3 erros que podem quebrar sua startup

3 erros que podem quebrar sua startup

Há alguns anos o boom de startups começava no mercado brasileiro e muito ainda se fala sobre como criar uma startup de sucesso. Muitos livros, artigos, textos, gurus, cada um tem sua fórmula para tirar uma ideia criativa do papel, criar uma estrutura ágil, um ambiente descolado e ganhar dinheiro - mas o que parece ser fácil, pode se tornar um verdadeiro bicho de 7 cabeças.

Todos olham para os grandes casos de sucesso e querem repetir suas práticas. Airbnb, Uber e 99 são alguns dos modelos que deram certo no mercado e seguem firme. No entanto, aqui a ideia é falar sobre o que NÃO fazer e, por incrível que pareça, são comportamentos repetidos por muitos jovens empreendedores que se arriscam no mundo dos negócios. Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de trabalhar direta e indiretamente com algumas startups e tirei valiosas lições disso, que vou compartilhar com vocês.

1º Parar de contar centavos

Muitas startups conseguem captar grandes investimentos logo no início da sua operação. Com isso, começa o deslumbre e você vê tanto dinheiro entrando que para de se preocupar com quanto está saindo, principalmente nos pequenos detalhes. Para exemplificar, já vi empresas gastarem mais de R$ 1.000,00 com aluguel de plantas para ornamentação do escritório. Por mais absurdo que pareça, é real.

 E assim, mil com aluguel de plantas, mais quinhentos para o happy hour de sexta-feira, que vamos criando custos desnecessários que podem fugir ao controle. Por mais que você consiga captar muito dinheiro nas rodadas de investimento - pausa para informação trivial - um dia ele vai acabar. Então é importante que você preste muita atenção no que esse dinheiro está sendo gasto e se está de fato contribuindo para o desenvolvimento do seu produto e o crescimento da empresa.

 Então, conte cada centavo! Saiba onde está investindo e priorize investir no que realmente gera valor para o seu negócio.

 2º Crescer rápido demais

 Crescer rápido é bom, mas crescer rápido demais pode ser um baita tiro no pé.

Após meses (ou anos) trabalhando duro, você começa ver os investimentos chegando, fazer networking com pessoas incríveis e atrair muitos olhares. Com o sucesso vem também a pressão de fazer mais, entregar mais e crescer. Então, aquele time que conquistou tudo que você tem até agora já não é mais suficiente e você começa a contratar. É tentador, você conhece centenas de profissionais incríveis, super capacitados e todos eles querem vir trabalhar na sua empresa ou seja - para inflar bem o ego - querem trabalhar para você!

 E assim você pula de uma estrutura enxuta de 15 funcionários para uma empresa de 60 funcionários. São diretores, gerentes, coordenadores, todos com altos salários, afinal eles adorariam trabalhar na sua empresa, mas você precisa fazer uma proposta maior que o salário atual de cada um. Aposto que você já ouviu a expressão “muito cacique para pouco índio” e é exatamente isso que muitas startups fazem, contratam muitos profissionais para “pensar” e poucos verdadeiramente com perfil “hands-on", fundamental para qualquer modelo ágil e estrutura enxuta.

A dica para você não cometer esse é erro é muito simples, olhe para dentro da empresa. Antes de começar a contratar, observe seus processos internos e fluxos de trabalho, o que pode ser melhorado? O que pode ser automatizado? O que pode ser simplificado ou otimizado?

Olhe para o seu seu time! Antes de contratar um novo diretor, que tal ver se algum membro do seu time não pode assumir essa função? Identifique e valorize os talentos individuais de cada um, veja se aquele funcionário que não está rendendo 100% está na posição adequada ou se tem algo bloqueando seu trabalho. Veja se as habilidades que algum membro do time de tecnologia possui, não podem ajudar a área de finanças que está deficitária, por exemplo. A ideia aqui não é explorar o seu time, mas trazê-lo para pensar e participar das soluções da empresa. Além de conseguir tirar o melhor de cada um, você ainda fomenta o conceito de propriedade, o famoso “espírito de dono”.

Por último, contrate com consciência. Você está contratando só porque você achou aquele cara que você conheceu no encontro de startups um gênio ou você realmente precisa dos serviços dele na sua empresa? Traga apenas profissionais essenciais para o desenvolvimento do seu negócio e com papéis muito bem definidos.

Outra coisa importante, avalie o custo daquele funcionário estrela a longo prazo. Assim, você pode projetar o investimento da contratação e avaliar onde vai precisar apertar o cinto.

3º Prometer o que você não pode entregar

Lendo esse título parece bem improvável que alguém faça isso, certo? Mas sim, acontece e não é raro.

Por mais que você ainda esteja em fase de pesquisa e desenvolvimento, não prometa ao seu cliente ou investidor um resultado que você não vai entregar. Se sua entrega ainda é uma hipótese, deixe isso claro ao seu cliente, a transparência é fundamental para sobrevivência a longo prazo.

A máxima “antes feito do que perfeito” funciona muito bem no ambiente dinâmico e volátil do mercado atual, mas exige que a comunicação seja clara e que exista um forte gerenciamento de expectativas. Então, antes de fechar qualquer contrato, tenha em mente a capacidade de entrega do seu time, os limites e possibilidades do seu produto.

Uma entrega frustrada para o cliente afeta a credibilidade da empresa, o que é péssimo principalmente para quem está começando. Por isso, é importante entender qual valor que você pode entregar ao seu cliente e até onde vai sua capacidade de entrega. Ou seja, assuma riscos calculados, planeje a entrega (custos, faturamento etc) e preveja o máximo de problemas futuros.

Para concluir, uma dica simples que pode evitar todos esses problemas é focar em desenvolver seu modelo de negócio, que deve ser claro, objetivo e viável. Outra dica é manter sua equipe enxuta e multidisciplinar, com profissionais especialistas em diferentes áreas que se complementam.


-Colaborou Isabella Saraiva

César Augusto Canteiro Junior

SEO Specialist & Tech Lead | Web Analytics | CRO | Front-end Developer

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Muito bom Dani... Colocaria mais um ponto: Contratar pessoas erradas e não saber gerir o capital intelectual! =)

Mário Mello, CEA, CFP®

Te ajudo a realizar seus sonhos por meio da Assessoria Financeira

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Bem colocado Daniel, gostei do artigo

Mariana Bispo

Coordenadora de Comunicação | Especialista de Comunicação Integrada | Comunicação Interna | Relações Públicas | Assessoria de Imprensa | Conteúdo |

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