É mais forte quem sabe mentir! - Música “Eu sei” - Legião Urbana

Aproveitando a licença poética e provocação positiva da letra desta música: é isso mesmo? É assim? Temos que nos conformar? Quem sabe mentir tem maior probabilidade de sucesso? Vale a pena mentir e ser antiético?

Com mais de 40 anos de profissão, e tendo galgado posições importantes na minha área, afirmo que “não vale a pena”. Colocar a cabeça no travesseiro e dormir, com a consciência tranquila de que, com as informações que dispunha, tomou a melhor decisão possível, não tem preço! É possível progredir profissionalmente sem se utilizar de artifícios antiéticos. Além disso, ações antiéticas podem manchar a imagem da empresa e expô-la à penalidades ou sanções, algumas vezes irreversíveis.

- “Mas, então, por que muitos agem assim”?

Não há como negar que, algumas, ou muitas vezes, pessoas antiéticas obtêm sucesso e, até, mais rapidamente, que aqueles profissionais íntegros!

Isso acontece por diversos motivos, mas, principalmente, porque seus gestores não percebem esta manipulação,  por falta de tempo ou por inexperiência. Em alguns casos, até percebem! Porém, como aquele colaborador, de alguma forma, está trazendo resultados, os gestores fazem “vistas grossas”! Em determinadas situações, sequer os “infratores” percebem que estão sendo antiéticos, uma vez que não têm valores consolidados ou vivem em situações onde o mau exemplo é dominante.

Dessa forma, colaboradores precisam ser treinados e reciclados periodicamente neste tema para que entendam como devem proceder no ambiente empresarial. Ajuda muito se a empresa possuir um Código de Ética e Conduta para disciplinar as principais ações, um canal de denúncias para dirimir dúvidas e apontar situações de desvio e, também, uma Política de Consequências.

Por último, mas não menos importante, cada um deve ter plena consciência de que o fato de pessoas pensarem ou tomarem atitudes diferentes das suas ou com as quais não concorda, não necessariamente significa que estão sendo antiéticas. A sociedade é plural, comportamentos divergem em função de cultura, modelos de educação, frustrações, dificuldades, entre outros.

Assim, caracterizar valores, princípios, objetivos e regras de conduta são ações fundamentais para a vida pessoal e para a gestão organizacional. A empresa deve informar e convencer os colaboradores sobre os seus objetivos estratégicos para que “todos remem para o mesmo lado”!

João Carlos Pelicer