Publicação de Leandro Augusto Hamester

Fernanda Torres é uma das maiores atrizes brasileiras... apenas uma de uma infinidade delas... É "lugar comum" serem bons ou boas artistas em toda a história da nossa Cultura... São estes, reconhecidos e aclamados desde sempre... Quer invejosos ou recalcados admitam... ou não... Faz parte de como lidamos com a vida, e por toda a poesia, que achou conforto nesse povo, e que reside nele em franca expansão.... Não é novidade... E sim, temos de comemorar no sentido de um reconhecimento merecido e atrasado. Entretanto, algo que me intriga, é a forma como nós, humanos "inteligentes" lidamos com este processo depois de tantos anos... Uma entidade política como a academia de ciências e artes cinematográficas norte-americana, por exemplo, decide, de acordo aos seus propósitos, quem é bom o suficiente para ela, e à partir daí o mundo inteiro se volta para a atriz ou o ator, e dias depois vem algum cinéfilo "de porta cinema", dizendo: "Mas, sabe... a fulana ou o fulano hoje indicada(o) não 'começou ontem'... têm trabalhos assim e assado, mesmo que 'apagadinho' no filme tal..." retro-alimentando ainda mais a intenção da academia, a seus súditos, e ao público idiotizado, que não consome mais nada, que cinema ou TV, e por isto é o principal a não saber lidar com a Admiração, que à esta altura, em alguns casos, já tornou-se em "fetiche de fã"... não da arte que envolve o ator ou a atriz, mas do puro poder envolvido nestes como "celebridades"... Outros culpados, são os próprios atores e atrizes, que na sanha por "aparecer" e tornarem-se famosos, esquecem-se de que apesar do furor da indústria cinematográfica e televisiva, e agora do "Espetáculo" (porque o Teatro parece também sucumbir à demanda do espectador "empoderado"), a relação com a Arte, de fato, tem suas perdas, seus períodos de reclusão, e sua Dignidade... Não pode dar-se a este luxo-lixo. No entanto, a principal culpada é ela... A Indústria. Não existe Arte plena, democrática, e sua real conexão com o público, quando esta não compreende que a "Obra" deve ser maior que ela própria... Mas ela nunca irá render-se a isto em seu intento já "tradicional"... O que precisa mudar, é a "tradição" do público, que não enxerga o talento - e todos ganhos saudáveis de seu valor - que está quase sempre diante de seus olhos -, e, subitamente passa a enxergá-lo pela ação de uma academia duvidosa, que mantém em sequestros ideológicos a seus atores... que sempre foi condenada e combatida por grande parte desses próprios atores, e que sustenta até a genocídios, e que agora pode arrumar um jeito de reconhecer, com uma estatueta dourada, aquilo que sempre existiu no Brasil (e que não é novidade nem para os norte-americanos ), para manter o seu público brasileiro domado, consumindo, como desde sempre, o lixo de entretenimento, de "supremacia", e de imperialismo contido em quase tudo em suas produções. .

Imagine que você encontrou um livro em uma livraria e, ao analisar a capa, percebeu a ausência do nome do autor. No lugar dele, apenas o nome do editor. É ridículo quando colocamos no contexto literário, mas corriqueiro quando pensamos no cinema. A comparação não é lá tão justa, confesso. Afinal, embora a literatura também envolva o trabalho de muitos profissionais, o papel colaborativo do cinema edifica ainda mais o processo. Apesar disso, ainda vale refletir: até quando vamos justificar como "cultural" o apagamento do trabalho do roteirista? Quando eu vejo uma matéria CITANDO o nome da pessoa roteirista, é como encontrar uma pedra rara. Preciso compartilhar ELA e não as demais. Muitos portais anunciaram o prêmio DE ROTEIRO no Festival de Veneza conquistado por Murilo Hauser e Heitor Lorega, pelo filme "Ainda Estou Aqui", citando apenas o diretor (e não os roteiristas verdadeiramente contemplados). No lugar de chocar, me vem apenas: "mais um dia nessa profissão pouco valorizada". É preciso apostar na formação de público que, na base, reconheça o trabalho do roteirista? Sim. Essa situação está ligada a uma certa nova onda do jornalismo, que precisa encontrar o gancho mais poderoso para gerar impulso para o clique? Sim. Estamos dispostos a aguardar grandes mudanças estruturais para corrigir essa falha? Não. Quando ainda fazia parte da diretoria da ABRA, quantas conversas com jornalistas não soube/acompanhei, com o objetivo de simpelsmente pedir pela creditação devida? Por fim, parece que mudou quase nada. Continuamos nessa, torcendo para sermos mencionados em matérias mesmo quando somos o foco. Que loucura. Resta também celebrar essa conquista incrível para o cinema brasileiro e dizer que, mesmo que a Exame tenha mencionado Murilo Hauser e Heitor Lorega no texto, poderia ser MUITO MELHOR. Temos um destaque para o diretor no título, linha-fina e menção aos roteiristas apenas no segundo parágrafo.

