Ócio Criativo
Você já deve ter ouvido falar em ócio criativo, não é mesmo?
Mas você sabe o que de fato é o ócio criativo? Ou melhor, a importância dele na nossa vida?
Esse artigo traz alguns tópicos importantes sobre esse conceito de quase 30 anos atrás, mas ao mesmo tempo tão atual, principalmente numa época que tanto se fala em disruptura e inovação.
A IMPORTÂNCIA DO ÓCIO CRIATIVO
Ócio criativo é uma ideia inovadora desenvolvida pelo professor e sociólogo italiano Domenico de Masi na década de 90.
Segundo ele, o futuro do trabalho na sociedade pós-industrial está marcado pela união entre estudo e lazer, ou seja, definindo uma nova maneira de pensar o mercado como um todo.
Alguns tópicos relevantes abordados por Masi:
- Alegria e satisfação pessoal no dia a dia aumentam a criatividade, que por sua vez faz crescer o potencial de imaginação, Masi defende: "Existe um ócio alienante, que nos faz sentir vazios e inúteis. Mas existe também um outro ócio, que nos faz sentir livres e que é necessário à produção de ideias, assim como as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade."
- Ao contrário do que muitos acreditam, ócio criativo não significa fazer nada. Por ócio criativo, entende-se a união entre trabalho, estudo e lazer, de forma equilibrada, ou seja, experimentar a riqueza gerada pelo trabalho, o conhecimento ocasionado pelo estudo e a alegria proporcionada pelo lazer, como cita o autor: "Com trabalho, estudo e diversão, construiremos nossa identidade, não mais pelo o que temos, mas através do que sabemos".
- O conceito de ócio criativo foi desenvolvido por Masi em resposta à sua insatisfação diante do modelo centrado na idolatria do trabalho e da competitividade: "Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu trabalho e o tempo livre, e distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está trabalhando ou se divertindo".
- O ócio criativo é muito interessante no sentido de tornar o trabalho mais feliz e menos estressante, possibilitando, assim, maior bem-estar e satisfação para o trabalhador, que se sentirá mais realizado, e consequentemente, mais produtivo. De acordo com Masi: "Adotando o ócio criativo, as empresas seriam mais criativas, mais produtivas e reduziriam as despesas. Os trabalhadores teriam mais tempo para a vida pessoal, revitalizariam seus relacionamentos com a família, com o bairro, com a cultura; alimentariam a própria criatividade".
- Muitas pessoas estão infelizes em seus trabalhos, mas não pedem demissão por causa do salário. Sim, ter uma renda é algo imprescindível, mas dinheiro não traz felicidade, apenas simula. E é isso que as pessoas infelizes com seu trabalho fazem: simulam uma condição de empregadas para ostentar seus ganhos e poderem consumir, e muitas vezes se esquecem de que estão sendo, elas próprias, consumidas. O autor afirma: "A empresa é um sistema que, com frequência, produz infelicidade e medo. E desperta raiva ver que hoje em dia a infelicidade e o medo poderiam ser eliminados e, em vez disso, continuam a existir sem motivos: não são úteis a produtividade, são nocivos. Assim, quando quero fazer com que uma regra da sociedade industrial sobreviva numa sociedade como a nossa, devo impô-la. Ou com a alienação, ou com a força física, ou ainda com a chantagem psicológica. E para fazer isso, é preciso ter um desprezo quase total pela vida pessoal, afetiva e familiar dos empregados."
Enfim, a ideia do ócio criativo trazida por Domenico de Masi, nos faz parar para pensar principalmente em um equilíbrio entre a tríade: trabalho, estudo e lazer.
O texto acima é uma livre adaptação, o artigo completo está em: https://goo.gl/PZHNda