10 Gatilhos que ligam as redes sociais à (in)felicidade
Ontem (2/12/2024) o termo em inglês, “brain rot” (cérebro apodrecido, em português), foi eleito como a palavra do ano de 2024 pela Universidade de Oxford, em uma votação com mais de 37 mil pessoas. Polêmico, oportuno e provocativo para a reflexão proposta pelo presente artigo.
As redes sociais, embora se constituam em uma das mais poderosas ferramentas de comunicação e relacionamento, muitas vezes também se associam ao aumento da infelicidade das pessoas. Isso ocorre por diversos motivos, que geralmente envolvem a forma como elas impactam a autoestima, as expectativas e a percepção de realidade.
Aqui estão alguns gatilhos mentais que as redes sociais podem disparar rumo à infelicidade:
Comparação Social: Nas redes sociais, é comum as pessoas compartilharem apenas os aspectos mais positivos de suas vidas — momentos de lazer, conquistas, e experiências “perfeitas”. Isso cria uma impressão distorcida de que a vida dos outros é muito mais interessante e bem-sucedida do que a nossa, o que leva a uma comparação permanente. Esse contraste entre a realidade do dia a dia e a versão idealizada dos outros pode causar sentimentos de inadequação, baixa autoestima e insatisfação.
Busca por Validação: As redes sociais incentivam a busca por curtidas, comentários ou aumento do número de seguidores; isso leva muitas pessoas a se avaliarem com base no retorno que recebem online. Essa necessidade de validação externa pode se tornar viciante e desgastante, fazendo com que as pessoas dependam dos outros para se sentirem bem consigo mesmas, o que afeta o bem-estar emocional.
Procrastinação e desperdício de tempo: é fato que as redes sociais prendem a atenção. Seu uso, no entanto, consome muito tempo e pode levar à procrastinação, o que causa sentimentos de culpa e frustração. Ao perceberem que gastaram horas em uma atividade pouco produtiva, as pessoas podem se sentir menos satisfeitas com o que realizam na própria vida.
Aumento do estresse e da ansiedade: A exposição constante a notícias e conteúdos potencialmente negativos, como conflitos ou desastres, aumenta os níveis de estresse e ansiedade. Além disso, a expectativa de estar sempre disponível (“on”, como se diz) e atualizado, também, pode ser uma fonte de tensão.
Medo de estar perdendo algo (FOMO): O fenômeno do “medo de estar perdendo algo” (“Fear of Missing Out” ou FOMO, em inglês) surge quando as pessoas veem outras participando de eventos ou experiências que elas mesmas não estão vivendo. Nasce daí um sentimento de que estejam isoladas ou deixadas de lado, aumentando a sensação de solidão e insatisfação.
Distorção de expectativas: A vida nas redes sociais nem sempre reflete a realidade. Com a abundância de filtros, edição e seleção de conteúdo, o que é compartilhado não representa fielmente a vida real. Isso gera expectativas irrealistas sobre aparência, sucesso e felicidade, levando à frustração quando as próprias experiências não se alinham com essas idealizações.
Desconexão das relações reais: O tempo gasto online pode reduzir a qualidade do tempo passado presencialmente com amigos e familiares. A falta de interações cara a cara pode fazer com que as pessoas se sintam isoladas e desconectadas, mesmo que estejam “conectadas” online.
Cyberbullying: As redes sociais também aumentam a exposição a críticas, comentários negativos e cyberbullying. Para aqueles que sofrem essas experiências, o impacto emocional pode ser devastador, levando a problemas como ansiedade e depressão.
Sensação de permanente insuficiência: A exposição constante a padrões de vida e sucesso inalcançáveis leva muitas pessoas a sentirem que não são “suficientemente boas”. Essa sensação pode gerar sentimentos crônicos de insatisfação e baixa autoestima, criando uma visão negativa de si mesmas.
Interrupção do sono e da saúde mental: está cientificamente comprovado que o uso excessivo de telas, especialmente antes de dormir, pode prejudicar a qualidade do sono e, por extensão, a saúde mental. A privação do sono aumenta os níveis de estresse e afeta o humor, intensificando os impactos negativos do uso excessivo dessas plataformas.
Esses fatores tornam o uso das redes sociais potencialmente prejudicial para o bem-estar emocional. Para usá-las de maneira mais saudável, é importante estabelecer limites, ter consciência das realidades distorcidas e praticar o autocuidado, evitando que as redes sociais se tornem uma fonte de infelicidade.