A Ética está em nossas mãos!
Ninguém pode negar, o mundo mudou! A humanidade adentrou no vigésimo primeiro século da Era Cristã acompanhando a consolidação de um fenômeno capitalista conhecido como “globalização” que, além de andar de mãos dadas com a “Democracia”, tem como essência o desenvolvimento econômico com suas esperadas consequências: expansão do PIB mundial e o crescimento da arrecadação de impostos pelos governos, do resultado financeiro das empresas e do poder de compra da sociedade. Com esta receita, os mercados internos movimentariam a economia de tal forma que governos e empresas teriam recursos suficientes para investir, ainda mais, em políticas e ações socioambientais, muitas delas com o apoio do Terceiro Setor, em prol das camadas menos privilegiadas da população e do necessário Desenvolvimento Sustentável.
Mas, lamentavelmente, os primeiros anos deste novo século tem indicado que, na prática, as coisas parecem estar andando do lado oposto ao da teoria. Apesar de toda a geração de riqueza global, o que vemos é o aumento da intolerância e das guerras; da falência dos recursos disponíveis no planeta e da intensificação dos desastres naturais; da fome, da sede e das doenças que se espalham nocivamente pelos quatro cantos da Terra; e o enfrentamento de uma crise econômica generalizada por conta da especulação financeira e da liberalidade dos mercados, com requintes de uma ganância injustificável.
Além do mais, as novas tecnologias tornaram o mundo sem fronteiras, porém, com um desfecho preocupante: as pessoas (e as empresas também) estão com muito menos privacidade em razão de uma exposição excessiva, resultando em tempos de grande impacto reputacional.
E essa tal globalização também se tornou a responsável por um modelo corporativo que é uma pirâmide perniciosa: No topo estão acionistas e investidores ávidos por lucro. Em seguida, está o Board que exige dos seus executivos resultados a curtíssimo prazo com vistas a satisfazer os anseios dos verdadeiros donos da empresa. Por sua vez, é a base piramidal que recebe e suporta essa pressão. E, em muitas das vezes, a condução dos negócios fundamentada na Ética, acaba sendo deixada de lado por aqueles que carregam a empresa nas costas.
Um antídoto contra esse sistema nocivo é resgatar a “essência” das organizações! Nesse sentido, o primeiro ponto que destaco é que as empresas não tem nome. Elas possuem uma “razão social”, ou seja, uma “razão de existir” que está alicerçada nos princípios e nos valores corporativos os quais são refletidos na missão que, invariavelmente, é sempre muito mais digna e virtuosa do que simplesmente o lucro.
O segundo ponto é que não há problema algum a empresa ganhar dinheiro. Isso não é pecado! Muito pelo contrário, sem desenvolvimento econômico-financeiro fecham-se as portas da organização e se vão os empregos.
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No entanto, empresas não surgem somente para seus proprietários encherem os bolsos. O propósito corporativo tem que ser muito mais nobre do que se tornar uma máquina de lucratividade. A mesma coisa acontece com a gente. Nós não nascemos somente para conquistar tudo na vida! Nosso propósito tem que ser muito maior do que isso!
Para isso, a única solução capaz de mudar a realidade atual, é incorporar a Ética no DNA corporativo. Entretanto, você há de convir comigo que as empresas não tem vida! São as pessoas que dão vida a elas. Faço aqui uma analogia para ilustrar esta afirmação: Se somarmos o número dos CPFs dos funcionários do chão de fábrica, com os dos gestores, executivos e até do presidente, o somatório será o número do CNPJ da empresa. Foram demitidos mil colaboradores e contratados outros dois mil. Se refizermos a conta, o resultado será o mesmo porque as empresas são formadas por pessoas!
E, como a única maneira aceitável das empresas atuarem é de maneira Ética, esta responsabilidade está em nossas mãos. Portanto, não se renda a desonestidade. Não se entregue a desvios de conduta. Torne-se escravo da Ética. Com integridade conquistamos um caráter inatacável e trilhamos um caminho de sucesso. Quando muitos optam pelo errado, a ética sussurra: faça a coisa certa!