5% EM DOLÁR OU 10% EM REAL?
Com os juros elevados nos EUA ainda temos oportunidades?
Na última semana abordei algumas observações quanto ao sentido ou não de investir na economia americana e se devemos ou não esperar pela melhor cotação da moeda.
Outro aspecto que alguns clientes trazem: Mas investir em quais ativos?
Entendo que para nós brasileiros o investimento em moeda externa é um tabu que vem sendo quebrado, por tal motivo conhecendo a volatilidade do dólar proponho (em alguns casos) para iniciarmos os primeiros passos em algo mais "previsível”, a RENDA FIXA. Falaremos de renda variável, em um segundo momento.
Ouço sempre: Não é melhor investirmos em ações (stocks)?
SIM, ações tendem a entregar maiores retornos, mas como dito, em um primeiro contato é importante começar em algo com menor volatilidade e gradativamente incluir outras classes, embora é certo que dependerá do perfil de cada investidor.
Em ˜5 anos atuando nesse mercado, percebo que ainda estamos nas “finanças pessoais”, logo existe uma necessidade de deixarmos mais simples o entendimento de conceitos de investimento. Esse é o meu papel como orientador financeiro, atuar como orientador conceitual e racional.
Nos últimos tempos, estamos em um cenário de aumento das taxas de juros no mundo e Estados Unidos, algo que merece nossa atenção haja vista que outrora possuíam juros negativos ou igual a zero. Muito influenciado pelo pós pandemia, onde os bancos centrais injetaram um forte capital visando o não colapsar das economias, porém maior o fluxo de dinheiro elevasse a inflação e uma das medias ao qual os bancos centrais possuem é a elevação da taxa de juros.
Nos EUA a taxa de juros atuais encontra-se em um dos maiores nível dos últimos anos. Crise ou Oportunidade?
Com taxas nesses patamares observamos reflexos significativos nos mercados financeiros globais, especialmente em economias emergentes como o Brasil. Quando o Fed aumenta as taxas de juros, os investidores institucionais tendem a mover seus recursos para os EUA em busca de RETORNOS MAIS ATRATIVOS E SEGURANÇA.
Nota-se que a taxa de juros americana (5,25% a 5,50%), conhecida como a "Selic dos EUA" (linha verde clara) subiu expressivamente vs nossa taxa Selic (linha verde escuro), hoje em 10,75% - com expectativas de novos cortes. O prêmio pelo investimento no risco Brasil ficou muito próximo de investir na economia mais sólida do planeta e na moeda mais forte (linha cinza), logo não precisamos ser gênios para entender para onde o dinheiro do mundo irá.
Como emergentes necessitamos de capital estrangeiro, porém essa diferença dos juros aliado a algumas "trapalhadas” dos nossos governantes provoca uma fuga de capital. Isso que ainda nem falamos do teto de gastos que limitar o crescimento das despesas públicas.
Os juros brasileiros estavam em 13,75% e seguem em queda, porém o mercado sinaliza que talvez a intensidade de cortes possam ser reduzidas, afinal quando mais próximo o prêmio de risco entres nós e eles, isso tende a enfraquecer a entrada de recursos e devemos nos manter atrativos. É certo que um dos pilares que balizam o corte de juros é o controle da inflação, mas essa proximidade entre as taxas poderá influenciar.
O gráfico abaixo reflete à expectativa do mercado para a decisão do COPOM.
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O gráfico abaixo demonstra a probabilidade do FED mudar a taxa básica de juros nas próximas reuniões do FOMC, notamos que 97,3% do mercado acredita na manutenção.
Teremos novas reuniões e o mercado alterou sua projeção de cortes, acreditava-se que teríamos 7 cortes em 2024, porém com novos dados econômicos e aumento dos conflitos externos possivelmente ficaremos em 1 ou 2 cortes, com a expectativa para o primeiro na reunião de setembro.
O que gostaria de deixar como resumo é:
Lembre-se que investir é uma decisão importante e deve ser baseada em análises cuidadosas e cada escolha tem suas próprias implicações e riscos. Podemos agendar uma reunião para orientações personalizadas com base no seu perfil de investidor(a) e objetivos específicos.
O que acha?