Publicação de Rafael Freixo

Ver perfil de Rafael Freixo, gráfico

Healthcare & Business Transformation Advisor Latam | Partner at L.E.K. | Strategy | Private Equity | IMD MBA

Desde a recente troca de gestão e a JV do negócio hospitalar da DASA (que transferiu ~R$4Bn em dívidas para a NewCo), o mercado aguarda uma nova rodada de desinvestimentos. O objetivo é reduzir a alavancagem e permitir à gestão focar nos principais ativos do grupo. Espera-se que os próximos desinvestimentos incluam negócios de homecare, gestão populacional, ocupacional e genômica, além de (nossa visão) hospitais e centros de oncologia (especialmente no NE) que não integraram a JV com a Amil. Esse movimento, embora esperado, traz algumas reflexões: 1. O timing e a execução dos desinvestimentos podem não ser tão simples quanto analistas sugerem. Enquanto a venda de hospitais e serviços oncológicos é relativamente comum no mercado brasileiro, ativos como homecare enfrentam desafios. Operando em um mercado informal, com baixas margens e crescimento (historicamente) modesto, o homecare carece de compradores óbvios, exceto por alguns potenciais consolidadores como a Plural Care. 2. A diversificação para laboratórios exige um equilíbrio delicado entre agressividade e cautela. Na última década, laboratórios brasileiros (como Fleury e DASA) e internacionais buscaram se reposicionar na cadeia para reduzir a pressão dos pagadores. Contudo, os resultados ainda são modestos, gerando dúvidas sobre o potencial. Se cautela é crucial para testar novas ofertas (algo que parece ter faltado à DASA com o investimento no NAV), uma abordagem excessivamente conservadora pode resultar em oportunidades perdidas. O Fleury, por exemplo, posicionou-se cedo em Oftalmologia e FIV, mas permitiu que PEs assumissem a liderança nesses mercados. 3. Talvez o mercado não esteja tão preocupado assim com eficiência (pelo menos não de médio / longo prazo). Negócios como homecare, gestão populacional e saúde ocupacional têm potencial significativo para gerar economias no sistema de saúde, mas historicamente enfrentam dificuldades de escala. Além de possíveis problemas de produto, surpreende a inércia na adoção de soluções estruturantes (não estamos falando de aumento de glosas, alongamento do fluxo de caixa, negativa de pedidos, etc.) que poderiam reduzir sinistros e descentralizar o cuidado. Esperamos que os desinvestimentos permitam à DASA retornar aos patamares de resultados esperados. No entanto, questionamos se as lições da última década serão efetivamente aproveitadas por outros players do setor. O que acha? #healthcare #DASA #diagnostics #M&A

  • Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Entre para ver ou adicionar um comentário

Conferir tópicos