7 negócios que devem ter um risco extra no governo Lula
Atenção: fique tranquilo! Este é um texto completamente isento de viés político. Analisamos os riscos de cada setor observando apenas as propostas do governo e o possível impacto no setor. Não fizemos juízos de valor sobre se as diretrizes das novas políticas públicas propostas estão corretas ou não.
Por alto, o cenário macroeconômico atual é caracterizado por taxas de juros elevadas e inflação ainda preocupante, e deve continuar a ser influenciado pelas tendências internacionais, especialmente pelo ritmo econômico das principais economias mundiais (EUA, China e Europa), que enfrentam o aperto monetário para conter os preços e aguardam o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Além disso, o perfil predominantemente político do novo gabinete ministerial em Brasília está gerando desconfiança no mercado devido a temores de um retorno ao intervencionismo estatal que marcou os últimos anos dos mandatos anteriores (2003-10).
Alguns setores podem enfrentar riscos adicionais devido às propostas de governo de Lula:
1. Venda de refinarias
Venda de refinarias da Petrobras nos estados do Paraná (Repar), Rio Grande do Sul (Refap) e Pernambuco (Rnest). O governo atual deve negociar com o órgão antitruste a revisão de um acordo firmado em 2019 com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e abandonar o compromisso de privatizar oito plantas de refino e suas respectivas infraestruturas logísticas.
2. Novas áreas para mineração
Licenças de exploração de granito, quartzito e mármore, outorgadas durante o governo Bolsonaro, devem ser revisadas. Projetos de mineração em garimpos de ouro e estanho na Amazônia também podem ser suspensos. A Galvani Fertilizantes e a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) podem ter dificuldade em concretizar o Projeto Santa Quitéria, que visa explorar urânio no Ceará. A nova ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defende a mesma visão de ambientalistas preocupados com os riscos de contaminação da população pelo elemento químico.
3. Concessão do Porto de Santos
O plano de privatização do Porto de Santos, o maior do país, deve ser adiado. O novo governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, indica disposição de insistir com seu projeto, negociando com o presidente Lula, mas o mercado considera que, no máximo, o governo federal apoiaria a concessão de algumas áreas do porto para companhias de docas. Márcio França, ex-governador de São Paulo e conhecedor do setor portuário, foi empossado como ministro dos Portos e Aeroportos na segunda-feira (2).
4. Nova Eletrobras
A privatização da Eletrobras, prevista para 2022, provavelmente não será contestada, pois aumentaria a percepção de insegurança jurídica. No entanto, regras como a obrigação de contratação de energia de térmicas e PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) podem ser questionadas, segundo analistas. A esperada privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia) para 2023 corre o risco de não ser estimulada.
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5. Mercado imobiliário
Os juros elevados (13,75% ao ano) ainda impedem o aumento dos financiamentos imobiliários no país. O mercado descarta o início de corte da taxa Selic antes do segundo semestre de 2023. Isso significa que as construtoras que enfrentam dificuldades financeiras terão que adiar os lançamentos, sem gerar caixa. Em setembro de 2022, a Rossi Residencial (RSID3) entrou em recuperação judicial.
6. Crédito dos bancos públicos
Em 2022, a inadimplência elevada levou os principais bancos brasileiros a aumentar suas provisões para devedores duvidosos, o que pressionou sua rentabilidade. O setor financeiro prevê uma desaceleração no ritmo de concessão de crédito, com uma análise de risco mais rigorosa pelos bancos. A alta dos spreads dos empréstimos deve compensar um mercado de capitais sem dinamismo.
7. Exportações do agronegócio
As atividades agropecuárias devem enfrentar uma maior fiscalização por parte das autoridades federais, conforme prometido pelo novo governo. O controle sobre a lista de agrotóxicos também pode ser reforçado, assim como as ações de proteção a territórios de povos tradicionais, principalmente na Amazônia. Isso pode afetar a produtividade e o custo do setor.
Bônus: Diversificar fora do risco Brasil
Diversificar seus investimentos no exterior pode ser uma ótima maneira de reduzir sua exposição ao risco dos ativos do Brasil. Ao investir no exterior, você terá acesso a um mercado mais amplo, o que lhe dará a oportunidade de buscar um retorno maior com um risco diferente dos ativos do mercado brasileiro.
No entanto, é importante ter em mente que o investimento no exterior tem uma dinâmica muito diferente da do mercado brasileiro, além disso, é importante ter certeza de que você está seguindo as leis e regulamentos do país em que está investindo. Pensando nisso o banco de investimentos byebnk criou uma forma fácil de auxiliar os investidores brasileiros de acessar o mercado dos Estados Unidos.
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Em conclusão, o cenário macroeconômico atual é caracterizado por taxas de juros elevadas e inflação ainda preocupante, e deve continuar sendo influenciado pelas tendências internacionais, especialmente pelo ritmo econômico das principais economias mundiais. O perfil predominantemente político do novo gabinete ministerial em Brasília está gerando desconfiança no mercado devido a temores de um retorno ao intervencionismo estatal. Alguns setores, como a mineração e as atividades agropecuárias, podem enfrentar riscos adicionais devido às propostas de governo. O setor financeiro prevê uma desaceleração no ritmo de concessão de crédito, com uma análise de risco mais rigorosa pelos bancos. A privatização da Eletrobras e da Copel podem ser afetadas, enquanto o plano de privatização do Porto de Santos deve ser adiado. Conhecer e analisar esses pontos é importante para identificar possíveis oportunidades ou riscos adicionais no mercado e nos seus investimentos. É importante observar que esses riscos são avaliados apenas sob o ponto de vista das propostas do governo e de seu possível impacto nos setores mencionados, sem fazer juízos de valor sobre as diretrizes dessas políticas públicas.
Co-Founder @ STRIVE | Start-up Advisor & Investor | Board Member | co-founder @ C6 Bank | Ex-Amazon
2 aTexto bem didático e direto. Obrigado Bruno Capelão