3 Crenças Negativas Sobre a Felicidade

3 Crenças Negativas Sobre a Felicidade

Existem três principais razões para não darmos o devido valor a felicidade. A primeira é que carregamos algumas crenças negativas sobre a felicidade e por causa disso, não achamos ela tão atraente quanto deveríamos. Algo parecido acontece em relação a comida. Você vai achar comida saudável menos atrativa se acreditar que comida pouco saudável é mais gostosa. Os estudos mostram que as pessoas que acreditam nisso encontram mais dificuldades em resistir a comidas pouco saudáveis. Se você tiver crenças negativas a respeito da felicidade, vai ser mais fácil sacrificá-la em favor de coisas menos importantes.

Se você tiver crenças negativas a respeito da felicidade, vai ser mais fácil sacrificá-la em favor de coisas menos importantes

Uma crença comum a respeito da felicidade é que ela leva a preguiça. Se eu estou feliz e satisfeito, muitos pensam, então estou acomodado. Porque eu trabalharia com sangue nos olhos? Na verdade, diversos estudos revelam que a felicidade nos torna mais produtivos e bem-sucedidos. Agentes de seguros felizes vendem mais seguros, funcionários felizes ganham mais, CEO’s felizes promovem um ambiente de trabalho mais positivo que consequentemente melhora a produtividade da empresa. CEO’s felizes recebem mais bonificações por performance dos membros do conselho e lideram empresas com maiores retornos em investimento. Atacantes felizes possuem maiores médias de gol e, esse sim, é um dado muito importante aqui no Brasil =). Porque se sentir feliz nos faz mais produtivo? Uma das razões pode ser porque somos mais criativos quando estamos felizes.  Barbara Fredrickson, professora da Universidade da Carolina do Norte, chama isso de “Broadening Effect of Happiness”, algo como “Efeito de Ampliação pela Felicidade”, em seu excelente livro “Positividade”. Diversos estudos mostram que temos melhores ideias e somos mais criativos quando nos sentimos positivos ou felizes e sem estresse ou ansiedade.

Somos mais criativos quando estamos felizes

Outro erro comum a respeito da felicidade é que ela faz as pessoas serem egoístas. Se eu já estou bem e feliz, porque vou me importar com os outros? Mais uma vez, a verdade é que pessoas felizes são menos egocêntricas e muito mais altruístas. A maioria de nós sabe disso por experiência própria. Pergunte a si mesmo quando você está mais inclinado a ser legal com sua família e menos inclinado a chutar seu cachorro, quando seu chefe gritou com você ou quando foi promovido? Claro que somos mais legais quando estamos felizes, mas por alguma razão esquecemos disso algumas vezes quando pensamos sobre felicidade. Pessoas felizes são mais voluntárias em causas sociais, doam mais para caridade, doam mais sangue e julgam os outros mais positivamente.

Segundo o Professor Ed Diener, o “Dr. Happiness”, pessoas felizes vivem mais, contraem menos problemas cardiovasculares, se casam mais, mantém relacionamentos mais sólidos e duradouros, são melhores cidadãs, são mais dedicadas ao trabalho e mais colaborativas. São mais saudáveis, mais sociáveis e mais bem-sucedidas.

Pessoas felizes são mais saudáveis, mais sociáveis e mais bem-sucedidas

A terceira crença negativa a respeito da felicidade é que ela não é duradoura. É fugaz. Porque eu daria valor a uma coisa que não vai durar muito tempo? Depende de como você define felicidade. Se para você felicidade for prazer sensorial, realmente não é duradoura, mas se for amor ou conexão, tem potencial para durar muito mais. Se você define como abundância, que é a sensação de acreditar que você está bem cuidado e essa vida é perfeita com suas imperfeições, tem potencial para durar ainda mais.

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Livros/Artigos
1. Impacto positivo da felicidade na saúde, criatividade, produtividade, relacionamentos e cidadania

a. Achor, S. (2011). The happiness advantage: The seven principles of positive psychology that fuel success and performance at work. Random House.

b. DeNeve, J., Diener, E., Tay, L., and Xuereb, C. (2013), “The objective benefits of subjective well-being,” In Helliwell, J., Layard, R., & Sachs, J., eds. World Happiness Report 2013. New York: UN Sustainable Development Solutions Network.

c. Fredrickson, B. (2009). Positivity. Three Rivers Press (CA). See “Positivity” by Barbara Fredrickson (2003) reviews many of the reasons (and papers) on why feeling positive has beneficial impact on a variety of aspects, including success at work.

d. Lyubomirsky, S., King, L, and Diener, E (2005), “The benefits of frequent positive affect: Does happiness lead to success?” Psychological Bulletin, 131(6), 803 – 855.

