2020, ano do futuro?
Quando criança, eu via filmes de ficção que mostravam o futuro, uma vida cheia de máquinas, carros voadores, robôs por toda parte. A visão do sucesso sempre vinha com a imagem de pessoas bem sucedidas trabalhando em empresas tecnológicas com de telas 3D. Aquela famosa imagem de um executivo no topo de um arranha céu observando a cidade enquanto toma seu café.
Víamos 2020 como um momento longe em nossas vidas, algo futurista, distante. E hoje, ele está apenas a alguns dias de distância, dobrando a esquina e nos enchendo de perguntas:
O futuro já é agora? Este é o cenário futurista como nos filmes? Cadê os robôs? Já evoluímos o que precisávamos?
Estas e muitas outras perguntas pairam minha mente inquieta e sagaz a respeito de o que seria esse tal de futuro.
Prefiro observar a vida por uma janela menos “cartesiana”, sem tantas limitações temporais (passado, presente, futuro). E observando daqui, vejo um cenário interessante ao mesmo tempo que intrigante.
Ao passo que a Inteligência Artificial já é uma realidade em nosso mundo, assim como robôs, drônes e computação quântica, ainda experienciamos discrepantes cenários de atraso no trato com pessoas e animais, enquanto o planeta pede socorro. Nossas relações nunca foram tão complexas, para não dizer superficiais.
E se 2020 deveria ser o ano do futuro, onde falhamos nessa missão?
Avançamos em tecnologia, mas deixamos a desejar sobre o bem maior desse planeta: os seres vivos. Pessoas, animais e muita natureza sendo deixada como segunda, quinta estratégia. Avançamos, mas a que custo e por quanto tempo mais manteremos essa estratégia de excluir o principal e glorificar o secundário?
Estaríamos presos num passado de repressões como num insano e infinito ciclo de repetições enquanto imaginamos um futuro sem ao certo sabermos como romper toda temporalidade?
Basta observar os padrões de comportamento da grande massa de pessoas onde o maior combustível ainda é poder, dinheiro e fama. A verdade é que, enxergamos sem enxergar e vivemos sem viver. Contraditório?
Diante de um mercado cada vez mais complexo, incerto, ambíguo e volátil como tornar comportamentos mecanizados em resultados futuristas?
Minha visão é que, não há como se falar em futuro sem ao menos aprender o que é o presente. E de fato, nos permitirmos viver o momento do agora, nos tornarmos mais conscientes e observadores de nossa própria realidade, para assim percebermos que o futuro já é aqui e agora, e que o tempo(passado, presente, futuro) são apenas norteadores de uma visão ainda limitada e restrita de um todo que vai além dessas fronteiras criadas pela mente humana.
Se 2020 será o ano do futuro?
Arrisco dizer que sim, porém, um futuro ainda alicerçado em padrões ultrapassados e com muita ausência de presente. Como cada um observa isso, será o diferencial para adentrar nesse ano do “futuro”.
Por Marcela Barros