6 UMA VIDA DISCIPLINADA
DISCIPLINA SELECIONADA FUNCIONA SEM DIFICULDADES
O nadador olímpico Michael Phelps é praticamente um estudo de caso da disciplina selecionada. Quando foi diagnosticado com TDAH, enquanto criança, a professora do jardim disse à mãe dele: “Michael não fica parado. Michael não fica quieto... Não tem talento. Seu filho nunca será capaz de focar em nada”. Bob Bowman, técnico do rapaz desde seus onze anos, comenta que Michael passava bastante tempo fora da piscina, ao lado do estande do salva-vidas, por comportamento inadequado. Esse mesmo comportamento pipocou também na vida adulta dele vez por outra.
No entanto, Phelps quebrou dúzias de recordes mundiais. Em 2004, ganhou 6 medalhas de ouro e 2 de bronze em Atenas, e, depois, em 2008, bateu o recorde, ganhando 8 em Pequim, ultrapassando o lendário Mark Spitz. Suas 18 medalhas fixaram um recorde para todo atleta olímpico, de qualquer modalidade. Antes de pendurar os óculos de piscina, aposentando-se, suas vitórias nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, elevaram sua contagem total de medalhas para 22, rendendo-lhe o status de atleta mais condecorado de todos os esportes, de todos os tempos. Falando em Phelps, um repórter disse: “Se ele fosse um país, sozinho já estaria em 12º lugar no quadro de medalhas”. Hoje em dia, a mãe comenta: “A habilidade de Michael em focar me impressiona”. Bowman chama essa habilidade de “seu mais forte atributo”. Com o isso foi acontecer? Como o menino que “nunca será capaz de focar em nada” alcançou tanto?
Phelps tornou-se um a pessoa com disciplina selecionada.
Dos catorze anos até as Olimpíadas de Pequim, Phelps treinou sete dias por semana, 365 dias por ano. Ele entendeu que, treinando aos domingos, ganharia a vantagem de 52 dias de treinamento a mais que os outros competidores. Passava até seis horas na piscina todo dia. “Canalizar a energia é um a das maiores habilidades dele”, diz Bowman. Sem querer simplificar demais, não é equívoco dizer que Phelps canalizou toda sua energia em um a disciplina que se desenvolveu até tornar-se hábito: nadar diariamente.
O resultado de desenvolver o hábito correto torna-se bastante óbvio: é o sucesso que se procura. O que muitas vezes passa despercebido, contudo, é um ganho secundário: isso simplifica a sua vida, que fica mais clara e menos complicada porque você sabe o que tem e o que não tem que fazer bem. O fato é que investir em disciplina focada no hábito certo lhe dá permissão para que seja menos disciplinado em outras áreas. Quando você faz a coisa certa, isso pode
liberá-lo de ter que monitorar tudo.
Michael Phelps encontrou seu ponto-chave na piscina. Com o tempo, encontrar a disciplina adequada para fazer disso um hábito acabou mudando a vida dele.
A Única Coisa – Gary Keller e Jay Papasan
Pág. 54 à 55