É tempo de falar de empoderamento feminino!

Vamos falar de empoderamento? Mas antes, você precisa saber o real significado desta palavra, e que a mulher é uma parcela representativa da sociedade que é subjugada apenas pela sua condição de gênero.

Empoderamento é dar ou receber poder ou mais poder. Significa ainda uma ampliação da liberdade de escolher e de agir, é poder ter a livre escolha sobre os recursos e as decisões que afetam suas próprias vidas.

A pessoa empoderada pode definir os seus objetivos, adquirir ou ter as competências reconhecidas, resolver problemas e desenvolver seu próprio sustento. É, simultaneamente, um processo e um resultado. Por isso, fala-se do empoderamento das pessoas em situação de pobreza, das mulheres, dos negros, dos indígenas e de todos aqueles que vivem em relação de subordinação ou são desprivilegiados socialmente.

Quero na minha condição de mulher assumir cada um dos papéis por mim escolhidos, contando com respeito e o devido reconhecimento.

Apesar das profundas mudanças no mundo, infelizmente ainda nos deparamos com uma realidade na qual a mulher ainda sofre violência, preconceito e desvalorização injustificáveis, ou para “alguns” justificáveis exclusivamente por ser mulher. E o mais agravante é que muitos não percebem suas ações violentas mantidas no dia a dia, isso mesmo, não se reconhecessem como violentas, visto seus paradigmas embasados  por velhas crenças.

Percebe-se que há muito tempo os sonhos das mulheres foram ampliados para além do casamento ou da condição de ser mãe. Acredito serem papéis esses importantíssimos, mas outros passaram a ser desejados. Ademais, o formato do casamento ou relacionamento também sofreram transformações profundas em sua concepção. Afinal, trata-se de um compartilhamento de responsabilidades, de alegrias e de sonhos para além do lar. Acredito que antes de cuidar do outro, qualquer um precisa cuidar antes de si.

Desse modo, a busca de empoderamento compreende efetivar ações de posicionamento das mulheres em todos os campos sociais, políticos e econômicos. 

Sinto-me muito incomodada, especialmente na situação de administradora e professora universitária, quando são expostos dados nos quais no Brasil apenas 11% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, segundo dados da Pesquisa International Business Report (IBR) - Women in Business, feita pela Grant Thornton em 36 países (março de 2016).  

E se falarmos de violência... Meu Deus, o quanto se faz necessário rediscutir a situação da mulher, conhecer e ampliar informações acerca dos abusos que não restritos à violência física. Vai além do espaço doméstico, é estabelecida também nos ambientes de trabalho, expressa de diversas maneiras: física, moral, psicológica e até mesmo institucional, tanto na iniciativa privada como em instituições públicas.

Com relação ao espaço político, a ONU Mulheres, em parceria com União Interparlamentar (UIP), lançou em março deste ano um panorama sobre a participação política das mulheres no mundo. Com apenas uma ministra, o Brasil ficou na 167ª posição no ranking mundial de participação de mulheres no Executivo, que analisou 174 países. Em relação ao ranking da participação no Congresso, o país ficou na 154ª posição, com 55 das 513 cadeiras da Câmara ocupadas por mulheres, e 12 dos 81 assentos do Senado preenchidos por representantes femininas. Em síntese, alcançamos uma média de ocupação feminina de cargos eletivos no Brasil de 14%, uma das mais baixas taxas do planeta.

No mínimo um panorama classificado como desafiador para todas nós mulheres, e homens que enxergam além de toda uma construção social voltada à desigualdade. Vamos promover a igualdade em todos os espaços nos quais estejamos presentes.