Publicação de Silvio Lach

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sócio e dir. de criação da Domus

Quando migrei para propaganda de mercado imobiliário fiquei mais feliz. Esquisito, né? Em agência todo mundo odeia fazer esse tipo de campanha. E eu adoro. Sei lá, talvez porque tenha começo, meio e fim. Acaba rápido. Aí entra outra. Vai ter gente dizendo: " mas é tudo a mesma merda". Todos os 3 quartos são na melhor localização. Aí é que entra a beleza do trabalho. O menos importante é o título. O mais importante é a percepção. Geralmente a gente vende para quem não está pensando em comprar. Não é o título que vai fazer ele comprar, por melhor que seja o título. É uma combinação de fatores. A gente precisa fazer o cara levantar do sofá. Precisa convencer o cliente de que ele era infeliz e não sabia. Tem que gerar o incômodo, afinal são os incomodados que se mudam. O impacto é dado pelo todo. Não é a propaganda que vende. É o produto. É o argumento. Ninguém compra apartamento todo dia. E tem gente que nunca vai comprar. Vai ser um, dois e olhe lá. A pergunta é: como a gente vai achar esse cara, essa família, essa mãe, esse jovem, este ser, exatamente nesse momento? Haha, não acha. Eles é que vão se encontrar de algum jeito. E um vai questionar o outro. Quem não tem piscina em casa, num dia de sol, vai ficar incomodado por um condomínio com parque aquático. Quem tem vista pro vizinho, pode ser impactado por uma vista pro verde ou para praia. E assim vão acabar se conversando, se conhecendo, ficando amigos etc. Talvez o anúncio que eu faça hoje, ajude a vender um outro condomínio uns 10 anos pra frente. Como todo grande sonho: uma viagem, um carro etc... Vai ter uma hora que vc vai querer realizar. E neste exato momento, uns 5 ou 6 lançamentos, vão disputar esse cliente que está sendo fabricado pela vida. Aí vira uma espécie de casamento. Tudo tem que casar. Lembra do ditado? Quem casa, quer casa. Cada um com seu cada um. O que parece mais caro vai afugentar um tipo de cliente. O que parece mais foda vai trazer um outro tipo. Por isso que eu digo que é a percepção que vende. Cada um vai enxergar uma coisa. A gente precisa ajudar nessa hora. Eu aposto cada vez mais no emocional. Quem nunca viu o choro de um comprador quando efetiva a compra de um apartamento não vai saber fazer uma campanha de mercado imobiliário. E são essas histórias que vendem. Cada campanha que eu crio é infestada dessas vidas e pessoas que vou conhecendo. É cheia de gatilhos. Por isso, criamos o conceito de comunicação Onlife, que é dar vida para o produto e que vem bem antes do on e do off. A alma do negócio, pra gente, não é mais a propaganda, mas sim, o produto. E nosso ganho não é mais baseado na mídia, mas na nossa capacidade de influir e incluir a comunicação na criação do produto.

Vitor Borges

// Criativo Sênior // Diretor de Arte // Designer

7 m

Mas fora do mercado imobiliário a propaganda acontece da mesma forma e com a mesma função que você detalha no texto. Não?

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