𝐇á 𝟐𝟕 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐧𝐚𝐬𝐜𝐢𝐚 𝐨 𝐂𝐍𝐏𝐉 𝐝𝐚 𝐁𝐢𝐨𝐯𝐞𝐫𝐭 𝐅𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬𝐭𝐚𝐥 𝐞 𝐀𝐠𝐫í𝐜𝐨𝐥𝐚 𝐋𝐓𝐃𝐀

𝐇á 𝟐𝟕 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐧𝐚𝐬𝐜𝐢𝐚 𝐨 𝐂𝐍𝐏𝐉 𝐝𝐚 𝐁𝐢𝐨𝐯𝐞𝐫𝐭 𝐅𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬𝐭𝐚𝐥 𝐞 𝐀𝐠𝐫í𝐜𝐨𝐥𝐚 𝐋𝐓𝐃𝐀

Era uma vez Um Engº. Florestal, Ruralino - UFRRJ chamado Marcelo de Carvalho Silva que, em uma época de predomínio de manejo e exploração florestal de eucalipto, teve a visão de que no futuro seria necessário o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica. Assim nascia a Biovert, que neste dezembro de 2019 completa 27 anos atuando em prol da utilização de mudas Nativas em Projetos de Reflorestamento e Arborização.

Eu sou Caroline Nunes. Também sou Engenheira Florestal e Ruralina. Muitas décadas separam minha graduação da do Marcelo, mas o destino profissional nos uniu e hoje eu trabalho na Biovert.

Durante a graduação na UFRRJ sempre ouvi falar da Biovert, os professores mencionavam-na com um exemplo de empresa, e de bom profissional que o dono é. A Biovert abraçava os projetos e crescia cada vez mais com um viveiro de potencial para produzir 1 milhão de mudas.

Em 2017, 3 dias após apresentar minha monografia, e de fato concluir minha graduação, através da Expedição Brasil Norte Sul - um lindo projeto de um professor da UFPR - Renato Robert que cruza o país mostrando oportunidades florestais - tive a oportunidade de fazer uma visita no viveiro de mudas da Biovert, localizado em Silva Jardim/RJ.

Junto com mais 40 alunos, durante a visita nos maravilhamos com o tamanho e a beleza daquele lugar. A região realmente encanta muito. É uma verdadeira floresta atlântica, riquíssima em diversidade de fauna e flora. E, assim, conhecendo aquele viveiro, fomos apresentados a todos os processos e desafios para se obter uma muda de árvore nativa.

Qual o propósito deste texto?

Em tempos nos quais é mais fácil Criticar o outro do que tentar compreender como algo funciona de fato, venho aqui compartilhar com vocês algumas questões relacionadas a produção de mudas nativas:

1. Muitos acham que "fazer" muda é apenas coletar sementes, colocar na terra e acabou. Ou até mesmo pegar o feijãozinho, colocar num algodão, regar e acabou. Mas, para começar, algo que nossos professores de primário não nos ensinaram é: de onde o grão de feijão retirará nutrientes se ele não for para uma terra com uma boa adubação?

Antes de ter as sementes é preciso marcar as matrizes de árvores que tem potencial para coleta. Cada espécie de flora recebe um tipo de beneficiamento de seus frutos. E cada espécie responde de forma diferente aos estímulos de semeadura na terra, ou na areia. Questões como a perda de água - podendo ser rápida ou não - devendo ser logo armazenada em uma câmara fria; tempo de germinação germina (muitas dependem de algum processo de escarificação, para quebrar essa dormência e de fato germinar) entre outros... E isso porque estou falando apenas da fase de semente.  

2. Após germinar em uma sementeira, o processo seguinte é a repicagem. Ela consiste na seleção e transferência do broto para recipientes (saquinhos, tubetes...). É claro que há uma demanda operacional nesse processo, já que os brotos não se transferem sozinhos! O substrato pra onde elas serão implantadas nessa fase tem que ser bem dividido na proporção correta de matéria orgânica, argila, e areia.

3. Em seguida, precisa ser feita a manutenção dessas mudas, com a retirada de capim (monda), com a famosa “dancinha das mudas” - maneira como chamamos quando fazemos as modificações no espaço de localização destas nos canteiros - por conta de acesso à recursos essenciais ao seu desenvolvimento, como luz e água de irrigação.

4. O passo seguinte é enviar a muda para a casa de vegetação. Nesse local, elas são armazenadas para não perder muita água para o meio externo enquanto são pequeninas.

