15 de Novembro - Que País é esse?

15 de Novembro - Que País é esse?

Confesso que sou avesso a escrever sobre política, mas como no próximo final de semana teremos comemoração da proclamação da republica, fez meu lado cívico falar mais alto. Gostaria de fazer um pequeno paralelo com a situação que nossos compatriotas viviam em 1889 e nossa.

As principais causas que levaram a proclamação foram:

Crise e desgaste da Monarquia – O sistema monárquico não correspondia mais aos anseios da população e às necessidades sociais que estava em processo. Um sistema em que houvesse mais liberdades econômicas, mais democracia e menos autoritarismo era desejado por grande parte da população urbana do país.

Forte interferência de D. Pedro II - Nas questões religiosas, que provocou atritos com a Igreja Católica.

Censura - Imposta pelo regime monárquico aos militares. O descontentamento dos militares brasileiros também ocorria em função dos rumores de corrupção existentes na corte.

Liberdade Política – A Classe média e profissional liberal desejava mais liberdade política, por isso muitos aderiram ao movimento republicano, que defendia o fim da Monarquia e implantação da República.

Falta de apoio - Da elite agrária ao regime monárquico, pois seus integrantes queriam mais poder político.

Fortalecimento - Do movimento republicano, principalmente nas grandes cidades do Sudeste.

Resumidamente esses 126 anos que separam a velha republica da atual, temos muita coisa em comum. Olhando para as palavras acima em negrito, fazendo pequenas alterações, teríamos em nossos dias o seguinte: Crise e desgaste do governo, Forte interferência do Governo concedendo ministérios e pastas, Censura em função de rumores de corrupção, Liberdade política da classe trabalhadora, Falta de apoio dos empresários e Fortalecimento dos partidos contrários ao governo.

Imagino que seja consenso pelo menos da maioria que estamos passando por uma crise política, financeira e moral. Como consequências nós experimentamos um gosto amargo no aumento das taxas de juros, aumento da inflação, desemprego e uma avalanche de escândalos nas esferas políticas, governamentais e privadas.

Porém, um ponto importante de entendimento, todos concordam que os políticos não brotam ou já nascem no poder, e nem tomam a força, senão seria uma ditadura e não democracia, nós somo os provedores dos políticos.

Infelizmente a maioria da população somente fala e acompanha política nos períodos de eleições, deixe-me fazer uma pergunta quem foram seus últimos candidatos escolhidos para governador, deputado federal, deputado estadual, vereadores e prefeito? Você acompanha, a vida publica dos seus candidatos?

A atual situação exige uma ação da população, porém, como povo brasileiro somos extremamente passivos, apáticos com relação à política, precisamos mudar essa realidade.

Professores, líderes estudantis, líderes de comunidades e religiosos, pessoas de bem devem fomentar a sociedade a falar e discutir no bom sentido da palavra sobre política, só assim conhecerão seus diretos e deveres cívicos.

Que a corrupção faz parte de nossa política e cultura infelizmente sabemos que sim, mas todos os políticos sem exceção são corruptos? Não, há homens e mulheres sérias, mas a dificuldade de encontrá-los, por isso, é preciso tirar o povo da letargia política.

A corrupção nunca acabará isso porque o ser humano tem o livre arbítrio tanto para escolher o bem, quanto o mal. Algumas pessoas esquecem que a corrupção é obra nossa, ela não nasceu numa outra galáxia e veio para aqui por inspiração de alguma entidade paranormal.

Infelizmente boa parte dos nossos colonizadores iniciou um processo de “vida fácil”, levando vantagem em cima dos outros, e eu e você, acabamos alimentando essa falsa ideia de que levar vantagem sobre os outros é bom, é legal.

Explico melhor, você pode não fazer "algo" errado, mas ao vermos outros fazendo e não tomamos partido, no mínimo somos conivente com a situação. Não adianta querermos mudar o país, o governo se nós não mudarmos nossos atos, nossas pequenas infrações.  

Estamos sendo cúmplice de um fato na historia que até então, eu particularmente confesso que não esperava ver, políticos, empresários do crime do colarinho branco indo para cadeia.

A atual equipe de promotores do Ministério Publico estão fazendo uma faxina, nunca antes vista. Muitas vezes esse processo de limpeza, é dolorido, da raiva, nos deixam indignados, mas é necessário.

Como cidadãos não se pode perder essa oportunidade de mudança, temos que manifestar apoio a essa purificação contra a corrupção, contra políticos gananciosos e empresários que acham que compram a impunidade.

Não temos que ouvir imunes e passivos, pessoas dizendo “Alguém tem que fazer alguma coisa”, não! Nós devemos fazer algo, o que você tem feito para participar de mudança?

A mudança começa em nós mesmos, dizendo não! Exatamente isso.

Dizer não a furar fila, dizer não ao troco que recebeu a mais na padaria, dizer não a pagar propina ao agente de transito, dizer não ao gato net, dizer não carteirinha falsa de estudante para pagar meia, decidir dizer não o famigerado jeitinho brasileiro.

Eu creio que só há uma forma de mudar uma geração, a geração de nossos filhos, sobrinhos ou netos. A mudança vem pela educação e pelo exemplo, e isso deve ser feito em casa nas pequenas coisas, como o famoso “Diga que não estou” quando a filha atende ao telefone e é para o pai.

Se como pais, não somos os melhores exemplos, devemos nos policiar, e buscar bons exemplos para trazer para dentro dos nossos lares, através de conversas sadias, bons filmes e músicas que valorizem a ética e verdade.

Impossível? Creio que não, se cada um fizer sua parte, não tenho duvida que seja possível mudar uma sociedade. 

A mudança começa dentro de cada uma de nós, saindo da zona de conforto se não por questões políticas, que seja por uma sociedade melhor para nossas famílias e filhos!

É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada. (George Bernard Shaw).

Ótima leitura e até o próximo post!

Abs,

Obrigado Enio por compartilhar seu comentario. Abs

A passividade da população é enorme. Muitos batem no peito e cantam o hino nacional somente quando a seleção de futebol vai jogar. Se tivessem um mínimo de amor a pátria e repúdio à corrupção não estariam tão acomodados e com medo de lutar pelos seus direitos. A cultura escravagista ainda é muito forte na população.

Jose e Judite obrigado por compartilhar seus comentários. Abs

Risoleide Nascimento

Coordenadora do Curso de Direito e Professora Universitária no Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC. Membro da Academia Gamense de Letras - AGL

9 a

Excelente publicação!

JOSÉ ROBERTO REALE

Advogado - Procurador do Município Aposentado. Ex- Professor Universitário. Pullin de Araújo Advogados Associados Bacharel em Direito pela UEL. Pós-Graduação Escola da Magistratura do Paraná.

9 a

Verdade é isso precisa partir de nós. Indignação pelas pequenas coisas erradas.

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