3 lições que aprendi vendo pessoas à minha volta adoecendo mentalmente
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3 lições que aprendi vendo pessoas à minha volta adoecendo mentalmente

Estima-se que 5% da população mundial sofra de depressão, e um estudo apontou que a proporção de pessoas padecendo desse mal aqui no Brasil seja de mais de 11%.

Mesmo que essa doença seja tão comum, é difícil lidar com ela. Há pessoas que já estão sofrendo há anos e ainda não têm nem noção de que estão doentes.

Familiares, além de colegas de trabalho e de escola, poderiam ser de ajuda, mas a maioria das pessoas não sabe nada sobre depressão. E quando acham que sabem alguma coisa, boa parte só conhece alguns conceitos errados.

Aprendi algumas lições observando essa dinâmica triste, e eu trouxe três delas para você.

A primeira pode parecer óbvia, e talvez até soe clichê dependendo da forma como é colocada, mas é uma lição fundamental.

1. Conhecer-se é uma das coisas mais importantes

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Um dos sintomas da depressão é a extrema falta de energia física e mental. Quando a pessoa está em um episódio depressivo e não se dá conta disso, ela vai perdendo a produtividade em suas atividades do dia a dia e se culpa cada vez mais.

Ela se compara com outras pessoas, se acha inútil e teme, por exemplo, perder o emprego, Também pensa que é um peso para a família, e com o tempo começa a pensar em como seria bom não existir.

Quando chegamos ao ponto de entender nossos próprios sentimentos, aprendemos a identificar se estamos com uma tristeza justificada e temporária ou um distúrbio que precisa de tratamento.

Para a maioria das pessoas, esse autoconhecimento só vem com a psicoterapia. O que aprendi é que seria bom que todo mundo pudesse fazer terapia com um psicólogo ou psicóloga, antes mesmo que um distúrbio se manifestasse.

2. Pensamento positivo nem sempre resolve

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“Pense positivo!”

“Tudo vai dar certo!”

“O universo vai criar o que você quer!”

Concordo que o pensamento positivo pode ajudar uma pessoa que não tem nenhum distúrbio fisiológico.

Mas vamos supor que esteja faltando serotonina aí no seu cérebro. Com isso, você não consegue mais sentir prazer nas coisas de que gostava.

Essa incapacidade de sentir prazer não tem nada a ver com querer. Ela é resultado de um desequilíbrio químico que não tem como controlar só com a força de vontade.

Quanto mais você fala para uma pessoa nessa situação pensar positivo, mais ela se sente culpada. Afinal, todo mundo consegue e ela não.

Veja o artigo em que falei sobre o perigo de alguns conselhos que os amigos dão.

Isso me ensinou que, antes de falar para uma pessoa que ela precisa ver as coisas de forma mais positiva, preciso procurar saber se o problema dela não depende de intervenção médica.

Se ela está com o humor deprimido há semanas ou meses, há chances de que esteja precisando ir ao psiquiatra. Depois que começar a tomar um antidepressivo, aí sim ela estará em melhores condições de ouvir um incentivo para olhar as coisas de forma mais positiva.

3. A autoajuda pode ser perigosa

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Há pessoas que estão com depressão e não se dão conta disso. Apesar disso, elas sentem que não estão bem, e por isso acabam buscando a autoajuda, muitas vezes por meio de livros.

Alguns desses livros são bons. A questão é que, se a pessoa está com um problema físico causando sua depressão, os conselhos da autoajuda são como um curativo que disfarça um problema grave temporariamente.

Por isso, quando uma pessoa sente que não está sendo produtiva e seus pensamentos são na maior parte negativos, é preciso entender primeiro se há chances de ela estar com um problema de saúde.

Talvez ela esteja precisando é de um tratamento médico, e a autoajuda apenas retardaria a verdadeira solução, afundando-a cada vez mais na depressão.

Me conta uma coisa: quando alguém próximo está com depressão, você consegue identificar isso? Na sua opinião, quais são os principais sinais e qual é a melhor maneira de ajudar?

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