2ª Transferable Skills - Habilidade para tomada de decisões

2ª Transferable Skills - Habilidade para tomada de decisões

Independente do trabalho, do cargo, ou função de atuação, existe um conjunto de habilidades que são pré-requisitos para que qualquer função seja bem executada – as “Transferable Skills”, também conhecida como “Habilidades Transferíveis”.

Sem elas, mesmo que seu currículo possua bons cursos e especializações, conquistar, ou manter uma oportunidade de trabalho, torna-se um grande desafio.

As habilidades são segundo os estudos da Murdoch University, da Austrália, que mostra as 12 competências que uma pessoa precisa ter para se destacar em qualquer profissão.

Irei publicar 12 artigos, falando sobre cada uma dessas habilidades.

Confira quais são as doze habilidades que todo o profissional precisa desenvolver para manter sua carreira relevante no futuro do trabalho:

1. Comunicação assertiva

2. Habilidade para tomada de decisões

3. Pensamento complexo para a resolução de problemas

4. Aprendizado contínuo e adaptabilidade

5. Pensamento crítico

6. Criatividade

7. Inteligência emocional

8. Confiabilidade

9. Trabalho em equipe

10. Organização

11. Senso de liderança

12. Conhecimentos digitais.


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Habilidade para tomada de decisões

A tomada de decisão, apesar de ser um termo relativamente novo, vem sendo o foco de atenção de diversas áreas de conhecimento, tais como administração, informática, economia.

As pessoas, a todo momento, têm que decidir entre as mais diversas situações e problemas, utilizando para isso as suas experiências passadas, seus valores e crenças, seus conhecimentos técnicos, suas habilidades e filosofias, as quais norteiam suas decisões

A decisão pode ser compreendida como o resultado da seleção de uma alternativa para uma determinada ação, abandonando outras. Acredita-se que a decisão é o resultado de um processo para definir uma determinada ação que seja a mais provável com a finalidade de alcançar um objetivo almejado.

Em relação as decisões referentes a uma empresa, as decisões podem ser divididas em várias categorias:

  • decisões operacionais: são aquelas que absorvem a maior parte da energia e da atenção da empresa. Tem como objetivo a maximização da rentabilidade a partir do aumento da eficiência. Envolvem decisões quanto a gastos para o apoio a atividades de pesquisa, desenvolvimento, marketing e operações.
  • decisões estratégicas: estão relacionadas a relação entre a empresa e seu ambiente, determinam os objetivos e metas, se deve haver diversificação e em quais áreas, e como a empresa deve desenvolver e explorar sua posição atual relativamente a produtos e mercados.
  • decisões administrativas: dizem respeito a estruturação de recursos da empresa para criar possibilidades de execução com os melhores resultados possíveis de desempenho. Desse modo, uma parte do problema administrativo refere-se à organização: estruturação de relações de autoridade e responsabilidade, fluxos de trabalho, de informação, e outra parte à aquisição e ao desenvolvimento de recursos: treinamento e desenvolvimento de pessoal, financiamento e aquisição de instalações e equipamentos.

Essas três categorias são interdependentes e complementares, tendo em vista que as decisões em nível estratégico necessitam de um aparato operacional para se concretizar, e que essas decisões operacionais requerem uma estrutura administrativa que viabilize sua execução. Dessa forma o grande desafio enfrentado pelos “tomadores de decisões” reside nesse equilíbrio entre essas três categorias de decisão.

Assim, a tomada decisão não é um ato simples mas sim, um sistema complexo de relações no qual existem elementos de natureza objetiva, próprios de ações, e elementos de natureza claramente subjetiva, próprio do sistema de valores dos atores, portanto trata-se de um processo.

