2024 no marketing: nostalgia, IA e as campanhas que marcaram o ano
Se você acha que o marketing é sobre repetir fórmulas, 2024 provou o contrário. Este foi o ano em que marcas resgataram memórias, abraçaram a inovação e reinventaram espaços para criar conexões que foram além da venda. Nostalgia, inteligência artificial, experiências imersivas e parcerias criativas marcaram as campanhas mais impactantes, mostrando que o futuro do marketing é tão humano quanto tecnológico.
Nesta edição, mergulhamos nos maiores destaques do ano e como eles moldaram o mercado. Prepare-se para explorar as tendências que não apenas dominaram 2024, mas definiram o que esperar nos próximos anos.
Nostalgia que conecta: o passado de volta ao presente
A nostalgia foi a grande protagonista do marketing em 2024. Campanhas como “Nubanc por Matt LeBlanc”, que trouxe o eterno Joey de Friends para o universo das fintechs, e a celebração dos 100 anos do Itaú, estrelada por Madonna e Fernanda Montenegro, mostraram o poder de resgatar ícones do passado para criar conexões emocionais profundas. Essas ações nos fazem refletir: quantas vezes você foi atraído por uma marca porque ela trouxe à tona uma memória querida? 👀
Essa abordagem vai além de simplesmente revisitar o passado; ela utiliza o que é familiar para gerar novas histórias no presente. A tendência Y2K (Year 2000), por exemplo, não só trouxe de volta estéticas icônicas dos anos 2000, mas também criou um diálogo direto com a Geração Z, ao mesmo tempo em que resgatava memórias dos Millennials. Essa mistura de elementos antigos e modernos transformou campanhas em experiências universais, capazes de atravessar gerações e culturas.
E aqui vale uma provocação: o que a sua marca está fazendo para deixar um legado? Quando falamos de nostalgia no marketing, não estamos apenas revisitando o passado, mas também construindo uma ponte emocional que projeta um futuro onde as pessoas se lembram do impacto que uma marca teve em suas vidas.
IA: Criatividade amplificada pela tecnologia
Se 2024 teve uma palavra de ordem, essa palavra foi inovação — e a inteligência artificial esteve no centro dessa transformação. Muito além de uma ferramenta para otimizar processos, a IA assumiu o papel de um motor criativo que possibilitou campanhas impossíveis de imaginar há alguns anos. Um exemplo impactante foi o Flying Guardians, do Greenpeace, que usou IA e dados de satélite para transformar cidadãos comuns em guardiões da Amazônia. Imagine jogar um simulador de voo que, na verdade, é uma ferramenta para monitorar desmatamento em tempo real. É inovação aliada ao ativismo, mostrando como a tecnologia pode ser um agente de mudança real.
Outro destaque veio do Banco Pichincha, com a campanha Unforgettable Women, que utilizou IA para reconstruir retratos de mulheres pioneiras no Equador, cujas histórias foram esquecidas pela história oficial. Além de dar vida a essas figuras históricas, a ação tocou em temas como igualdade de gênero e memória cultural, conectando o público a um passado muitas vezes negligenciado. Aqui, a IA não foi apenas funcional; ela foi emocional, engajando pessoas em um nível mais profundo e promovendo discussões relevantes.
Experiências físicas que transcendem o digital
Em um ano dominado pela tecnologia, 2024 mostrou que nada substitui o poder de uma experiência física bem executada. Marcas que saíram das telas e ocuparam o espaço público conquistaram não apenas atenção, mas memórias reais e duradouras no coração dos consumidores. Um dos melhores exemplos disso foi a Gatorade, que transformou ruas em playgrounds com a campanha Turf Finder. Jovens foram incentivados a abraçar o movimento e redescobrir a alegria da atividade física em um contexto urbano, onde muitas vezes falta espaço para lazer. Essa campanha não só engajou, mas também ressignificou a maneira como a marca dialoga com saúde e bem-estar.
A Nike levou o conceito ainda mais longe ao reinventar o icônico Centre Pompidou, em Paris. O museu tornou-se uma obra viva, com projeções e interações digitais que transformaram sua fachada em um espetáculo de criatividade. Essa ativação não foi apenas uma demonstração de inovação; ela mostrou como o passado cultural pode ser reimaginado de forma a dialogar com o futuro.
