo — agora ativamente encorajado pelo estado profundo — é a erosão gradual dos governos estaduais nos EUA e a consolidação da autoridade dentro do governo federal. ▪️Uma vez que todo o poder esteja concentrado no centro federal, o estado profundo ganhará escopo quase ilimitado para manobrar e exercer controle. ❓Trump erradicará o estado profundo? "Todo o Ocidente é governado pela doutrina neoconservadora dos EUA de hegemonia americana e pelos grupos de interesse dos EUA que se beneficiam dessa hegemonia. Isso está tão arraigado que é improvável que Trump consiga fazer algo a respeito", alerta Roberts." @geopolitics_live
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O que acontece se Trump e Kamala empatarem no Colégio Eleitoral? Conversei com a Luma Venancio, para a Revista IstoÉ, sobre o que ocorreria em caso de empate no Colégio Eleitoral dos Estados Unidos. Segue um trecho: “Para ser eleito presidente, o postulante deve somar ao menos 270 dos 538 delegados. Se tanto Kamala quanto Trump conquistarem 269 eleitores, ocorrerá um empate. Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, explica que, nesse caso, a decisão vai parar na Câmara dos Deputados e a comissão recém-eleita de cada estado tem direito a um voto entre os três candidatos mais votados. Aquele que somar maioria em pelo menos 26 dos 50 estados torna-se presidente. Segundo a 12ª Emenda, se nenhum dos concorrentes conseguir a maioria até determinado prazo, o vice-presidente assume o cargo da presidência. Se também não existir maioria para o vice, as delegações da Câmara deixam de fazer parte da decisão e apenas senadores elegem o representante.” Leia a entrevista completa aqui: https://lnkd.in/ddJKViac #IstoÉ #Eleicoes #EstadosUnidos #Guerra #Clausewitz #EstudosEstrategicos #StrategicStudies #Realismo #Realism #Realpolitik #DireitoInternacional #InternationalLaw #Geopolitica #RelacoesInternacionais #Geopolitics #InternationalRelations #VitelioBrustolin #estudosestratégicos #ConselhoDeSeguranca #ONU #Brasil #UN #SecurityCouncil
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#professorgilmar #trump Francis Fukuyama, renomado politólogo norte-americano, expressou críticas contundentes à gestão de Donald Trump durante sua presidência. Fukuyama argumenta que a falta de experiência política e a abordagem desregulada de Trump para a governança comprometem a eficácia do governo. Em suas palavras, “Trump não tem condição para ser presidente de nada”, refletindo uma profunda insatisfação com a liderança que privilegia o populismo em detrimento das instituições democráticas. Pesquisadores como Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, em seu trabalho "Como as Democracias Morrem", ressaltam a importância das normas democráticas e do respeito às instituições. Eles afirmam que líderes que não respeitam essas normas podem minar a democracia, algo que Fukuyama vê claramente na administração Trump. A erosão da confiança nas instituições, uma consequência direta do comportamento do ex-presidente, é um tema recorrente nas análises contemporâneas sobre a política americana. Além disso, Fukuyama observa que a polarização exacerbada durante a presidência de Trump não apenas dividiu o eleitorado, mas também fragilizou a governabilidade. A incapacidade de construir consensos e dialogar com adversários políticos é uma crítica que ecoa entre os estudiosos da política moderna. A socióloga Arlie Russell Hochschild, em "Strangers in Their Own Land", também destaca como a desconexão entre elites políticas e a população pode alimentar ressentimentos e radicalizações, um fenômeno amplamente observado durante o governo Trump. A crítica de Fukuyama se insere em um debate mais amplo sobre as consequências do populismo e a fragilidade das democracias contemporâneas. A falta de preparo e a retórica incendiária de Trump, segundo Fukuyama, não apenas prejudicaram as políticas públicas, mas também geraram um clima de desconfiança e hostilidade que pode perdurar por gerações.
