É diferente ou tudo igual?

É diferente ou tudo igual?

Engraçada a pergunta, mas verdadeira. Vivemos numa geração onde precisamos provar algo para ser aceito ou para ser visto, já não se tem mais a realidade de que eu preciso ser verdadeiro naquilo que é minha essência, as pessoas se escondem cada vez mais atrás de uma cortina de posts onde não são expostos os gritos de alguém que não concorda com determinada situação ou realidade, está ali apenas para ser aceita, amada e para fazer parte de um grupo. Não se tem mais a coragem de se dizer não, eu não aceito, ou eu não acredito, mas de boa, podemos seguir e assim fazer com que os indivíduos que o cercam sejam capazes de entender que não somos todos "da mesma panelinha", que não estamos ali para ser mais um, para ser "massa", para ser uma soma de atitudes e pensamentos iguais, uma soma de opiniões que não podem ser diferentes ou que não pode haver discordância.

Onde estão os valores que um dia trouxemos conosco? Onde está aquela nossa vontade de falar, de expor ideais, de expor minhas realidades sem medo da perda. Foi reprimida? Ou é melhor ficar caladinho e dizer como muitas vezes expresso: fica bem quietinho que é pra mim gostar de você? Quando falo em perder, falo daqueles que torcem o rosto ou que não te convidam mais para fazer parte dos ambientes onde estes estejam porque você não quer se "misturar", onde na verdade não é isto, é que você é único e nasceu para ser diferente, não igual, e as pessoas elas perderam o senso de liberdade, criatividade, características que os fazem ser destaque em meio a multidão.

Cada vez mais me deparo com pessoas feridas, pessoas altamente carentes, pessoas armadas por não aceitarem que precisam descobrir sua essência, o que as faz ser diferente, qual o seu brilho, qual sua marca. Pessoas onde para serem completas dia a dia precisam ser curtidas em suas redes sociais para elevar sua autoestima, para que possa se achar percebida, notada, a sua relação para consigo mesmo se tornou vazia a ponto de sempre necessitar estar em contato com outra pessoa para se sentir completa, para se achar digamos assim. Já não há mais um parada diante de si mesmo e se questionar, refletir, porque dentro de si há um constante movimento, precisa estar sempre de saída, de encontros, e na volta destes o vazio é gritante, formando cada vez mais pessoas inseguras de si e de sua missão pessoal.

Eu preciso estar com fulano ou sicrano. Não você não precisa, sinto muito te dizer isto, precisamos nos relacionar, não depender de momentos para suprir carências que precisam ser trabalhadas a fim de formarem pessoas maduras e seguras de si mesmo, pessoas que estejam prontas para no momento certo e hora adequada e de forma coerente com a situação dizer, não. Porque tenho meus valores e sei qual meu lugar e estou para exercer o papel da diferença sigo independente dos achismos, mas certo de mim mesmo sigo sempre de cabeça erguida deixando que os que também tenham a mesma percepção façam parte dos meus ciclos de relacionamentos e assim deixe de buscar fora o que está dentro. Afinal de contas somos diferentes ou somos todos iguais?



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