2. Funcionários felizes são mais satisfeitos com seus empregos

a. Connolly, J. J., & Viswesvaran, C. (2000). The role of affectivity in job satisfaction: A meta-analysis. Personality and individual differences, 29(2), 265-281.

b. Tait, M., Padgett, M. Y., & Baldwin, T. T. (1989). Job and life satisfaction: A reevaluation of the strength of the relationship and gender effects as a function of the date of the study. Journal of Applied Psychology, 74(3), 502.

3. Funcionários felizes realizam melhor as tarefas, incluindo tarefas que envolvem liderança e criatividade

a. Staw, B. M., & Barsade, S. G. (1993). Affect and managerial performance: A test of the sadder-but-wiser vs. happier-and-smarter hypotheses. Administrative Science Quarterly, 304-331.

4. Funcionários felizes recebem melhores avaliações dos supervisores e dos colegas

a. Staw, B. M., Sutton, R. I., & Pelled, L. H. (1994). Employee positive emotion and favorable outcomes at the workplace. Organization Science, 5(1), 51-71.

5. Agentes de seguros felizes (ou mais precisamente, otimistas) vendem mais

a. Seligman, M. E., & Schulman, P. (1986). Explanatory style as a predictor of productivity and quitting among life insurance sales agents. Journal of personality and social psychology, 50(4), 832.

6. Funcionários felizes ganham mais

a. Lucas, R. E., Clark, A. E., Georgellis, Y., & Diener, E. (2004). Unemployment alters the set point for life satisfaction. Psychological Science, 15(1), 8-13.

b. Diener, E., & Biswas-Diener, R. (2002). Will money increase subjective well-being?. Social indicators research, 57(2), 119-169.

c. Pinquart, M., & Sörensen, S. (2000). Influences of socioeconomic status, social network, and competence on subjective well-being in later life: a meta-analysis. Psychology and aging, 15(2), 187 for a review.

7. CEOs felizes e otimistas  promovem um ambiente de trabalho mais positivo que consequentemente melhora a produtividade da empresa

a. Foster, J. B., Hebl, M. R., West, M., & Dawson, J. (2004). Setting the tone for organizational success: The impact of CEO affect on organizational climate and firm-level outcomes. In 17th annual meeting of the Society for Industrial and Organizational Psychology, Toronto, Ontario, Canada.

8. CEOs felizes e otimistas recebem mais bonificações por performance dos membros do conselho e lideram empresas com maiores retornos em investimento

a. Pritzker, M. A. (2002). The relationship among CEO dispositional attributes, transformational leadership behaviors and performance effectiveness (Doctoral dissertation, ProQuest Information & Learning).

9. Pessoas felizes participam mais de trabalhos voluntários

a. Krueger, R. F., Hicks, B. M., & McGue, M. (2001). Altruism and antisocial behavior: Independent tendencies, unique personality correlates, distinct etiologies. Psychological Science, 12(5), 397-402.

b. Thoits, P. A., & Hewitt, L. N. (2001). Volunteer work and well-being. Journal of health and social behavior, 115-131.

10. Pessoas felizes julgam os outros mais positivamente

a. Baron , R. A. (1987). Interviewer's moods and reactions to job applicants: The influence of affective states on applied social judgments. Journal of Applied Social Psychology, 17, 911-926. and

b. Baron , R. A. (1993). Interviewers' moods and evaluations of job applicants: The role of applicant qualifications. Journal of Applied Social Psychology, 23, 253-271.

c. Griffitt , W. B. (1970). Environmental effects of interpersonal affective behavior: Ambient effective temperature and attraction. Journal of Personality and Social Psychology, 15, 240-244.

11. Pessoas com bom humor doam mais sangue

a. O'Malley , M. N. Andrews , L. (1983). The effect of mood and incentives on helping: Are there some things money can't buy? Motivation and Emotion, 7, 179-189.

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