Essas ações não só transcenderam o digital, mas provaram que experiências físicas ainda têm um lugar insubstituível no marketing. Afinal, enquanto o online conecta, é o offline que cria laços emocionais mais profundos. O que essas campanhas nos ensinam? Que ocupar o espaço público com criatividade e propósito não apenas engaja, mas cria momentos que ficam na memória — e no coração — dos consumidores.
Quando foi a última vez que sua marca criou uma experiência que as pessoas realmente viveram?
Collabs que reinventaram fronteiras
Se 2024 foi o ano das ''collaborações'', foi também o ano em que elas deixaram de ser apenas parcerias comerciais para se tornarem verdadeiras estratégias de amplificação de marca. Campanhas como a da Coca-Cola com a Marvel mostraram que, quando duas potências se unem, o resultado pode ser maior do que a soma de suas partes. Com embalagens interativas e recursos de realidade aumentada, os fãs não só consumiram o produto, mas mergulharam em um universo de heróis e vilões, criando uma experiência que foi muito além da bebida.
Outro exemplo que roubou a cena foi a collab entre a Hope Resort e a Bacio di Latte, que trouxe biquínis inspirados nos sabores icônicos dos sorvetes da marca. Essa combinação inesperada de moda e gastronomia ativou sentidos e gerou conversas, conectando consumidores de maneira única e memorável. Essas parcerias não apenas ampliaram o alcance das marcas, mas engajaram novos públicos ao oferecer experiências multisensoriais que transcenderam o produto em si.
Dados e privacidade: transparência como diferencial
Com regulamentações mais rígidas, como a LGPD, 2024 viu marcas apostarem na transparência como estratégia para conquistar a confiança do consumidor. Empresas que explicaram claramente como utilizam os dados pessoais criaram vínculos mais fortes com seus públicos.
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Além disso, a análise de dados permitiu campanhas mais segmentadas e personalizadas, mostrando que, quando usados de forma ética, os dados podem ser uma ferramenta poderosa para criar experiências.
O segredo das marcas pioneiras: coragem para desafiar o próprio legado
Em 2024, as marcas mais inovadoras não se destacaram apenas pelo que fizeram, mas pela coragem de revisitar quem são. Para muitas empresas, ser pioneira não é sobre seguir tendências, mas desafiar a própria identidade e reavaliar o valor que entregam ao mercado. Foi o caso do rebranding da Jaguar, que abandonou sua imagem tradicional para adotar um posicionamento ousado e sustentável, reinventando-se.
Ser pioneiro exige uma mentalidade que equilibre duas abordagens complementares. De um lado, o olhar "de dentro para fora", com uma análise profunda do mercado, identificando desafios do consumidor e lacunas que a empresa pode preencher. Do outro, a visão "de fora para dentro", que envolve entender as tendências macro, desde avanços tecnológicos até mudanças culturais globais. As marcas que conseguiram integrar essas duas perspectivas descobriram novas oportunidades de crescimento, muitas vezes em áreas que antes não haviam explorado.
E aqui fica uma provocação: sua marca está preparada para desafiar o próprio legado? Muitas empresas têm medo de mexer em pilares que acreditam ser intocáveis, mas o mercado atual não perdoa estagnação. A inovação muitas vezes nasce da coragem de abandonar o que é confortável para abraçar o que é relevante. Qual história sua marca quer que o mercado conte sobre ela nos próximos anos?
Insights que ficam para você
🔹 Aposte na nostalgia com foco: use referências do passado que ressoem com seu público, mas sempre conectadas ao contexto atual e às necessidades de hoje.
🔹 IA como diferencial: transforme a tecnologia em uma ferramenta criativa e emocional, indo além da funcionalidade básica.
🔹 Experiências que marcam: invista em interações físicas ou híbridas que criem memórias duradouras e gerem engajamento real.
🔹 Colaborações bem pensadas: parcerias estratégicas podem ampliar seu alcance e trazer novas perspectivas para o negócio.
🔹 Coragem para mudar: revisite a identidade da sua marca e desafie o legado para explorar novas oportunidades.
Se 2024 nos ensinou algo, é que o marketing não é mais apenas sobre vender — é sobre pertencer. É sobre entender que as pessoas não compram produtos, mas ideias, histórias e emoções.
Tecnologia e emoção foram os grandes fios condutores do ano, provando que, mesmo em um mundo cada vez mais digital, a conexão humana ainda é o que realmente move o mercado.
E para o futuro? O palco está montado. Cabe às marcas decidirem se querem ser meros figurantes ou protagonistas na história que está por vir.
Nos vemos na próxima edição! 👋