5. Conforme vão crescendo, as mudas passam para a área de rustificação, com exposição direta ao sol e ao tempo. É um processo no qual passamos a "mimar" menos a muda, para que ela entenda como funciona a "vida real" e que não vai ser sempre moleza; ventos fortes, sol a pino, chuvas intensas e etc. Para seguirem para a rustificação, as mudas são novamente transferidas de recipiente, com espaços maiores capazes de acompanhar o seu desenvolvimento. Nota: algumas dessas mudas, se forem ser utilizadas para a arborização urbana na cidade do Rio de Janeiro, precisam atingir necessariamente uma altura de 2,5m.

Imagine você, quanto esforço (pessoas trabalhando, água utilizada para manter as mudas vivas pois não podem apenas depender de chuva, custo de manutenção do próprio viveiro florestal) isso não demanda?

Bom... E depois de uns bons meses - ou até ano, dependendo da espécie - a muda pode estar apta a ser utilizada em algum projeto florestal, dependendo, ainda, de inúmeras outras questões.

Ufa!

A ideia desse relato é esclarecer, para todos que não são técnicos no assunto florestal, o quão especializado, minucioso e complexo é o trabalho. Isso sem considerar a energia e o esforço de uma equipe que atua em prol do desenvolvimento e produção de sementes e mudas.

Existem processos.

Muitos, como você pôde notar. E 𝐓𝐎𝐃𝐎𝐒 esses processos são realizados por pessoas que acreditam e precisam desse trabalho.

Agora uma última contextualização:

Desde o momento em foi feito o acordo para realizar a Cerimônia de Abertura das Olimpíadas com 𝐓𝐎𝐃𝐎𝐒 os atletas entrando com sementes e colocando nos respectivos tubetes para serem germinados e mantidos em um viveiro florestal, até futuramente as mudas se desenvolverem - através de todos os processos que citei acima - e de fato poderem se tornar parte da Floresta dos atletas, a Biovert manteve o COMPROMISSO AMBIENTAL de, a despeito de todas as dificuldades listadas no meu texto, cuidar de todas as 207 espécies de mudas nativas e 13.725 mudas até que alguma solução fosse dada para sua implantação e custeio.

E isso, principalmente porque existia o Marcelo de Carvalho, ruralino, visionário, alguém que sempre acreditou que um dia seria possível implantar essa floresta. E que não desistiu, nem quando tudo parecia desmoronar.

Parece poético, mas não é. É real.

Pra você que conseguiu ler até aqui...

Essa foi uma breve introdução, diria até que de bastidores, da matéria que lhes apresento aqui embaixo, que conta o processo burocrático (e não o lado técnico, já que esse eu citei aqui) pelo qual a empresa passou para colocar essa floresta no chão. Ela é informativa e pública, para quem quiser compreender melhor a situação do Plantio da Floresta dos Atletas pela Biovert ...

𝙿𝚕𝚊𝚗𝚝𝚒𝚘 𝚍𝚊 𝙵𝚕𝚘𝚛𝚎𝚜𝚝𝚊 𝚍𝚘𝚜 𝙰𝚝𝚕𝚎𝚝𝚊𝚜

𝙳𝚊𝚝𝚊: 𝟷𝟶 𝚍𝚎 𝚍𝚎𝚣𝚎𝚖𝚋𝚛𝚘 𝚍𝚎 𝟸𝟶𝟷𝟿

𝙻𝚘𝚌𝚊𝚕: 𝙿𝚊𝚛𝚚𝚞𝚎 𝚁𝚊𝚍𝚒𝚌𝚊𝚕 𝚍𝚎 𝙳𝚎𝚘𝚍𝚘𝚛𝚘 –

𝙴𝚜𝚝𝚛𝚊𝚍𝚊 𝙼𝚊𝚕. 𝙰𝚕𝚎𝚗𝚌𝚊𝚜𝚝𝚛𝚘, 𝟷.𝟹𝟻𝟽 – 𝚁𝚒𝚌𝚊𝚛𝚍𝚘 𝚍𝚎 𝙰𝚕𝚋𝚞𝚚𝚞𝚎𝚛𝚚𝚞𝚎 –

𝚁𝚒𝚘 𝚍𝚎 𝙹𝚊𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘/𝚁𝙹

𝙷𝚘𝚛á𝚛𝚒𝚘: 𝚍𝚊𝚜 𝟿 à𝚜 𝟷𝟻𝚑

Vitor Werneck

Aumento a performance da sua empresa através dos dados.

1 a

👏👏 Boa Caroline!

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