Com o lançamento do novo filme Divertida Mente 2, ficamos todos empolgados (e ansiosos) com as diferentes emoções ilustradas nas cenas. Cada uma com seu jeito de ser dentro de nossas cabeças, costuradas brilhantemente pelos roteiristas da Pixar e Disney. Nossa Presidente, Cecília Russo, também foi ver o filme e prestou uma atenção especial na emoção representada como a ansiedade. No nosso mundo, que valoriza a velocidade e o imediatismo, a ansiedade corre solta em muitos de nós, inclusive em marcas que fazem decisões precipitadas. Afinal, o que esse filme nos ensina sobre nós mesmos e sobre as marcas com quem interagimos? Leia o artigo completo da Cecília clicando no link abaixo para saber mais! https://lnkd.in/dE4Wa6E4

"Acabei de ter uma conversa incrível sobre o filme 'Negócio das Arábias'! É uma história fascinante que nos leva a refletir sobre as diferenças culturais e a busca pela compreensão mútua. Recomendo a todos que assistam e compartilhem suas opiniões! #Cultura #Cinema #NegóciodasArábias"

Escorsim dizendo que não vale assitir Ainda estou aqui, eu acho que vale sim!!! Francisco Escorsim critica "Ainda Estou Aqui", alegando que o filme, apesar do ufanismo da mídia, não justifica sua recepção. Ele argumenta que a obra transforma personagens em símbolos ideológicos, perdendo profundidade e foco narrativo. Embora sua análise seja válida, é importante contestar essa visão.A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro e uma possível indicação ao Oscar podem trazer benefícios significativos para a sociedade brasileira. Primeiramente, isso destaca a importância da memória histórica, promovendo discussões sobre a ditadura militar e suas consequências, essenciais para a conscientização social. O filme serve como um convite ao diálogo político em um Brasil polarizado, incentivando a reflexão sobre autoritarismo e direitos humanos.Além disso, o reconhecimento internacional do filme pode elevar o cinema brasileiro, mostrando sua capacidade de abordar temas complexos e emocionais. Essa visibilidade ajuda a conectar novas gerações com a história do país, promovendo uma cultura de resistência contra a opressão. Portanto, enquanto Escorsim critica o viés ideológico do filme, é crucial reconhecer que essa abordagem pode enriquecer a discussão sobre questões sociais relevantes e fortalecer a identidade cultural brasileira.

Está nos cinemas o filme que tem chances de nos levar de novo ao Oscar. Vai acontecer? Não sei, mas deveria. Se você quiser ajudar, aproveite que é terça-feira e vá ao cinema ou tente um ingresso para ver "Ainda Estou Aqui" esta semana. O filme é impecável, sobretudo na missão de nos fazer lembrar e sentir com um nível de proximidade que só é possível para quem viveu algo similar ou quando a narrativa faz com que nos sintamos parte da história. Murilo Hauser, Heitor Lorega (roteiristas), Walter Salles (diretor) e os demais envolvidos na obra conseguiram esse feito, valendo mesmo destacar a atuação de Fernanda Torres (atriz no papel principal). A história deixa de ser um intangível de "sumiram com algumas pessoas" para sumiram com alguém em quem a gente consegue se reconhecer, e vira realidade. (Não, não vale para todo mundo. Seria ingenuidade achar que todo mundo teria a mesma coragem de Rubens Paiva ou de Euníce Paiva). Não se faz isso sem repertório, curiosidade, conhecimento e empatia, menos ainda sem memória. É o resgate do que quer que tenha sido que torna um relato crível, capaz de conectar e fazer com que as pessoas se identifiquem emocionalmente ― o nível mais alto de identificação, devo dizer. É possível fazer isso através da ficção. Às vezes, funciona até para quem aposta nas hibérboles do Linkedisney para engajar. Contudo, sabendo que para a maioria dos que me acompanham faz mais sentido manter os pés na realidade, ter mais compromisso com a verdade e intencionalidade, deixo a dica: vá ao cinema assistir a "Ainda Estou Aqui". Podendo, vá durante a semana e aproveite umas horinhas para além do trabalho. Se for como eu, leve um lencinho 🥹

Sensacional. Precisamos de mais gentileza e empatia.

Simples assim!

Sem comentários!

nossa que reflexao atual. de pura realidade