O que a Dexco faz em inovação? Usina de ideias coloca Dexco no 3º lugar do ranking. Programa Imagine recebeu mais de 28 mil sugestões dos 12 mil colaboradores em 2022 e 2023 e já gerou R$ 43,7 milhões em ganhos para a empresa. Na Dexco que fabrica painéis de madeira, louças sanitárias e revestimentos cerâmicos, o funcionário não precisa necessariamente ser um inovador nato, mas deve estar com a cabeça aberta a mudanças e em constante busca por melhorias e novas saídas para conhecidos problemas. A afirmação é de Antonio Joaquim de Oliveira, presidente da companhia, que foi considerada neste ano a terceira mais inovadora do país no ranking Valor Inovação Brasil, elaborado em parceria com a Strategy&. “É imprescindível apostar em inovação para manter nossa participação de mercado e disputar com os concorrentes”, diz Oliveira. A empresa, conhecida anteriormente como Duratex e vencedora também na categoria de materiais de construção do ranking, emprega diretamente 103 funcionários no setor de pesquisa e desenvolvimento, mas incentiva todos os seus 12 mil colaboradores a participar de seus programas de inovação. A companhia é dona das marcas Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Ceusa, Durafloor e Castelatto. O que motiva a Dexco a manter o espírito empreendedor em sua cultura vai além do pragmatismo do lucro, embora, claro, o resultado no fim do ano seja fundamental. A abordagem de seus programas, que somaram cerca de R$ 500 milhões em 2023, visa também valorizar e motivar os funcionários de todos os departamentos a se engajarem na evolução da empresa. “A inovação se tornou um driver essencial. Temos de lembrar que nós somos uma companhia antiga, de mais de 70 anos, que tem uma história de sucesso, mas a gente não pode só olhar para a história. Também precisamos construir o caminho de sucesso futuro”, afirma Oliveira. “Renovar as empresas do grupo, com milhares de funcionários, não é uma tarefa trivial. Procuramos trabalhar a inovação junto com a cultura da companhia, fortalecer o mindset voltado para o digital e, com, isso preparar os caminhos para que a empresa seja cada de vez mais aberta a novas soluções.” São duas as frentes em que a Dexco opera para atingir esses objetivos: a inovação interna e a aberta. Além dos programas voltados para dentro, a companhia também está bastante atenta aos movimentos disruptivos do ecossistema empreendedor e criou formas de participar desse movimento com o fundo de venture capital DX Ventures e o programa Open Dexco. O diretor de inovação da empresa, Daniel Franco, explica que o objetivo é fomentar startups que atuam em parceria com a Dexco para resolver os problemas da operação. “Cada vez mais a inovação vem do setor externo, dos mercados, de startups e de novos processos que surgem. As empresas não podem ficar enclausuradas no seu mundo, é externamente que surgem as disrupções”, afirma Franco.
Os engenheiros, que foram trabalhar na Castelatto, empresa de revestimentos de concreto arquitetônico adquirida pelo grupo em 2021, tiveram a ideia de utilizar o pó residual para produzir um piso sustentável. O pitcher deu mais estabilidade mecânica ao revestimento, trouxe robustez e ganho de custo, além de representar o reaproveitamento inteligente de um resíduo. Para cada mil toneladas de pitcher reaproveitado, é gerada uma economia de R$ 240 mil. Além de eliminar os custos de destinação do pitcher para o aterro, o processo gerou ganhos logísticos e diminuiu o volume de compra dos agregados usados anteriormente na produção, como areia e pedra. O revestimento foi lançado pela companhia ao mercado em março de 2024. O desenvolvimento do novo piso contou ainda com o uso de dados, ferramentas de inteligência artificial e algoritmos, que deram agilidade ao trabalho. Segundo o presidente, em um ciclo normal, o piso sustentável levaria de dois a três anos para entrar no mercado, mas com o ciclo de inovação implementado o produto saiu do papel em poucos meses.
Por meio de uma plataforma digital, o programa Imagine lança desafios internos e orienta os colaboradores a dar ideias para redução de custos e aceleração de produtos. Também existe uma curadoria e, em cada uma das 25 operações da Dexco, há um funcionário chamado de multiplicador, responsável por fomentar a inovação, e um ponto de contato da área financeira para discutir a viabilidade daquelas propostas. Em 2022 e 2023, a empresa recebeu mais de 28 mil ideias de seus 12 mil colaboradores. E o Imagine já gerou R$ 43,7 milhões em ganhos para a empresa. Na edição de 2023, 62 startups participaram do Open Dexco. A companhia lança o programa com um desafio e as startups se inscrevem para participar. Pode ser, por exemplo, como reduzir o tempo de manutenção de determinada máquina ou como acelerar o ciclo de um produto. Em 2023, foram selecionados 21 pilotos, e 91% deles deram continuidade aos projetos e receberam R$ 1,7 milhão para desenvolver as ideias. As empresas vão para a companhia e dão sequência à solução dos problemas. “Esse é o conceito de plataforma aberta”, diz Franco.
Bela análise e homenagem Luiz! 💪
Muito Legal Daniel , Luiz ! 🔝 Legado muito importante > Inovação >fatalmente, Sucesso Brilhante 🎯🚀👍👊
Inovação + Novos Negócios + CVO Chief Visionary Officer + Solver
4 mNa frente interna, se destaca o programa Imagine (acrônimo para “ideias mais ações geram inovação na empresa”), utilizado para fomentar a busca por soluções que reduzam custos e melhorem processos. Todos os funcionários têm acesso, e as dez melhores ideias são premiadas com uma remuneração adicional e um prêmio entregue em mãos pelo presidente em um evento. “A maioria dos projetos são da base da operação, os colaboradores das fábricas têm muitas ideias fantásticas, como, por exemplo, a de um operador que propôs uma alteração no uso de uma máquina que nos fez economizar em resina na composição do MDF, uma economia em matéria-prima só com ajuste de pressão ou de composição”, afirma Oliveira. Outra iniciativa que partiu do Imagine foi de dois engenheiros juniores. Um dos produtos mais famosos da empresa, o vaso sanitário, é composto por argila adicionada de outros minerais que vai ao forno e dá forma ao objeto. Por ser instável, o material acaba gerando refugo. Essa sobra e também os modelos que saíam fora do padrão costumavam ser triturados e transformados em um pó — chamado pela empresa de “pitcher” — que era descartado. Os engenheiros tiveram a ideia de utilizar o pó residual para produzir um piso sustentável.