Acredito que muitos de vocês que fazem parte da minha rede me conhecem pela engenharia ambiental ou pela gastronomia. Sim, isso mesmo, já atuei nesses dois ramos aparentemente desconexos.
Sou formada em engenharia ambiental pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", atuei por alguns anos como engenheira ambiental e por algumas questões me afastei da área de meio ambiente. Com o passar do tempo e por outras questões também, eu me interessei posteriormente pela gastronomia até que resolvi fazer faculdade na Universidade Anhembi Morumbi e mergulhei de cabeça na nova área.
Dentro dos diferentes tipos de cozinhas que passei, notei algo bastante comum entre elas: há pouco conhecimento e engajamento quando o assunto é sustentabilidade. Pois é, algo que era tão comum no meu dia a dia e, de repente, em um outro ramo aquilo parecia de outro planeta!
Mas por que eu estou falando isso? O gatilho que me levou a escrever foi a premiação do Guia Michelin que ocorreu nessa segunda feira. Para quem é cozinheiro, não é novidade que esse é um dos prêmios mais importantes na gastronomia. Ele funciona como um termômetro da excelência, dita as regras e determina o posicionamento de um restaurante na escala de uma a três estrelas, criando e elevando a reputação em nível mundial.
A grande novidade do prêmio este ano é a Estrela Verde. Basicamente ela destaca os restaurantes não apenas pela excelência gastronômica, mas também pelo compromisso com a sustentabilidade e práticas responsáveis.
Para decidir qual restaurante merece a nova estrela, é levado em conta as práticas que demonstram comprometimento genuíno e sólido com a gastronomia sustentável. Desde a atenção dada à origem dos produtos, ao respeito pela sazonalidade, ao equilíbrio e à composição dos menus, ao trabalho de gestão dos resíduos e dos recursos, à capacidade do chefe de sensibilizar os clientes e equipe para a abordagem sustentável, à contribuição para a economia local, à autonomia energética, além da geração de impacto social positivo na comunidade local.
Esse ano no Brasil foram premiados com a Estrela Verde do Guia Michelin três restaurantes: TUJU restaurante (eu tive a oportunidade de estagiar nele), Corrutela e Casa do Porco. Propostas bastante diferentes entre si, mas cada um com práticas admiráveis.
O Tuju trata e reutiliza as águas pluviais, realiza compostagem e utiliza produtos sazonais de pequenos fornecedores. O Corrutela trabalha com produtos ecológicos de fornecedores locais, com peixe e carne de origem sustentável, bem como produz sua farinha em moinho próprio. A Casa do Porco controla a cadeia alimentar dos seus produtos desde o campo até o consumidor e ainda cria seus próprios porcos com técnicas sustentáveis.
Como cozinheira e engenheira ambiental, parabenizo os idealizadores e executores desse novo modo de cozinhar e servir. Deixo também meu apelo para a necessidade de consumirmos em locais com ações que contribuam para um futuro melhor para todos ;)
Fazendo a diferença na Alimentação
2 semFelicidade mil por estes contratos, orgulho de ter feito essa negociação comercial, ajudar na implantação (até com foto e vídeo)… o DNA é de inovar e criar fazendo a diferença 🥰