4 passos para sair das dívidas definitivamente
Foto por Sharon McCutcheon | Unsplash

4 passos para sair das dívidas definitivamente

Se hoje você está endividado e com o nome “sujo”, expressão que usamos para falar sobre as pessoas que estão com o seu CPF registrado nos órgãos de proteção ao crédito (SPC, Serasa e outros), saiba que essa situação tem solução e você não está sozinho.

Segundo levantamento da Serasa Experian, no Brasil em 2019 havia um total de mais de 63,4 milhões de pessoas endividadas, o que representa 40,6% das pessoas que trabalham e tem renda, ou seja, a cada 10 pessoas pelo menos 4 estão sem pagar seus compromissos.

A mesma pesquisa revelou que a inadimplência está concentrada nas pessoas de faixa etária entre 36 e 40 anos e não é difícil de entender o porquê isso acontece.

O fato é que quando somos jovens a nossa preocupação com o futuro é menor, geralmente consumimos todo o nosso salário e a medida que o salário aumenta, os gastos acompanham o aumento na mesma proporção, isso quando não gastamos além do que podemos pagar.

Falo por experiência própria, por ter vivido essa situação na pele e já passei pela fase de gastar todo o salário até chegar ao ponto de ficar endividado sem conseguir pagar os compromissos que assumi e posso garantir que essa não é uma boa experiência.

O que aprendi com isso e aprendo ao longo dos últimos anos que passei de devedor a investidor é que nós somos seres de hábitos.

São os hábitos que nos tornam pessoas saudáveis ou com maior probabilidade de ficar doentes, tanto no aspecto físico quanto no aspecto financeiro.

Apenas identificando esses hábitos é que conseguiremos mudar a nossa situação de endividado, com um estilo de vida insustentável para alguém que consegue pagar os seus compromissos e não ter tantas preocupações.

Só mais alguns dados para você entender a importância de estar com os compromissos em ordem. 

Um estudo do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 8 em cada 10 pessoas se sentiram mal após saberem que estavam endividadas. 

Sentimento de ansiedade foi citado pela maioria dos entrevistados (63,5%), além de estresse e irritação (58,3%), tristeza e desânimo (56,2%), angústia (55,3%) e vergonha (54,2%).

Desse total, 28,2% das pessoas reconhecem que por não conseguirem pagar suas contas passaram a descontar a ansiedade em algum tipo de vício, como álcool, cigarro ou comida.

Com isso você percebe como as dívidas afetam a nossa vida pessoal, social e profissional.

E como podemos eliminar as dívidas e caminhar para uma vida mais plena? Siga as dicas abaixo.


Reconheça a sua atual situação

É importante levantarmos a mão e reconhecermos a nossa atual situação. Nós só conseguimos mudar aquilo que temos clareza. Recomendo que você reflita sobre como está o seu atual momento de vida.

Há três situações em que você pode se encaixar:

Primeiro, o teu salário dura o mês todo e você consegue poupar mensalmente.

A segunda situação é você ficar no zero a zero, ou seja, não sobra dinheiro, mas você não tem dívidas.

A terceira é quando você gasta todo o seu salário e ainda se endivida para terminar o mês. Nessa situação você pode incluir o fato de já ter outras dívidas que não consegue pagar, pois está lutando para terminar o mês ou estar em um ciclo interminável de só pagar contas.

Inclusive se você estiver conseguindo pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito, pode ficar em alerta.


Saiba para quem você está devendo

Agora que você reconhece a sua atual situação, é importante identificar quais são os seus gastos, as suas receitas e as suas dívidas.

Em um primeiro momento, sente e comece a anotar o que lhe vier à cabeça. Pode começar pelo seu salário mensal que é uma receita e costumamos lembrar melhor e depois vá recordando as despesas, comece por aquelas maiores, pois sempre lembramos com mais facilidade e anote o que neste momento você se lembrar.

Inclua gastos como aluguel, água, luz, internet, da forma que achar melhor anotar, seja em um papel ou uma planilha, lembre-se que tem que ser algo fácil para você fazer.

Para as dívidas é importante saber o valor devido, as taxas de juros cobradas e para quem está devendo.

O Serasa e a Boa Vista disponibilizam a consulta gratuita por meio do CPF para você saber quem incluiu o seu nome no registro de negativados que eles mantêm. Essas informações vão te ajudar a negociar da melhor forma.

No Serasa Consumidor você consegue consultar gratuitamente quem registrou o seu nome como devedor e até consegue ver se há alguma proposta de renegociação. Há também a possibilidade de consultar a sua pontuação no score, os motivos que fizeram sua nota aumentar ou cair e outros serviços que o Serasa oferece.

Já o site Consumidor Positivo é mantido pela Boa Vista e possui as mesmas funcionalidades da Serasa. Aqui o interessante são os conteúdos gratuitos de educação financeira.

Não se esqueça de incluir nessa lista aquelas pessoas que te emprestaram um dinheiro quando você estava apertado, mesmo que elas não te cobrem juros, saiba que é importante ter um bom relacionamento e manter as “portas abertas”.

 

Colocando a vida nos trilhos

A única maneira de colocarmos a vida nos trilhos é diminuindo as nossas despesas e aumentando as nossas receitas.

Dado que sabemos quanto ganhamos e quais são os nossos gastos, fica mais fácil identificar para onde está indo o nosso dinheiro e quais despesas podem ser eliminadas ou diminuídas.

Inicialmente aumentar a renda é algo mais difícil, então o ideal é usar bem o dinheiro que se ganha e procurar por uma segunda fonte de renda, caso o seu orçamento esteja muito apertado.

Se você conseguir de início diminuir as suas despesas já está em um bom caminho.


Renegociando suas dívidas

Com todas as informações de quem você está devendo, eliminar as dívidas será o primeiro passo para ter uma vida melhor. Como exposto acima, quando estamos endividados nada na nossa vida vai bem.

Um ponto importante na renegociação de dívidas é você tentar pagar o valor a vista, para que você consiga negociar algum desconto. E caso tenha que parcelar opte sempre pelo valor que cabe no seu bolso, incluindo essa parcela como uma despesa mensal.

Também tente procurar por linhas de crédito mais baratas, por exemplo, se você estiver devendo no cartão de crédito, tente ver com o banco ou a financeira do cartão, se há outra linha de crédito mais barata, para você diminuir os juros e conseguir pagar.

Há também a possibilidade de portabilidade da dívida, caso você não veja muita vantagem na proposta oferecida por quem você está devendo.

No meu caso, depois que identifiquei quem eu estava devendo, usei parte do meu salário mensal e busquei uma segunda fonte de renda, assim consegui pagar a vista e obtive melhores condições de renegociação.

Lembre-se que o endividamento é uma situação momentânea na vida de qualquer pessoa. Não tenha vergonha da sua situação, quanto mais você achar que está errado, pouco agirá para mudar essa situação. Eu já passei por essa situação e segui todo esse passo a passo.

Conte com a minha ajuda caso precise de uma orientação mais personalizada e outras dicas. Compartilhe esse conteúdo com pessoas que você acredita que se beneficiarão.

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