5a. Acadêmica

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INTRODUÇÃO AO PRIVATE EQUITY e VENTURE CAPITAL

O investimento privado através de eventos de aquisição de participação societária tem sido tema recorrente no mercado financeiro. Ganha forte relevância no cenário econômico brasileiro na medida em que o país passa por fortes oscilações em seus ciclos econômicos. É a partir daí, que veículos de investimento como o Private Equity e Venture Capital ganham espaço e sua compreensão se torna imprescindível para quem quer operar o mercado de fusões e aquisições.

1.Os fundos de PRIVATE EQUITY têm sua ascendência no mercado financeiro norte americano na década 90 com forte presença de investidores institucionais e family offices que queriam aumentar sua exposição em mercados privados. Em sua essência, o PRIVATE EQUITY e o VENTURE CAPITAL são modalidades de investimentos em ativos empresariais ilíquidos. Objetivam a alocação de recursos em empresas fechadas, ou seja, que não têm ações negociadas em bolsa de valores. São estratégias patrimoniais que aumentam o escopo de ativos em que o investidor pode diversificar e alocar o seu capital e são destinadas para investidores qualificados. São investimentos, normalmente de longo prazo, que não são atingidos pelas oscilações do mercado de curto prazo, típico das ações negociadas em bolsa de valores, daí sua grande atratividade pelo mercado privado de investimentos. Conforme o Relatório Global Private Equity Report 2022, da Bain & Company, o mercado de aquisições se superou em 2021, batendo novos recordes em valor de negócios e saídas:

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2. Tipicamente o fundo de PRIVATE EQUITY, por meio de gestores especializados e de uma tese de investimento de valor, adquire participação societária de empresas fechadas, consolidadas e com potencial de crescimento (neste veículo de investimento, temos uma forte presença das regras e normas de direito societário aplicado).  Ainda, com capacidade de influenciar na gestão da companhia investida, os investidores conseguem alocar capital, de quatro a cinco anos, em empresas fechadas com bom grau de governança corporativa. Isto, porque durante o período de participação societária o fundo implementa bons modelos de governança, gestão de processos gerenciais, aquisição e retenção de talentos. O modelo é tão bem-visto na América Latina na atualidade que “o relatório “Global Private Equity Report”, da Bain & Company aponta que, apesar da desaceleração no início da pandemia, o setor retomou seu equilíbrio após o terceiro trimestre e fechou 2020 com crescimento de 8% em comparação aos níveis do ano anterior.”

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3. O modelo de alocação de ativos em PRIVATE EQUITY permite uma diversidade de estratégias de investimento, cada qual com suas características, expertises e know-how, sendo as mais comuns o Venture Capital; Private Public Equity Investment; Special Situations; e Fundos de Fundos. Dentre estas estratégias a mais utilizada na atualidade, sem sombra de dúvidas, é o VENTURE CAPITAL. Ao passo que o investimento clássico em PRIVATE EQUITY visa uma aquisição relevante de participação acionaria de empresas consolidadas com potencial de crescimento, o investimento em VENTURE CAPITAL mira na aquisição de uma participação minoritária de empresas em estágio inicial com altíssimo potencial de crescimento rápido. O foco do investidor em VENTURE CAPITAL é identificar e selecionar empreendedores com potencial de retorno fora da curva. Os principais setores-alvos do investidor em VENTURE CAPITAL – (“VC”) (ou Corporate Venture Capital – “CVC”) são:

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4. Muito embora a prática já esteja consolidada e difundida no mercado, é bem verdade que o investimento em fundos de PRIVATE EQUITY e VENTURE CAPITAL não é destinado para qualquer tipo de investidor, haja vista a maior exposição ao risco em uma classe ilíquida de ativos. Por isso, são modalidades destinadas aos investidores qualificados e aos investidores profissionais, que possuem patrimônio financeiro igual ou superior a um milhão de reais,  conceito trazido pela instrução normativa CVM n. 554/2014 e Resolução CVM n. 30/2021. Pelo elevado grau de risco, investimentos desta natureza exigem do investidor uma avaliação criteriosa da participação exigindo muitas vezes a análise especializada de um Gestor. Assim, é muito comum que os investimentos em PRIVATE EQUITY e VENTURE CAPITAL ocorram de forma indireta pela intermediação de um General Partner que organiza os investimentos por meio da constituição de um Fundo de Investimentos em Participações (“FIP”). Na atualidade os FIP’s assumem grande relevância nesta modalidade de investimento no Brasil. Abaixo temos algumas informações sobre os FIP’s do Brasil:

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5. Em geral, vimos neste News conceitos básicos de aplicação dos fundos de PRIVATE EQUITY e VENTURE CAPITAL. Foi possível observar a relevância global destes veículos de investimento em ativos ilíquidos, focados na aquisição de participação societária em empresas fechadas. Fato é que, os investimentos em PRIVATE EQUITY permitem uma diversificação interessante na alocação de recursos em busca da maximização de retornos financeiros privados. Estas modalidades, quando operadas por General Partners, visam altos retornos financeiros, investindo em empresas fechadas com bom potencial crescimento e ineficiências de gestão para serem exploradas e administradas. Superadas estas definições preliminares, importa referir que a concretização das oportunidades geradas por estes veículos de investimento exige uma visão de longo prazo, profunda expertise em negócios e uma detalhada due diligence para se averiguar as melhores estratégias de ingresso nas companhias investidas, pontos estes que vamos explorar na próxima edição da News. 

Adriano Cristian Gewehr

Controller & FP&A Manager | Ph.D. in Economics

2 a

Muito bom!!!

Guilherme Menetrier

Analista de Crédito no Banco Moneo

2 a

Sensacional o texto, professor! Sempre bom trazer um pouco de luz para esse tema!

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