A objetividade é relevante num processo decisório, porém não se deve esquecer que a tomada de decisão é uma atividade desempenhada por pessoas, portanto, a subjetividade estará sempre presente, ainda que o modelo não apresente clara ou explicitamente. A tomada de decisão é uma atividade que interpreta uma ação como uma escolha racional. Nesse caso, racional pode ser entendido como equivalente a “inteligente” ou “bem sucedido”, o que descreve que as ações foram bem sucedidas. A racionalidade refere-se a um particular e muito familiar conjunto de procedimentos para se fazer escolhas. Dessa forma, as teorias de escolha racional assumem os processos de decisão como baseados nas consequências das ações ou na preferência dos decisores.

O mesmo autor considera que um procedimento racional das ações é aquele que segue uma lógica da consequência, fazendo a escolha depender da resposta a quatro questões básicas:

- questões das alternativas: Que ações são possíveis?

- questões das expectativas: Quais as consequências futuras de cada alternativa?

- questões de preferências: Qual o valor (para o decisor) das consequências associadas a cada alternativa?

- questão da regra de decisão: Como será feita a escolha entre as alternativas em termos de valor (importância) das suas consequências?


Devido ao fato da tomada de decisão ser uma escolha racional, afirma-se que existem quatro elementos:

1. Conhecimento das alternativas;

2. Conhecimento dos resultados de cada alternativa;

3. Consistência dos valores subjetivos das consequências associadas a cada alternativa;

4. Estabelecimento de uma regra para a escolha com base nas consequências desejadas.


A decisão é um processo de análise e escolha entre várias alternativas disponíveis no curso de ação que a pessoa deverá seguir. Ele determinou três fases que concernem a tomada de decisão, sendo elas:

1. Coleta de informações – análise do ambiente com o objetivo de identificar as situações que exigem decisão;

2. Estruturação – atividade de criar, desenvolver e analisar os possíveis cursos de ação;

3. Escolha – seleção de uma linha determinada de ação entre as disponíveis. Desta feita, dois pontos merecem destaque:

- sequencialidade das fases: a fase de coleta de informações precede a fase de estruturação e esta a de escolha;

- repetição das fases: caso contrário, fases já completadas podem ser conduzidas novamente (feedback).


O processo decisório é uma série de ações e fatores dinâmicos que se iniciam com a identificação do estímulo da ação e termina com o compromisso específico da ação. Existem três fases, são elas:

1. Identificação – reconhecimento da necessidade de tomada de decisão e desenvolvimento e compreensão das questões implícitas na decisão;

2. Desenvolvimento – busca de uma ou mais soluções;

3. Seleção – escolha de uma solução para um compromisso com a ação.


Algumas decisões, em nosso dia a dia, requerem reflexões e uma análise detalhada, enquanto outras não. Esta variedade de complexidade pode também estar presente no nosso ambiente de trabalho. Decidir a respeito da melhor assistência que deve ser oferecida ao cliente ou sobre uma advertência que deve ser realizada a umfuncionário, é uma tarefa importante que necessita ser analisada formalmente. No processo decisório existem os seguintes componentes:

1) contexto ou situação problema: o processo decisório sofre uma grande influência do ambiente externo, seja do ponto de vista social, político ou econômico, através de regulamentações, seja do científico e tecnológico, através de tendências. Além disso existe o ambiente interno que interfere no processo de tomada de decisão, através de estratégias, políticas, diretrizes e normas adotadas pela organização. Nesse estágio é importante determinar quem poderia ser afetado e quem tem poder, que informação está disponível ao decisor e levar em conta os valores e crenças evocados pela contexto do problema.

2) encontrando o problema: os problemas vão-se aproximando sutilmente de nós, emitindo sinais de que algo precisa ser realizado. Esses sinais manifestam-se sob a forma de sintomas, efeitos indesejáveis, desconforto e desejo de mudança. Quando nos conscientizamos de que o problema existe e que somos nós os afetados, temos de decidir o que fazer para resolver o problema, ou preferir continuar vivendo com ele. Se quisermos eliminar o problema, é preciso primeiramente identificá-lo. Aqui surge um ponto importante no processo decisório: identificar o problema correto. Preferencialmente, não apenas o problema correto como também suas causas.

