5 Dicas práticas para perder o medo na hora de escrever
A folha em branco e o vazio das ideias criam em nós um medo monstruoso na hora de escrever. Mas o que fazer para superar este medo, uma vez que queremos ser escritores?
Ser escritor sugere-se que sejamos o melhor amigo das palavras e que não tenhamos dificuldade alguma na hora de escrever qualquer coisa que seja, porém, bem sabemos que não é assim que funcionam as coisas.
Quantas vezes eu já não passei dias ou mesmo semanas, sem conseguir escrever uma única palavra que fosse por medo de escrever algo que não fosse relevante?
Ou algo que não fosse bom o bastante?
Ou algo que ninguém iria gostar de ler?
Com o tempo eu tive que criar estratégias para trabalhar esse medo na hora da escrita e enfrentar de uma vez por todas a tão temida folha em branco sem que isso fosse realmente um problema.
1. OLHAR PELA JANELA
Sempre quando estou com medo de escrever alguma coisa e a folha em branco esta pulsando em minha frente, implorando para que eu rabisque alguma coisa, eu simplesmente as guardo em algum canto escuro dentro da gaveta ou se estou usando o computador para escrever, eu abaixo a tela do computador e me sento próximo a janela e fico observando o modo como a vida funciona.
Olhar através de alguma coisa, nos traz perspectivas diferentes e nos leva a criar coisas em nossas mentes que geralmente não estamos acostumados a criar.
Então, tente esquecer por alguns minutos ou horas se preciso for, que você precisa escrever alguma coisa.
Não importa se você tem um prazo para cumprir ou se alguém muito importante esta esperando um texto seu, apenas sente-se próximo à janela, inspire bem fundo e observe de forma despreocupada como as pessoas passam pra lá e pra cá, como os carros vem e vão, como o sol ilumina certos pontos e outros não, como o vento passa balançando as árvores.
Apenas observe a tudo calado e tente não pensar em absolutamente nada, enquanto estiver fazendo este exercício.
2. DAR UMA VOLTA PELAS RUAS
Agora que você tirou um tempo para observar em silêncio, tente novamente encarar a folha em branco e veja se os seus sentimentos com relação aquele espaço vazio estão diferentes.
Geralmente, depois de algum tempo em silêncio observando a humanidade através da janela, sempre voltamos a nossa realidade nos sentindo diferente.
Se você se sentir confortável e as ideias começarem a fluir em sua mente, não desperdice tempo e rasure alguma coisa, mas se não esqueça...
Jamais se preocupe em saber se aquilo que você está tentando escrever está certo ou errado, até mesmo se vai ficar bonito, ou ainda se sairá algo horroroso e doloroso de se ler.
Apenas deixe com que a descarga das palavras em seu cérebro seja acionada e despeje tudo na folha em branco, sem se importar se o seu tudo é apenas uma palavra, uma única frase ou um texto de mais de 1000 palavras.
Agora, se depois desse tempo que você se deu observando, mesmo assim nada deu certo...
Saia pelas ruas para dar uma volta. E de preferência, caminhe por caminhos que você nunca tenha passado antes.
E não esqueça...
Aonde quer que você vá, apenas caminhe em silêncio e observe.
3. LER POESIA
Poesia é algo que me destrói, ao mesmo tempo em que me remonta novamente. Sempre que eu me pego lendo poesias de escritores conceituados, eu me flagelo por não ser boa o bastante e não conseguir superar o medo que eu tenho de não conseguir escrever.
Entretanto, ler poesia faz com que a inspiração e a coragem que sempre me faltam se unam e criem forças para trazer à tona minha criatividade.
Quando o exercício 1 e 2 não funcionam: eu vou até meu livreiro e pego um livro de poesias para ler, abro sempre em alguma página aleatória e tento pensar no sentimento que o autor empregou naquelas linhas, tento imaginar o cenário daquela época e o mais importante, tento absorver naquelas palavras o meu próprio medo e fingir que eu não sou alguém que também escreve.
Naquele exato momento, eu sou apenas alguém que gosta de ler e mais nada.
4. ESCREVER, APAGAR, REESCREVER
Depois de passar pelos três passos acima, com certeza seu medo se tornou menor do que era antes.
Então aproveita que a sua tormenta não te fere tanto, e sente-se para escrever alguma coisa!
Uma boa maneira de começar algo é de forma despretensiosa e sem expectativa alguma.
Então não importa o assunto que você tenha que escrever, experimente escrever sobre as coisas que você observou da janela ou de alguma cena que você viu andando pelas ruas, ou até mesmo, comece copiando algum trecho de umas das poesias que você leu.
Depois de escrevê-la, modifique com suas próprias palavras e experiências.
Veja bem, copiar para modificar é diferente de copiar e continuar a escrever.
Não seja um usurpador de ideias e sim um apanhador de inspirações.
Escreveu? Então apaga tudo e tente reescrever a mesma coisa, só que de um modo diferente.
Apenas reescreva como se não houvesse um amanhã.
5. DEIXAR A FOLHA EM BRANCO
Pois bem, os exercícios anteriores surgiram algum efeito e agora você sente que o medo que estava sentindo anteriormente, diminuiu drasticamente e agora você se sente mais confortável e confiante consigo mesmo?
Ótimo, mas isso ainda não é o bastante!
Nenhuma ferida ou nenhum trauma se curam em questão de horas e com o processo da escrita não é diferente.
Por mais que você tenha conseguido burlar a folha em branco, mesmo assim, você ainda não está preparado para escrever como se isso nunca tivesse sido um empecilho na sua vida.
Deixe com que o medo da folha em branco e o receio de escrever algo terrível te consuma. Não brigue consigo mesmo só porque você não escreve nada há dias.
Tudo bem sentir medo e se frustrar por ser um escritor que não consegue produzir. Eu garanto que se você deixar se guiar pelos seus medos ao invés de superá-los do dia para noite, você irá voltar a escrever com muito mais facilidade e numa quantidade dez vezes maior.
Aliás, não existe amizade no mundo mais sincera do que a folha em branco diante de um escritor.
E você, que truques você usa para vencer o medo da folha em branco na hora de escrever?
Comenta aqui nos comentários os seus medos e como você fez para superá-los, talvez o seus receios também sejam os mesmo de outros escritores.