2 Centavos que viraram 3.
Conforme prometido, venho dando continuidade a minha análise do páreo das eleições 2018. O mais incrível que posso comentar durante essas duas semanas de medições é a volatilidade brasileira. Com certeza, ser candidato a presidência da república (e não ser presidente em sí) é um dos trabalhos de mais alto risco do Brasil. Desde 88 nós tivemos: 1 presidente que morreu antes de tomar posse, um pré-candidato assassinado, um candidato morto em acidente aéreo, um candidato sofrendo uma tentativa de homicido. Ou seja, nas últimas sete eleições, 4 foram com incidentes sérios de violência. 57% de chance de termos um assassinato, "acidente" com morte ou tentativa de homicídio em cada eleição presidencial. Eu não apostaria em coincidência.
Mas, voltando ao que interessa no momento. Usando como base ainda a pesquisa da BTG, e a atualizando apenas pelos valores do Facebook - que em artigo anterior já expliquei que pode ser usado como um bom artifício para medir a popularidade dos candidatos - não tivemos mudanças expressivas no cenário. Porém, ao analisarmos apenas a popularidade dos candidatos na rede social, tivemos sim algumas mudanças interessantes. Com a impugnação da candidatura de Lula, vemos uma migração grande de eleitores da esquerda e centro/esquerda buscando em Ciro Gomes um potencial candidato. O nome de Haddad não tem o mesmo peso que o de Lula, e sem a participação deste nas propagandas políticas o cenário para o PT toma um rumo bem complicado. No gráfico abaixo podemos ver mais claramente:
O gráfico inicial estava ordenado do maior para o menor, em número de likes recebidos na primeira semana observada, porém, como se pode perceber, na segunda semana (vale ressaltar que esta segunda semana foi após o atentado a Bolsonaro) Ciro Gomes ultrapassou Geraldo Alckmin no número de likes recebidos no período. O número percentual ao lado representa o crescimento total desde o início do acompanhamento referente a base inicial de likes totais de cada candidato. Destaco também o forte crescimento que Ciro Gomes vem demonstrando nas redes sociais, aumentando em quase 30% sua base, seguido em crescimento por João Amoêdo com um aumento de 14% nas últimas 2 semanas. Estaria Ciro Gomes ameaçando Bolsonaro? Não, não estaria - Bolsonaro já está virutalmente em segundo turno - porém, Ciro está sim ameaçando Haddad na busca do segundo turno.
Este segundo gráfico, mostra o resultado das Eleições, se estás fossem hoje, e realizadas via Facebook. Porém, vale lembrar aqui, que o único motivo pelo qual Haddad está com 24.3% de intenção de voto, era por ser candidato a vice-presidência de Lula. Que todos nós sabíamos que era apenas uma jogada para tentar mostrar ao eleitor que Fernando Haddad era o apadrinhado da vez. Porém, com o TSE efetivando a impugnação (já esperada) e proibindo até a imagem do ex-presidente e atual presidiário, na campanha do PT podemos esperar uma forte queda nesse apoio. Observem também que Ciro Gomes, capturando metade destes votos da chapa PT, passa de último para segundo colocado, enfrentando Bolsonaro no segundo turno.
Duas semanas após a primeira análise e o caldeirão só faz é esquentar. Com basicamente todos os candidatos principais ainda com chance de ir para o segundo turno, só aposto cerveja valendo um segundo turno e uma outra no nome de Bolsonaro, pois este estará lá. No momento acompanho uma outra pesquisa para melhorar o modelo de previsão de mudança de candidato para o segundo turno e farei nova atualização mais para o final do mês.
Keep up the good work, my friend!