3) resolvendo o problema: Após a identificação do problema correto o próximo passo é resolvê-lo. Resolver o problema implica analisar os conflitos em todas as suas dimensões: porque tenho esse conflito? Com quem tenho esse conflito? O que está por trás desse conflito? Uma vez identificado esses pontos passa-se à análise das alternativas de que dispomos para resolvê-lo e à escolha da que parece melhor resolver o problema.

4) a legitimação: este processo consiste na determinação dos impactos dos resultados da potencial escolha e a sua racionalização para atender aos interesses da instituição. A legitimação vem sendo enfatizada como um ingrediente importante no processo de escolha. A legitimação supõe uma análise anterior dos decisores sobre as restrições e valores dos indivíduos que poderiam ser afetados por certas alternativas.


Fatores que influenciam a Tomada de Decisões

O desenvolvimento eficaz do processo decisório permite solucionar problemas através de uma decisão “ótima”. No entanto, um processo decisório eficaz não garante, necessariamente, decisões de qualidade, pois existem diversas variáveis que influenciam esse processo.

A forma com que as pessoas definem, analisam ou resolvem seus problemas reflete suas preferências básicas pela percepção e julgamento, ou seja, define o seu estilo cognitivo. A ciência cognitiva combina a psicologia e a neurociência a fim de compreender melhor os processos de raciocínio humano. Pesquisas demonstram que o ser humano cria mecanismos inconscientes, também chamados de heurísticos, para lidar com a complexidade inerente à vida. Os mecanismos heurísticos funcionam bem na maior parte das situações, porém ele não é seguro. Os pesquisadores identificaram uma série de falhas nesse tipo de maneira pela qual pensamos. Algumas, como na rotina heurística da nitidez, outras de julgamentos tendenciosos e anomalias irracionais do pensamento.

O processo de tomada de decisão é influenciado por diversos fatores e determinantes, que se classificam em duas categorias: individuais e ambientais.

1) Diferenças individuais Existem algumas categorias importantes de diferenças individuais que afetam o comportamento do decisor:

- recursos temporais: tanto cronológica como psicologicamente, o tempo é uma restrição final.

- recursos econômico-financeiros: embora os orçamentos de dinheiro teoricamente não tenham limites de expansão como no caso anterior, na prática isto não acontece e este é um dos principais determinantes das decisões individuais e nas empresas.

- recursos cognitivos: representam a capacidade mental disponível para empreender atividades variadas de processamento da informação. O processamento da informação trata das maneiras pelas quais a informação é transformada, reduzida, elaborada, armazenada, recuperada e recebida. Como capacidade é um recurso limitado, os seres humanos são capazes de processar apenas uma quantidade de informação de cada vez.

- atitudes, motivações, personalidade, valores e estilo de vida: esses fatores são extremamente complexos e afetam a tomada de decisão. As atitudes têm componentes afetivos, cognitivos e comportamentais. Os valores normalmente 20 influenciam as atitudes e os dois estão inter-relacionados. Entretanto, diferentemente dos valores, as atitudes são menos estáveis.


2) Influências ambientais As pessoas vivem em ambientes complexos e seu comportamento decisório é influenciado por:

- cultura: refere-se aos valores, ideias, artefatos e outros símbolos que auxiliam os indivíduos a se comunicar. Interpretar e avaliar como membros de uma sociedade.

- influência pessoal: líderes de opinião e influenciadores afetam decisões individuais.

- classe social e círculo familiar: um exemplo seria e de pessoas de uma classe sócio-econômica alta decidindo sobre onde comprar uma casa. As opções de local consideradas para a decisão podem ser somente as que confirmarem seu status social e não necessariamente as melhores do ponto de vista racional.

- situação atual: um mesmo problema pode ser abordado de maneiras diferentes por uma mesma pessoa, dependendo de uma situação atual, por exemplo, se ela estiver solteira ou se tiver um filho recém-nascido.

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