Publicação de Jamile Silva

Há alguns dias venho refletindo sobre a relação das organizações com seus colaboradores no processo de desligamento. Qual não foi minha surpresa quando hoje, um grande amigo me confidenciou que seu gestor imediato, um “C” level, havia sido desligado (a palavra correta é demitido mesmo mas, o mundo corporativo adotou desligamento para “amenizar” o peso da palavra demitir) mesmo tendo sido muito bem avaliado no ultimo ciclo de “performance”. Isso levanta questões sobre o que leva um profissional sênior, com habilidades e competências notáveis, a ser desligado de repente, mesmo sendo um modelo exemplar de trabalhador. Quais critérios orientam essas demissões? Será que, mesmo tendo sido bem avaliado, esse profissional perdeu seu status de exemplo em pouco tempo? E se essa for a razão, não seria justo dar a ele a chance de reverter a situação, especialmente considerando suas contribuições consistentes para a empresa? Consideremos que a demissão foi/é realmente necessária - não nos esqueçamos da avaliação do profissional - será que em algum momento foi investigada a possibilidade de este profissional estar enfrentando problemas familiares/pessoais, ou talvez esteja sofrendo de problemas de saúde física ou ainda emocionalmente instável, o que é claro, justificaria uma mudança de comportamento (caso seja essa a razão). Não havendo uma razão "primeira" vinculada ao profissional, o que seria então motivo para o desligamento? É crucial ainda questionar se os profissionais em processo de desligamento estão sendo devidamente acolhidos, cuidados e apoiados durante esse momento extremamente doloroso. Creio que temos um tópico muito importante e necessário para reflexão...

Reflexão: Recebi essa mensagem no dia em que fiz o desligamento de um colaborador. Poderia ser uma mensagem comum entre colaborador e representante do RH da empresa, mas sabe o que me chamou atenção? Quando ele menciona "você sim sabe lidar com pessoas...", essa frase pode representar o sentimento de muitos colaboradores, pois em algum outro momento, ele não se sentiu acolhido ou recebeu a atenção que deveria. O momento do desligamento, é sempre delicado, tento fazê-lo com o máximo de cuidado e receber essa mensagem ao final, me deu um certo conforto. Meu papel, é construir uma relação onde o colaborador se sinta à vontade e seja atendido de forma humanizada. Sempre me policio para não parecer robótica ou com respostas prontas no estilo copia e cola, sem dar o mínimo de atenção. Estou longe da perfeição, mas sempre em busca de ser melhor como profissional . Seja na admissão ou no desligamento, que sejamos principalmente, humanos 🧡 #RH #GiGroup #Changelives

Há alguns anos eu precisei demitir uma pessoa, e eu não era gestora dela, era apenas a Fran do RH. A conversa foi mais ou menos assim: "Fulana, te chamei aqui para conversarmos, pois precisamos fazer o teu desligamento." Vocês acham que isso realmente funcionou? Lógico que não! Eu não tinha como justificar esse desligamento, não consegui tirar uma dúvida sequer, e não pude nem acalmar a moça, pois ela saiu de lá "quebrando tudo". Desligamento é responsabilidade da liderança! É quem sabe motivos, pode argumentar e até trazer um pouco mais de tranquilidade nesse momento. Não delegue isso ao RH! Desligamentos nunca são confortáveis, mas é necessário fazer da forma correta!

