A ÁGUIA E A GALINHA

A ÁGUIA E A GALINHA


Você já ouviu falar na parábola da águia e a galinha? Não? Então me dá 3 minutinhos do seu tempo que eu tenho certeza que você não vai se arrepender.

Leonardo Boff (um dos grandes teólogos e escritores do Brasil) narrou essa parábola em um de seus livros (com esse mesmo nome: "A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana").


A história é a seguinte:


Certo dia, um fazendeiro saiu para capturar um pássaro. Seu objetivo era mantê-lo em cativeiro. Foi então que ele encontrou um filhote de águia. Que sortudo! Ele pegou esse pequeno pássaro e passou a cria-lo junto com suas galinhas.

5 anos após este fato, o fazendeiro recebeu a visita de um naturalista que, ao perceber a diferença entre a águia e as demais galinhas se pronunciou:


“Ei!? Esse pássaro não é uma galinha! Esse pássaro é uma águia!”


O fazendeiro disse para o naturalista ficar tranquilo. Que aquele pássaro era de fato uma águia, mas que ele havia se transformado em galinha. Que já vivia há muito tempo assim. Que não fazia sentido mudar agora. 

“Nananinanão! É uma águia e como toda águia merece voar. É a rainha de todos os pássaros e em seu coração, ela sabe disso” – disse o naturalista.

“Claro que não! Eu te garanto que ela virou uma galinha!” – devolveu o fazendeiro.

O naturalista ficou tão inconformado que pegou a águia, colocou-a em seu braço e lhe disse:


“Águia! Voe! Você não pertence a esse lugar! Você é do céu e não da terra. Você nasceu para voar e não para ciscar!”.

A águia olhou para baixo, viu suas colegas, as outras galinhas, pulou para o terreno, para o chão e se juntou a elas.

Aí o naturalista pegou a águia, subiu no telhado da fazenda, olhou para ela e disse: “Águia, já que você é uma águia, já que você é do céu e não do chão: VOE!” A águia olhou lá em baixo, viu suas amigas galinhas, pulou do braço do naturalista, desceu as escadas e foi ao encontro das suas irmãs. 

O fazendeiro contava, novamente, para o naturalista tudo aquilo que ele já havia dito: a águia transformou-se em galinha.

No dia seguinte, o naturalista (ainda embasbacado com tal situação) pegou a águia nas mãos, levou-a no alto de um monte, longe do galinheiro, longe das galinhas, perto do céu e disse-lhe: “Águia, você foi feita para o céu! VOE!”

A águia abriu suas longas asas e, ainda trêmula, começou a voar e voar e voar, tão alto e tão distante que não dava mais para ser percebida. Ela se perdeu no imenso azul do céu.

Fim da história.


A águia e a galinha é uma parábola que conta a história de alguém que estava onde não deveria. Da pessoa certa no lugar errado. De alguém que tinha um potencial imenso e que demorou anos para descobrir isso. De alguém que precisou de um terceiro para lhe mostrar o seu lugar no mundo.

A águia nasceu para viver e suportar grandes alturas. Grandes pressões e inúmeras turbulências. A galinha não. A galinha reside em um lugar seguro, tem comida na boca, é cercada de semelhantes e não possui aventuras para serem vividas.

Não deixe que uma galinha te segure no galinheiro (onde você sabe que não é o seu lugar). A águia nasceu para alçar grandes voos. Todavia, é preciso sair do galinheiro para poder planar há centenas de metros do chão. É preciso abrir as asas e voar.

Saia desse galinheiro e voe! 

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