#170 - 10 Anos de Empreendedorismo: Os Primeiros Passos para a Construção de um Legado
Hoje, celebro 25 anos como empresária. É um marco importante, mas hoje quero partilhar convosco uma fase específica desta jornada: os meus primeiros 10 anos. Olhando para trás, percebo que esses foram os anos mais desafiantes, mas também os mais transformadores. Foram os anos que lançaram as bases para o que é hoje um negócio sólido e em constante expansão.
Nos primeiros dois anos de atividade, as dificuldades pareciam insuperáveis. Tudo era novo: a gestão de equipa, a criação de processos, a implementação de sistemas que permitissem a empresa funcionar sem depender totalmente de mim. Havia a necessidade de estruturar recursos, de adaptar a cultura empresarial à visão que eu queria alcançar, e de aprender, muitas vezes da forma mais difícil, o que funcionava e o que não funcionava no mundo real dos negócios.
Os primeiros anos são uma espécie de “batismo de fogo” para qualquer empreendedora. A incerteza financeira, a necessidade constante de adaptação e, por vezes, a falta de recursos criam uma pressão tremenda. É como se, a cada dia, tivéssemos de escolher entre sobreviver ou sucumbir às dificuldades. Lembro-me vividamente das noites em claro, dos momentos de dúvida, das vezes em que pensei que talvez não tivesse sido feita para ser empresária. Mas, à medida que o tempo passava, fui aprendendo que esses desafios são necessários. São eles que nos moldam, que nos ensinam a resiliência e a capacidade de inovar.
A cultura da empresa foi, desde o início, uma das minhas principais preocupações. Como empresária, sabia que não queria apenas um negócio que gerasse lucros; queria uma empresa que tivesse um impacto positivo nas pessoas que dela faziam parte. Criar uma cultura forte, baseada em valores como a integridade, a inovação e o crescimento pessoal e profissional, tornou-se uma prioridade. Foi esta cultura que, ao longo dos anos, manteve a equipa unida, mesmo nos momentos mais desafiantes.
Os processos e sistemas, embora fossem menos visíveis nos primeiros anos, revelaram-se cruciais para o crescimento da empresa. Sem processos bem definidos, não há como escalar o negócio. E sem sistemas que suportem esses processos, acabamos por ficar presos a um ciclo de trabalho incessante e improdutivo. Os processos permitem que as coisas funcionem sem depender de nós a todo o momento, enquanto os sistemas nos libertam para focar no crescimento, em vez de nos perdermos em tarefas do dia a dia. Foram necessários anos de tentativa e erro para encontrar os sistemas certos, aqueles que verdadeiramente impulsionam o negócio sem o sufocar.
Ao longo desta década inicial, um dos maiores dilemas que enfrentei foi a escolha entre ficar estagnada ou escalar o negócio. Ficar parada parecia mais seguro, menos arriscado, mas também limitava as possibilidades. Escolher crescer, escalar, significava enfrentar o desconhecido e arriscar mais, mas também oferecia a oportunidade de transformar o negócio num projeto que pudesse durar e impactar ainda mais pessoas.
A decisão de escalar veio quando percebi que um negócio não pode viver apenas para o presente; ele precisa ser desenhado para durar. Tive de redesenhar toda a estrutura da empresa para que ela pudesse crescer de forma sustentável. Isso envolveu não só melhorar os processos e sistemas, mas também repensar a estratégia de atuação. Como empresária, compreendi que, para um negócio ter longevidade, ele precisa ser flexível o suficiente para se adaptar às mudanças do mercado e inovador o suficiente para continuar a oferecer valor, mesmo em áreas de atuação que inicialmente não estavam previstas.
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Hoje, olhando para trás, percebo que esses primeiros 10 anos foram a fundação sobre a qual construí os 15 anos seguintes. Foram anos de formação intensa, de aprender a ser resiliente, de criar algo maior do que eu mesma. E, o mais importante, foram anos de desenhar um negócio que não só durasse no tempo, mas que pudesse expandir-se e ter impacto em novas áreas de atuação.
Acredito firmemente que, como empresárias, devemos trabalhar não apenas no nosso negócio, mas também para o nosso negócio. A formação contínua, a busca por novas áreas de conhecimento e a capacidade de adaptação são essenciais para garantir que o negócio não só sobreviva, mas prospere.
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Reflexão Fotográfica: Eu, a trabalhar não no meu negócio, mas para o meu negócio. A formação continuada em várias áreas é o que me permite não só manter o negócio relevante, mas também garantir que ele continue a crescer, ano após ano.
Com carinho,
#180dias – Para ½ Século – O Diário