Esse post da Francine Thomaz me lembrou uma experiência que tive quando era gerente de RH no segmento de bebidas. Um certo rapaz da área operacional, braçal, foi desligado. Eu o informei do desligamento, direitos, tudo certo e ele foi embora. No final do dia um dos supervisores entra na minha sala e tivemos esse diálogo: - Eduardo, está indo embora? - Daqui a 15 minutos, só terminando aqui. (já eram 18 horas). - Fica mais um pouco, porque o Fulano (o que havia sido demitido) está aí na porta. - Ah, ele ainda tem alguma dúvida? Chama ele lá e eu converso com ele. - Não, é outra coisa. Melhor você só esperar aqui dentro até ele ir embora. - Uai, como assim? Chama o cara, moço. Não me enrola. - Ele está do outro lado da rua, com um facão na mão e disse que quer ter uma conversa com o "neguinho do RH". - Facão?? (eu nem notei o termo racista, tinha um facão na conversa. rs). - É, você vai sair agora? - Moço, lembrei que eu preciso preparar um relatório para alguma coisa. Ainda vou levar uns... 15 minutos? - 25. - 25 minutos! Ou 30!!! Levei mais de uma hora para poder ir embora. Já imaginou? Não matem o mensageiro!!!

Compartilhando esse post que é extremamente necessário! Desligamento não é função ou responsabilidade, do RH e sim da liderança.

As estratégias para lidar com o sentimento de pena ao demitir colaboradores - É preciso avaliar o perfil, dar feedbacks e prazos para que o desligamento seja bem ponderado. O sentimento de pena é a segunda maior explicação para a falta de desligamentos necessários nas empresas. Continue lendo no link https://lnkd.in/dSTVF3k6

Hoje eu conduzi dois processos de desligamento, sendo que em um deles fiz uma recomendação. Não costumo fazer muitas recomendações, já que como membro do RH, algumas pessoas pensam que estou favorecendo diretamente o candidato. Porém, quando indico alguém, deixo a decisão final para o líder responsável. Hoje, precisei desligar o candidato que recomendei, o que sempre é uma situação difícil. Mas é importante separar as questões pessoais das profissionais nessas circunstâncias.

Nunca será fácil Desligamentos são momentos devastadores para qualquer líder. Recentemente, enfrentei essa realidade e percebi que a forma como comunicamos pode transformar dor em aprendizado. A empatia é a chave que abre portas fechadas. Quando precisamos informar um colaborador sobre seu desligamento, agir com empatia é crucial. Cada profissional tem uma história, sonhos e desafios que merecem ser respeitados. É nosso dever reconhecer isso. A verdade pode doer, mas a transparência cura. É fundamental explicar os motivos do desligamento de forma clara. A transparência evita mal-entendidos e demonstra respeito, mantendo a confiança da equipe que permanece. Isso é o que nos diferencia como líderes. Apoiar é um ato de amor em tempos difíceis. Sempre que possível, ofereça suporte na transição. Seja por recomendações ou feedback construtivo, isso pode fazer uma grande diferença na jornada do colaborador. Lembre-se: somos todos humanos e estamos juntos nessa. Cada fim é uma oportunidade disfarçada. Desligamentos trazem lições valiosas. Como líderes, devemos refletir sobre o que podemos aprender para melhorar a cultura da nossa equipe e evitar que isso ocorra novamente. É um chamado à ação para todos nós. Um sincero obrigado para aqueles que estiveram comigo nessa jornada.

So as verdadeiras lideranças para compreender que este processo deve ser conduzido com empatia 🤌😉

Nada fácil Túlio Dantas... Muitos anos atrás, no aniversário de 18 anos de uma antiga revista eles fizeram “listas” com 18 tópicos... livros a serem lidos, músicas a serem ouvidas, cidades a serem visitadas... Uma dessas listas era sobre coisas que precisamos aprender a fazer e havia dois itens em particular: demitir e ser demitido. Ambos são sobre como encaramos as situações e por mais que ser demitido nos atinja diretamente, demitir é exatamente sobre como isso vai atingir os outros e como precisamos saber colocar. Ser demitido (quase) nunca é bom e os pontos colocados abaixo podem amenizar isso, mesmo quando não somos os responsáveis diretos pela demissão então a empatia e o apoio podem fazer essa diferença. As Equipes mudam, as relações profissionais também, mas o respeito e a amizade podem durar bem mais que isso! Pensem nisso!... ao demitir... ao ser demitido... e ao pedir demissão... Sejamos profissionais ao mesmo tempo que somos “gente”! #empatia #liderança #desafio