A ÚNICA CERTEZA É A INCERTEZA
Há três meses, chamei a atenção para a grave crise sanitária que se instalava com a COVID-19 e o impacto dessa nos mercados globais, trazendo grande volatilidade aos ativos financeiros.
Sem fechar as portas às oportunidades que poderiam surgir, sobretudo na renda variável e curva de juros, alertei acerca da necessidade de CAUTELA, pois era impossível prever a magnitude da pandemia e seus impactos na economia mundial.
A julgar pelos ativos de risco, a situação hoje parece bem mais confortável que aquela do início do trimestre passado. As bolsas de valores mundo afora, inclusive a Bovespa, recuperaram grande parte ou tudo do que haviam perdido.
A base, entretanto, da postagem de 01/04/20 era só uma: A INCERTEZA. E esta não mudou, pelo contrário. Começamos o segundo semestre mais conscientes que A ÚNICA CERTEZA É A INCERTEZA, como diria Z. Bauman.
Se nos meses anteriores o que mais amedrontava era o vírus SARS-COV-2, nos próximos – pelo menos do ponto de vista dos mercados – serão as possíveis consequências da recessão global e dos ¨remédios¨ utilizados pelos governos e bancos centrais, como o crescimento do endividamento público, impressão de moeda em volume sem precedente (mesmo por parte de economias desenvolvidas), taxa de juro zero ou mesmo negativa, dentre outras.
Frente a esse cenário que se tem desenhado é difícil não trazer para o radar o risco da volta da inflação em âmbito mundial e do descontrole fiscal brasileiro.
A estratégia do investidor para navegar nessas águas revoltas só pode ser aquela da DIVERSIFICAÇÃO. Não só entre classes de ativos, mas também entre mercados doméstico e internacional (esse último, hoje, facilmente acessível mesmo para pequenos investidores).
No chamado ¨novo normal¨, diversificar o risco implica tanto colocar os ovos em cestas diferentes, como guardar as preciosas cestas em lugares (países) diversos.
Atuar de forma diversificada é o último almoço grátis disponível.