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No livro No Democracy Lasts Forever: How the Constitution Threatens the United States [Nenhuma democracia é para sempre: como a Constituição ameaça os Estados Unidos], Erwin Chemerinsky, diretor da Faculdade de Direito em Berkeley, conclui que a única solução para a situação constitucional dos Estados Unidos é começar de novo. Chemerinsky apresenta várias propostas para atualizar e corrigir o sistema, acabando por concluir que a América precisa de uma nova Constituição. E a sua primeira prioridade é abolir ou reformar o Colégio Eleitoral
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O meu artigo desta semana no Observador: https://lnkd.in/dpPEqQte «Mas importa ir além da cada vez mais evidente fragilidade de Kamala Harris para compreender como é possível que Donald Trump tenha neste momento reais possibilidades de ser eleito pela segunda vez Presidente dos EUA. O fenómeno Trump (e é, em muitos aspectos - tanto pela positiva como pela negativa - de um verdadeiro fenómeno que se trata) não pode ser compreendido sem levar em linha de conta a forma como a reacção contra o desastre neoconservador alterou profundamente a política norte-americana e, em especial, o Partido Republicano. O neoconservadorismo - com origens num conjunto de ideólogos que transitaram da extrema-esquerda para o mainstream político dos EUA nos anos 1960 e 1970 - foi no fundo uma mutação de velhos conceitos marxistas. Para os revolucionários neocons, caberia aos EUA promover o demo-liberalismo laico, progressista e globalista por todos os meios necessários - incluindo “guerras de libertação” e “mudanças de regime” promovidas a partir do exterior. Como bem sintetiza Jaime Nogueira Pinto no seu ensaio sobre a nova direita americana na revista Crítica XXI (nº 8, p. 8): “Donald J. Trump chegou à política como um meteoro. Foi a partir de 2012, bem passado dos 60 anos, que o milionário do imobiliário de Nova Iorque deu os primeiros passos entre aqueles que iriam ser os «seus». - a América popular conservadora, cansada das administrações Clinton e Obama, mas também desiludida com o internacionalismo democrático de George W. Bush, orientado pelos neo-conservadores na resposta ao 11 de Setembro. Resposta que se saldara em longas e distantes guerras para converter às instituições da democracia liberal euro-americana as periferias perigosas do Iraque e do Afeganistão.”»
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RISCOS PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA COM O NOVO GOVERNO TRUMP 🌎 Fortalecimento moral da extrema-direita brasileira: Com a eleição de Donald Trump, novos ventos sopram sobre a América Latina e o Brasil em especial. A vitória de um candidato com tantos problemas na justiça dá fôlego moral ao bolsonarismo, que celebrou a vitória de Trump e irá em peso à posse em Washington. 🔗 Conexões internacionais: Parlamentares da extrema-direita brasileira escolheram a arena internacional como prioritária à disputa política e intensificaram suas visitas ao Congresso dos EUA nos últimos dois anos, alinhando-se a legisladores republicanos. Essas alianças trazem preocupações sobre possíveis sanções a agentes políticos e de Estado e pressões contra o Brasil nesse novo ciclo político. ⚖️ OEA e CIDH sob pressão: A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) podem enfrentar uma reconfiguração estratégica. Sob influência dos EUA, há risco de cortes de recursos e redirecionamento de agendas para temas alinhados ao conservadorismo, como as agendas de liberdade religiosa e de expressão, capturadas por esse campo. 💸 Redirecionamento de recursos pró-democracia: Os programas de financiamento de ações pró-democracia ao redor do mundo, implementados pelo Congresso americano, poderão sofrer cortes ou mudanças de diretrizes sob um governo Trump, enfraquecendo importantes iniciativas no Brasil. ⚠️ O papel da desinformação e influência digital: Uma das principais agendas de defesa da democracia dos nossos tempos, a regulação das Big Techs, deverá perder força no novo governo Trump, declarado apoiador da desregulação e beneficiário direto de redes de desinformações. O ingresso de figuras como Elon Musk no governo, com a manipulação de algoritmos e o controle de infraestrutura de comunicação, agravam o cenário desafiador de deformação do debate público e influência sobre narrativas globais. Essa dinâmica nos alerta: o fortalecimento de redes transnacionais conservadoras demanda uma defesa estratégica e colaborativa da democracia. O que estamos fazendo para proteger nossas instituições e valores democráticos? #Democracia #PolíticaGlobal #DireitosHumanos #ExtremaDireita #BrasilEUA
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A mais recente pesquisa do New York Times/Siena revela que Kamala Harris voltou a crescer nas intenções de voto para a presidência dos Estados Unidos! 😮🇺🇸 Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (8/10), Harris tem 49% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente Donald Trump aparece com 46%. Essa leve vantagem de Harris já ultrapassa a margem de erro de 2,4 pontos percentuais. 📊✨ A pesquisa foi realizada entre 29 de setembro e 6 de outubro, com 3.385 eleitores, e marca uma virada em relação ao levantamento anterior, em que ambos os candidatos estavam empatados com 47%. Harris está conseguindo consolidar seu apoio entre os eleitores mais velhos e até capturar parte do eleitorado republicano. 🔥📈 Além disso, Harris é vista por muitos como a verdadeira "agente da mudança" — algo que pode ser decisivo nesta eleição, já que 46% dos eleitores acreditam que ela representa melhor essa mudança, em comparação a 44% que preferem Trump. 🤔💥 Entre os eleitores não brancos, Kamala possui uma vantagem significativa, com 61% das intenções de voto, enquanto Trump tem apenas 29%. Harris também lidera entre os eleitores mais jovens, com 58%, enquanto Trump tem 34%. 📊👩🏽🦱👨🦳 Curiosamente, 43% dos eleitores, incluindo 13% de republicanos, acham Kamala Harris mais divertida que Trump. Um dado que pode fazer a diferença na conexão emocional com o público! 🎉😄 #Eleições2024 #KamalaHarris #DonaldTrump #Mudança #PolíticaUSA #BlogLucianaPombo
