3 DICAS DE FAMÍLIA PARA AVALIAR SEU MODELO DE NEGÓCIO
Alguma vez você já teve uma ideia de negócio que julgou ser sensacional. Todo mundo teve. Alguns deixaram a ideia de lado por não ter um espírito empreendedor. Outros tentaram e foram bem sucedidos. Ainda um outro grupo de pessoas pode ter tentado e não ter se sucedido tão bem. Este artigo é voltado para os membros do segundo e terceiro grupo. Aqueles que tentaram.
Muitas vezes, com a ideia na cabeça, tentando imaginar um modelo de negócio sustentável, não temos autocrítica suficiente para avaliar o negócio e acabamos nos apaixonando pela ideia. E como num relacionamento amoroso, chega a hora de apresentar nossa paixão para nossa família. É chegado o momento então de conversar com a sua família sobre a sua ideia, sobre o seu modelo de negócio. CUIDADO!
Antes que você faça isso, apresento aqui 3 dicas para utilizar melhor a avaliação do seu modelo de negócio pela sua família. Preste atenção, pois valem para qualquer negócio, da barraca de limonada até viagem ao planeta Marte. Elas são divididas em 3 gerações: a análise da sua avó, o cuidado com a sua mãe e o desafio a um filho.
Bem, se você tem uma ideia de um negócio e deseja empreender, seguem as 3 dicas que podem ajudar.
A análise da avó (1a geração)
Vó é a coisa mais fofa do mundo. E pode te ajudar muito. Não se trata de dinheiro. É apenas uma análise sincera, que nenhum mentor ou consultor consegue fazer tão bem.
Faça o seguinte: Explique o seu modelo de negócio para sua avó. Se ela entender, ele está bom. Por que? Porque qualquer negócio tem que ser simples o suficiente para ser entendido por qualquer cliente. Não tem problema se a sua avó não faz parte do target. O que interessa é que ela entenda. Se ela entender, seu cliente vai entender. Seu mercado é B2B? Também não tem problema. Mesmo nas empresas as pessoas envolvidas na compra de produtos e serviços não querem nada complicado. Elas querem ter seu problema resolvido. Só isso. Ela não entendeu? A culpa não é dela. A culpa é sua, que deve estar complicando muito no seu modelo de negócio ou no seu pitch (na sua apresentação do negócio). E se complicou demais, seu cliente – que é quem interessa – também não vai entender. Simplifique! As pessoas querem coisas fáceis de entender e usar. Ninguém está a fim de discutir um tratado com você para entender que a vida dele precisa da sua solução. Provavelmente ele não tem o problema que você quer ajudar a resolver.
Dica 1: Pergunte “Vó, você viu o que essa empresa faz? Olha que legal!” Espere a reação e observe. A partir dos insights continue ou faça as modificações que achar melhor.
O cuidado com a mãe (2a geração)
ATENÇÃO: Tudo que vale para a avó não vale para a mãe!!! Nunca pergunte para sua mãe o que ela acha do seu modelo de negócio! Mães não são razoáveis. Mães não existem para ser razoáveis. Se mães fossem razoáveis elas não seriam mães. Mães são essencialmente emocionais. E sendo emocionais elas vão se concentrar em 2 polos extremos de uma mesma escala. De um lado teremos as mães que acham que o seu filhinho é o ser mais cuti-cuti e inteligente da face da Terra; o gênio incompreendido pelo mercado; O empreendedor do século XXI que vai acabar com a fome no mundo, os conflitos do Oriente Médio e de quebra inverter o aquecimento global. Já na outra ponta desta escala temos as mães que acham que te detonando a autoestima vão fazer você entender o que está errado. Elas leram aquilo sobre as borboletas, que tem que fazer um esforço muito grande para sair do casulo para desenvolver as asas, e acham que você precisa sofrer para ser alguém na vida. Então elas te desafiam com uma crítica aterradora. Pois então, nem a mãe coruja nem a mãe coturno são boas conselheiras. Elas estão falando com as emoções que envolvem as mães com as suas crias e isso é um empecilho para uma análise correta de um modelo de negócio. Portanto, como são extremos emocionais, não se preocupe: nenhuma delas está sendo razoável com você.
Dica 2: Nunca pergunte para a sua mãe o que ela acha do seu modelo de negócio.
O desafio ao filho (3a geração)
Agora peço a sua atenção, pois com esta analogia, posso ser mal interpretado. Não estou recomendando que isso seja feito com pessoas, mas como as ideias, que são também como nossos filhos, porém imateriais.
O que você faria se seu filho fosse ameaçado por um perigo externo? Claro, você o protegeria com a sua vida. Somos capazes de qualquer loucura para defender nossos filhos de pessoas que queiram fazer qualquer mal a eles. Porém, como nossas ideias de negócio são como filhos imateriais que gestamos, idealizamos, fazemos o parto e admiramos, peço aqui sua atenção. Cuidado, pois neste caso, proteger a sua ideia como um filho, pode criar a falsa sensação que nada de mal vai acontecer ao seu negócio. Mais ou menos como o exemplo da mãe coruja da dica anterior. Proteger seu modelo de negócio demais, colocando a culpa das críticas nos clientes é não prepará-lo sua para a realidade do mercado.
Aqui tomo emprestada a figura da família espartana. Como Esparta era uma cidade-estado grega cuja vocação era guerrear, todos os seus esforços era voltado para ter um exército invencível. Os filhos de todos os casais eram do Estado e entregues ao exército. Durante o treinamento, toda criança antes da adolescência era deixada nas montanhas para que – sozinha – sobrevivesse a todas as ameaças do clima, do terreno e dos animais. Se a criança não sobrevivesse sozinha era porque não seria um bom soldado e foi economizado esforço em treinamento. Mas se sobrevivesse já seria um sinal que dali estava nascendo um bom soldado.
É isso que você tem que fazer com a sua ideia: Coloque-a em teste no mercado o quanto antes e deixe sua ideia “apanhar” tanto quanto seja necessário. Verifique o que tem que ser alterado no seu modelo de negócio para que ele sobreviva. Faça as alterações e teste novamente. Assim como no exemplo da criança espartana, se sua ideia não sobreviver ao mercado é sinal de que este não era um bom modelo de negócio. E ainda bem que o mercado a destruiu antes de você investir mais. Colha os frutos do aprendizado e tente novamente, talvez com outra ideia e/ou em um outro mercado.
Dica 3: Teste sua ideia no mercado o quanto antes. Se ela sobreviver, ótimo! Se não sobreviver, melhor!
Estas 3 dicas simples são uma ferramenta a mais para ajudar a desenvolver sua ideia ou modelo de negócio. Espero que possa te ajudar de alguma forma.