3 estilos de liderança para um time ágil

3 estilos de liderança para um time ágil

A liderança em times ágeis é um assunto extenso e profundo, principalmente porque uma cultura ágil exige uma abordagem de liderança, que costuma divergir do que vemos em locais de trabalho mais tradicionais.

De qualquer forma, falar de liderança é complexo porque devemos integrar fatores como estilo pessoal, comportamento, ambiente e estratégia, e cada um desses temas gera diversos desdobramentos.

Apesar de complexo, podemos trazer uma abordagem simplista de qual liderança é bem aceita em uma cultura ágil, para que assim você líder, possa ter nesse artigo um ponto de reflexão inicial se sua postura e estilo de liderança é mais ou menos aderente em um ambiente ágil.

Vou começar descrevendo um estilo de liderança que mais se afasta de um líder ágil, dessa forma se você se identifica com essa descrição vale a pena refletir qual seu objetivo pessoal como líder e o quanto de energia você quer desprender para alterar esse estilo.

O líder "tradicional"

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O que chamamos de um líder tradicional é frequentemente citado como líder comando-controle, ou seja, um líder que manda e seus liderados obedecem. A primeira pergunta que surge é, "porque esse estilo de liderança não é tão aderente à um ambiente ágil?" para entender isso, precisamos resgatar alguns valores e princípios da agilidade.

Em um ambiente ágil a independência, autonomia e criatividades são muito importantes, nós entendemos que os profissionais são especialistas em seus assuntos, e como especialistas devem ter autonomia em dizer como fazer melhor seu trabalho e assim gerar independência entre pessoas e equipes.

Essa autonomia e independência melhora muito a produtividade e junto com outros fatores incentivam a criatividade do profissional.

Quando temos nesse ambiente um líder comando-controle, estamos falando de um líder que preza pelo controle e pela segurança, ele necessita ter a situação sob controle e com isso garantir os resultados da empresa ou dos clientes. Porém, muitas vezes para satisfazer essa necessidade de controle, segurança e resultados, esse líder tende a retirar a liberdade dos colaboradores para manter o ambiente mais "estável" e talvez previsível.

É importante ressaltar que líderes com esse perfil não são "monstros". Existe uma intensão positiva muito honrosa por de trás dessas atitudes, e em geral esse líder não está agindo contra o time ou as pessoas, mas sim a favor dos resultados de uma forma controladora e impositiva.

Essas atitudes tendem a limitar o poder de atuação e experiência do profissional, indo contra o que valorizamos em um ambiente ágil.

Tendo visto por que o líder "tradicional", comando-controle não é aderente à um ambiente de agilidade, vamos conhecer 3 estilos que são muito bem aceitos:

1. Líder servidor

O líder servidor é um dos estilos mais abordados dentro de treinamentos ágeis, e de fato é um estilo muito bem vindo em um ambiente ágil, um estilo que, ao contrário do estilo comando-controle, estimula valores e princípios ágeis.

O líder servidor entende que seus profissionais são especialistas naquilo que fazem e por serem especialistas, ele não precisa estar ali para controlar ou demandar, mas sim para servir sua equipe, apoiando o time no que for demandado por eles e ser um membro de apoio e desenvolvimento.

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Esse líder está disponível a apoiar a equipe no que for necessário, ele identifica pontos de melhoria e apoia os profissionais a performarem no seu máximo, e essa atitude vindo de um ponto de liderança estimula a independência, o senso de dono (ownership) e auto responsabilidade do time.

2. Líder coach

O líder coach é um estilo pouco divulgado (pelo menos na minha vivência), e acredito que seja muito porque o coaching é um assunto polêmico no mercado. Esse estilo de liderança utiliza de práticas e habilidades essenciais para um coach, como por exemplo a escuta ativa, estruturada e capacidade de fazer perguntas par estimular a independência e criatividade dos times.

O líder coach entende que os profissionais têm um histórico junto deles, toda uma gama de conhecimentos e especialidades que trazem como bagagem e que esses fatores não devem ser ignorados no dia a dia.

Considerando isso, o líder coach utiliza dessas habilidades tradicionais do coaching para estimular e utilizar a história, experiência e especialidade dos membros da equipe a favor dos objetivos de negócio, influenciando o mínimo possível sua equipe, gerando assim criatividade, senso de dono (ownership) e independência dos membros.

3. Líder facilitador

O líder facilitador é um líder que entende que seus profissionais têm maior potencial do que ele mesmo utiliza, dessa forma, quando estimulados eles podem gerar resultados que até então não eram possíveis.

Esse líder facilita o time a se desenvolver, resolver conflitos e até mesmo atingir objetivos de diferentes maneiras, sem necessariamente guiá-los, mas sim estimando-os a observar novas maneiras ou novos caminhos a seguir.

Esse líder vai apoiar seus liderados a serem independentes e acaba ensinando uma postura de experimentação para eles, tornando-os cada vez mais independentes.

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Esses três estilos, nem de longe esgotam o assunto "liderança ágil", mas são um bom guia inicial para entender qual estilo mais se aproxima do seu.

E o grande segredo em uma liderança estratégica é entender os mais diversos estilos de liderança e navegar entre eles.

Atendendo assim as necessidades do negócio, respeitando o momento da equipe e também considerando o contexto em que o líder deve agir.

Felipe Mattar Brandão

Gestão e Governança de TI | Engenharia de Software | Arquitetura de Soluções | Desenvolvimento de Sistemas | PMO & Gestão de Projetos | Infraestrutura Cloud | IA | Dados & Analytics

4 a

Explicação fantástica e didática Leandro! Parabéns! Agora eu fiquei em dúvida se existe fases de transição em um estilo mais tradicional para um dos Ágeis, quando um time é novo, e muitos membros dos times não tem a experiência/conhecimento necessário, para ter a tão falada autonomia, ser auto gerenciado e colocar em prática as suas habilidades específicas de forma mais independente de um nível de micro gerenciamento por parte do líder, que aparentemente é mais experiente. Já teve exemplos disso ? Tem alguma dica para não colocar em risco os resultados, mas ao mesmo tempo conseguir evoluir o time para este nível de amadurecimento ? Mesclar membros mais experientes com menos experientes, fazendo atividades parecidas seria a saída ?

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