5 razões pelas quais 2017 será o ano de M&A na indústria de transporte de carga no Brasil

5 razões pelas quais 2017 será o ano de M&A na indústria de transporte de carga no Brasil

Em um recente artigo fiz referência ao impacto da crise econômica e política que o país atravessa sobre o mercado de transporte de cargas rodoviário. A indústria tem sofrido muito pela queda na quantidade de cargas e aumento nos juros, o que impossibilita a operação de empresas que, naturalmente, já possui custos fixos altos, por causa dos armazéns e caminhões, e que precisam de capital de giro para operar. Entretanto, o país está mostrando sinais de recuperação e os grandes grupos de investimentos anunciando sua forte expectativa na queda dos juros no próximo ano. Esta recuperação econômica junto com alguns pontos, fazem de 2017 um ano em que poderemos ver muitas aquisições no ramo de transportes.

Oportunidade de consolidação a baixo custo: Como resultado da crise muitas empresas têm declarado falência, em sua maioria de pequeno e médio porte, isso é uma oportunidade que está ajudando na consolidação mais forte de outras transportadoras que, atualmente, possuem uma posição privilegiada economicamente, assim, quando o Brasil se recuperar, estarão em um momento de pronta evolução. Levando em conta que Brasil é uma das maiores economias do mundo, movimentada principalmente pelo transporte de cargas rodoviário, existe uma oportunidade única para empresas fortes do setor na compra outras companhias debilitadas pela crise.

2. Queda no valor do real: A forte queda no valor do real nos últimos anos tem criado uma oportunidade para empresas estrangeiras procurando se inserir no Brasil. Para entrar no setor é necessário um investimento de capital relativamente baixo, mas dada as complexidades do Brasil as grandes empresas estrangeiras preferem entrar no pais via operações de M&A, comprando companhias em recuperação financeira ou que estão precisando de financiamento. 

3. Novas oportunidade de compra parcial:  Muitas empresas durante a crise não conseguem acesso ao crédito bancário para financiar as necessidades de capital de giro e estão dispostas a vender porcentagens da participação na companhia a um preço baixo com objetivo de captar capital para financiar as operações até o mercado se recuperar. Esta tipo de transação é comum em transportadoras familiares e tradicionais do mercado tipicamente controlados 100% pelos fundadores.

4. Mercados internacionais já não são atrativos: Nos últimos anos os grupos de investimento e grandes corporações tem focado os investimentos de expansão na Ásia, EUA e Europa, o resultado disso é a saturação destes mercados, exemplo disso são a desaceleração da Índia e China, o que faz com que os grandes grupos econômicos se foquem na América Latina como a próxima grande oportunidade, e particularmente, o Brasil está sendo percebido como um gigante adormecido, pronto para acordar.

5. Novas tecnologias: Com a chegada de tecnologias como caminhões elétricos, caminhões autônomos (ou self driving trucks em inglês) e tecnologia mobile de fácil acesso, é evidente que a indústria de transporte de cargas passará por uma transformação significativa nos próximos 5 anos. Novos modelos de negócios como a CargoX e a Uber Freight (equivalente da CargoX na EUA) são baseados nessas novas tecnologias e tem crescido, captando milhões de reais em investimento Bancos de Investimento internacionais e podem ser utilizados para uma expansão agressiva via M&A comprando concorrentes e empresas de transporte com carteira de clientes. No Caso da CargoX a empresa tem anunciado recentemente que está explorando a possibilidade de expansão via aquisições de empresas de transportes e concorrentes do setor.


Maria Alice S. Franco

Customer Success Manager na MetaRH + Humana

8 a

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