2020 é um ano ruim?
A resposta para essa pergunta é extremamente pessoal. Em um país mergulhado nas desigualdades sociais e egoísmos, afirmar que 2020 tem sido um ano bom seria loucura, ou talvez apenas uma visão muito restrita de alguém do alto de seus privilégios. Penso também que a resposta depende da crença que cada pessoa adota para si, pois há quem diga que é o fim dos tempos e também existem aqueles que acreditam no início de uma nova era.
Eu prefiro ficar com a segunda. Acho que posso me definir como uma pessoa otimista, apesar dos acontecimentos rotineiros que insistem em tentar nos derrubar para a faixa do pessimismo desolador. Não vejo 2020 como um ano perdido. Acho que vivemos tempos desafiadores, que exigem uma nova versão de nós e um novo olhar sobre a vida.
Algo me incomoda quando vejo frases como “não vivi 2020”, “vamos pular esse ano”, “o ano foi perdido”. Retirando o sarcasmo dessas frases, vejo pessoas muito pessimistas, mergulhadas no marasmo das horas e do desânimo. Já que me defino como otimista, carrego comigo o sentimento persistente de descobrir qual o aprendizado de cada momento ou oportunidade.
Vou dar um exemplo simples: fui demitida de um emprego; tirando as consequências diretas disso, o que eu aprendi com essa experiência? Terminei um namoro, doeu, sofri, mas qual aprendizado essa pessoa me proporcionou? Como também sou uma pessoa prática, essa atitude evita ter que passar várias vezes pela mesma situação para aprender algo. Não que isso não aconteça, mas com certeza diminui a incidência.
Não está sendo diferente nesta época de pandemia. Desde o início decidi encontrar o lado bom e tirar o aprendizado necessário. Aproveitei ao máximo os 40 dias que trabalhei em casa. Trabalhei muito, mas fiquei feliz em fazer isso com meu cachorro ao lado, de poder limpar a casa nos intervalos do “trampo”, de poder passar mais momentos cozinhando com a família do meu namorado, de ter várias ideias de cuidado com a minha casa e comigo mesma.
Estou longe da minha família. Meu irmão mora na mesma cidade, mas em outra casa; minha mãe mora a 500 km e é grupo de risco. Já são cinco meses sem vê-la e essa é a minha dor da pandemia. Mas também tem seu lado bom, agora nos falamos muito mais por telefone, chamada de vídeo, comemoramos aniversários diferentes, trocamos receitas. De certa forma é bom sim, um aprendizado de como a presença faz falta.
É claro que tem muita coisa difícil no mundo. E não vou aqui falar sobre as milhares de mortes no país e no mundo, pois tenho uma visão particular sobre isso. Sou espírita, acredito que a vida continua e que caminhamos para a evolução. Portanto, a nós, que continuamos aqui encarnados, nos cabe orar pelos que deixam a vida terrena e acolher aqueles que perderam seus amores. É um momento de desenvolver a empatia, entender a dor alheia.
Não acho que vamos ser humanos melhores após o coronavírus. A natureza não dá saltos evolutivos, mas é a junção de pequenas mudanças, como escolher tirar um aprendizado de cada momento, que pode construir uma vida melhor. É tempo de ressignificar e isso significa mudar aos poucos, enxergar a beleza em cada coisa para poder classificar um ano, talvez não como ótimo, mas como bom para mim. :D
Assessor de Comunicação Empresarial | Estrategista em Comunicação | Gestor de Crises | Storyteller | Relações Institucionais | Pós-Graduado em Psicologia da Comunicação | ESG | Líder em Desenvolvimento Local
4 aEu também gostei bastante Priscilla Peres porque vejo que em meio a momentos como esse é que temos possibilidades de enxergar o que realmente importa e que podemos sair melhores. Também sou da turma do otimismo. Meu trabalho aumentou e muito por conta da pandemia. Inspira, expira, não pira e vamos em frente! Parabéns!
Contadora/ Coordenadora Contábil e Fiscal.
4 aAcho que um ano de Aprendizado.
Todos pela Vida, todos pela Paz. Prof Torquatus
4 aNada é por acaso no universo. O mundo em função de uma recessão econômica poderia estar caminhando rumo a uma guerra mundial e todas as guerras são por razoes econômicas, dinheiro mesmo. A paralisação forçada em função da Pandemia do Coronavírus, deverá levar o ser humano e especialmente os lideres mundiais, a uma reflexão sobre a desigualdade social e a partir desta reflexão pensar em um novo modelo , através do qual possa haver uma saudável distribuição de riqueza e principalmente da riqueza de conhecimento. Não é um ano perdido para mim, mas sim um ano de muita aprendizagem em todos os sentidos.
Jornalista | Analista de comunicação | Assessora de imprensa | Comunicação corporativa
4 aMe identifiquei ❤️
Ajudo marcas a criarem valor e venderem no TIKTOK | @lyralibero no IG | Palestrante e mentora | 14 anos de mercado de comunicação
4 aAcredito que "foi um ano perdido" pra quem não sente empatia, e pra quem está tão apegado ao seu próprio umbigo, que não imagina nem por um segundo que nós, frágeis seres humanos, não somos donos desse planeta que tanto judiamos. A verdade é que podemos estar nos preparando pra uma nova era sim, onde o consumo maluco e cruel que fazemos não vai mais ser aceito. O Coronavírus é o começo de um novo momento pra humanidade, embora muitos (o Brasil principalmente) esteja em negação. Nós vamos precisar ter muita empatia e união pra continuar existindo, e muita gente só vai ver isso lá na frente.