Às vezes, para aprender é preciso esquecer.
Esta afirmação pode ser estranha e de certo modo controversa, mas em algumas ocasiões, esquecer pode ser a saída para o aprendizado. A razão pela qual faço essa reflexão é o fato de que, quando nos colocamos no estado de assimilação de algo novo, trazemos conosco nossas crenças, maneiras de pensar, experiências passadas, comparação entre os diferentes ambientes que fazem parte da nossa vida e tudo isso molda a maneira como pensamos e agimos. Isso não seria um problema se não fosse por uma única razão: o mundo está em constante mudança! Em função da mudança, novas realidades aparecem e alguns velhos padrões de como enxergar certas coisas já não servem mais. Assim, aquelas crenças, maneiras de pensar e experiências passadas passam a dificultar os processos de aprendizado ao invés de ajudá-los.
Uma reflexão interessante sobre o assunto foi feita por Rubem Alves que diz:
"O que sabemos torna-se hábito de ver e de pensar, o que nos faz ver o novo, através dos óculos do velho e o transforma no que sempre vimos e tudo continua do jeito de que sempre foi.".
Murilo Gun, em um curso muito interessante sobre reaprendizagem criativa, traz essa reflexão de uma maneira mais simples, dizendo que, para mudar a forma de pensar, não basta só botar coisas novas para dentro, tem que remover coisas também, assim como atualizar um software no seu celular. Quando uma nova versão do software é instalada, algumas mudanças são reflexo de adições de funcionalidades/regras, mas outras são reflexo de alterações. Para realizar uma alteração, vc precisa apagar (esquecer) algo e escrever uma nova programação diferente.
Refletir sobre essa questão tem me feito perceber o quanto é importante, em determinados momentos, deixar para traz velhos conceitos e crenças para então poder assimilar algo novo e conseguir aprender. Exemplificando melhor, estou passando por um momento de transição de carreira. As minhas primeiras ações para voltar ao mercado foram apenas distribuir currículo, fazer cadastro em vagas ou pedir indicação para amigos e conhecidos. Tais atitudes estiveram baseadas em uma experiência do meu passado, onde, logo após o fim do meu período universitário, precisei buscar um emprego. Essa era a metodologia utilizada naquela época. Como o procedimento usado funcionou naquele momento específico, logo assumi que, consultando meus arquivos mentais, funcionaria novamente! Esta premissa me custou perda de tempo, energia e não trouxe nenhum resultado prático, chegando a me fazer questionar se as minhas capacitações eram o problema e não a metodologia. O que mudou este cenário foi a necessidade de me adequar às mudanças que ocorreram no assunto. Para isso, busquei ajuda do José Renato Siqueira Junior, um profissional especializado em transição de carreira. O resultado do trabalho foi uma real desconstrução (esquecimento) sobre o que eu sabia para a absorção (aprendizado) de uma nova maneira de buscar recolocação. A metodologia que me foi apresentada consiste em fazer um trabalho diferente de networking, demonstrando como vc pode gerar valor a partir dos seus conhecimentos e experiências e fazer com que o contato do outro lado veja em vc uma solução para algum gap e/ou dificuldade a ser resolvida. Um comportamento muito mais colaborativo, de busca de soluções, do que um simples e frio envio de currículo. O resultado deste trabalho foi o aparecimento de propostas de emprego. Ainda não me recoloquei (por uma questão de afinidade com as oportunidades e posições propostas), mas o cenário mudou completamente!
Mudar padrões, ideias e crenças gera desconforto. E vamos falar a verdade, quem é que gosta de sair da zona de conforto e ir para uma zona de desconforto? Principalmente quando existe medos, riscos, gasto de energia e tempo. Por isso, mudar é tão difícil e exige coragem. Novamente, em seu curso de criatividade, o Murilo Gun traz um pensamento sobre coragem que achei sensacional:
“Coragem não é ir sem medo, coragem é ir mesmo com medo”.
Dessa maneira, gostaria de fazer algumas perguntas a vc que possam gerar reflexão:
- Qual foi a última vez que vc mudou de opinião?
- Será que as coisas não mudam para vc devido ao apego a crenças (entendimentos) antigas?
- Vc já parou para pensar nas opiniões que vc tem firmes na sua cabeça, que vc repetiu muito ao longo da vida e que talvez precisam ser revisitadas para então serem revalidadas ou esquecidas?
Se de alguma maneira esse artigo gerou valor pra vc, compartilhe e ajude a transformar a vida de outras pessoas também.
Abraço,
Matheus Lettieri Junqueira
#gzerooficial #reaprendizagemcriativa
Engenheiro Civil - Especialista em Avaliações e Perícias
4 aMatheus, excelente texto! Inspirador e desafiador! As perguntas no final concluem com chave de ouro! Não estar atendo a isso é o primeiro passo para o obsoletismo de cada um! Sucesso!
Business Development Manager | Executive Sales Manager
4 aBela reflexão! Parabéns!
Educação Corporativa | Mentor Executivo e de Carreira | Palestrante | Treinamento & Desenvolvimento
4 aÓtimo artigo! Excelente conteúdo!
Diretor comercial | Executivo | Desenvolvimento de negócios | Vendas | Marketing | Estratégia | Consultor | Mentor | Conselheiro
4 aParabéns pelo texto, Matheus Lettieri Junqueira! Inspirador para muitas pessoas! Me identifiquei com muitos dos pontos que você abordou quando passei por uma transição de carreira. Digo que, como o próprio nome diz, isso é algo transitório, passageiro. Já, já estará de volta ao mercado e fazendo a diferença! Sucesso em sua transição!!!
CFO RDR Soluções Logísticas l C-Level
4 aExcelente artigo Matheus Lettieri Junqueira , muito atual para uma realidade que muda rápido e constante. Sucesso na sua nova jornada e conte comigo sempre.