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TRUMP PRATICAMENTE ELEITO. O APELO DO NACIONALISMO E DAS SOLUÇÕES DOMÉSTICAS. Embora as pesquisas eleitorais mostrassem Kamala um nariz a frente, diversos analistas e acadêmicos que respeito de várias partes do mundo vinham apontando que o candidato republicano era favorito para vencer no colégio eleitoral. Por qual motivo? As pesquisas de intenção de votos precisam ser aprimoradas e talvez nunca consigam detectar todos os nuances que governam as escolhas dos eleitores. O voto ainda é algo extremamente visceral, emocional e íntimo em um mundo que praticamente baniu a intimidade na intimidade e instituiu a intimidade na publicidade. Mas as pesquisas de tracking, mais focadas em ouvir as percepções do que as indicações de voto, demonstravam a vocalização do eleitor quanto aos problemas que consideravam mais graves e que precisavam ser enfrentados pelo futuro presidente dos EUA. E quando confrontamos as reclamações dos eleitores com as promessas dos candidatos, há uma certa clareza de que Trump tem oferecido algo mais próximo do que os estadunidenses querem do que a candidata democrata. Há um certo esgotamento do eleitor médio com a globalização, com a política institucional e com as promessas embasadas em soluções multilaterais e multiculturais. Para cosmopolitas (e me incluo aqui nesta crítica) como eu, um mundo multipolar e multilateral é um lugar melhor para se viver, mais justo e mais democrático. Mas a questão é: este mundo multicultural e multilateral tem entregado o que prometeu à maioria? Com Milei e Trump, fica nítido um novo zeitgeist do eleitor: está cansado das promessas do multilateralismo. Prefere agora as soluções simples da nacionalismo. Cada um que cuide do seu quintal. Reforça-se o apelo das soluções domésticas mesmo em um país cansado de intervir mundo afora como um xerife muito bem armado. No próximo post falarei de quem está celebrando e de quem está lamentando a provável a vitória do partido republicano. https://lnkd.in/d8_MyVNb
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1ª PARTE OS ASSUNTOS INACABADOS DE TRUMP PARA O “GRANDE ISRAEL” Jonathan Adler Em 5 de novembro, o ex-presidente Donald Trump garantiu uma vitória retumbante sobre a vice-presidente Kamala Harris nas eleições presidenciais dos EUA, vencendo todos os sete estados decisivos no colégio eleitoral, bem como o voto popular – o primeiro para um candidato republicano em duas décadas. . É claro que o descontentamento com a política de Biden-Harris em Gaza não foi o fator decisivo na derrota de Harris que muitos previram, dadas as margens da vitória de Trump. Mas desempenhou um papel significativo e os Democratas terão de fazer um investimento significativo para reconquistar os eleitores muçulmanos e árabes americanos, em particular, em futuros ciclos eleitorais. A vitória de Trump, por outro lado, não parece ser evidência de uma mudança popular para a direita na política dos EUA em relação a Israel, embora isso possa muito bem ser o resultado do seu regresso ao cargo. Para desvendar os resultados eleitorais e compreender as implicações de um segundo mandato de Trump para a política dos EUA em relação a Israel-Palestina, a +972 Magazine conversou com Lara Friedman, presidente da Fundação para a Paz no Oriente Médio (FMEP) e especialista de longa data em política americana e israelense (divulgação completa: FMEP é financiadora da Revista +972). Para Friedman, a semana passada revelou as consequências do fracasso dos Democratas em levar a sério as preocupações da sua base - simplesmente assumindo que acabariam por apoiar Harris - e de tentarem flanquear os Republicanos na sua boa-fé pró-Israel como parte do seu apelo, ao chamado eleitor centrista. Esta foi uma lição, como salienta Friedman, que os Democratas poderiam ter aprendido com os seus homólogos israelitas no Partido Trabalhista, que se tornou obsoleto ao não oferecer uma alternativa real à direita israelita. Depois de um ano de guerra devastadora em Gaza, ajudado e encorajado por uma administração democrata que não estava disposta a impor quaisquer linhas vermelhas ao governo israelita, Trump fez um apelo cínico, mas eficaz de última hora aos eleitores insatisfeitos, apresentando-se como o “anti-guerra” candidato que pudesse garantir uma paz rápida e duradoura. Friedman, no entanto, sugere que não devemos olhar para Trump, mas para aqueles que o rodeiam – para figuras como o antigo embaixador David Friedman, Jason Greenblatt e outros que se comprometem a continuar o trabalho inacabado do primeiro mandato de Trump. Este é um trecho da minha entrevista com Lara Friedman. Leia o artigo completo amanhã na Revista +972.
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