Como as 7 tecnologias disruptivas do momento afetam (ou não) a Gestão do Desempenho Empresarial

Como as 7 tecnologias disruptivas do momento afetam (ou não) a Gestão do Desempenho Empresarial

Nem toda evolução tecnológica é disruptiva, somente aquelas que criam novos paradigmas e aposentam outros. Com menos euforia que no mundo pessoal, o ambiente corporativo tem dinâmica própria e as revoluções tecnológicas são sentidas em graus distintos em cada função empresarial.

Conceber, planejar e monitorar os resultados são disciplinas que estão no topo da pirâmide dos processos de negócios, e tratam de elementos delicados e preciosos relacionados com o ciclo de vida da estratégia organizacional. A adoção de novas tecnologias é sempre visto com parcimônia associado ao tradicional conservadorismo do ambiente financeiro, de onde em geral se originam grandes partes dos profissionais envolvidos.

Segue uma visão pragmática e desapaixonada das 7 principais tecnologias disruptivas, em graus de maturidades diferentes, e seus efeitos sobre os processos de gestão da estratégia:

1) Redes Sociais (Social Network)

Em 2011, em plena massificação das redes sociais, as empresas de tecnologia chegaram a divulgar que esta forma de interação seria predominante nos aplicativos corporativos. Tentem imaginar que você não seria mais usuário de módulos como contas a pagar e contatabilidade, mas participaria de comunidades dos mesmos temas, que ao invés de receber e-mails passaria a receber posts em uma cadência pré-elaborada por um fluxo de tarefas. As novas versões vieram e os formatos passaram a lembrar os aplicativos de celular, mas sem a sedutora forma de interação que caracteriza as redes sociais. Baixada a poeira, o que foi de fato absorvido foi a multiplicidade de medias que caracteriza as redes sociais, e não o seu formato. A rede social como plataforma de interação, não vingou como padrão nas funções de Gestão da Estratégia!

2) Mobilidade (Mobile)

A sedutora sensação de ter o poder nas mãos despertou interesse da Gestão de Desempenho, mas de fato se limitou a consumir indicadores e alertas, não chegando a ter papel protagonista em toda a cadeia de formação da estratégia e planejamento.

Alguns aspectos justificam este fato:

- O primeiro é falta de produtividade dos aparelhos móveis, contrapondo a tendência dos processos de planejamento financeiro, se tornarem cada vez mais operacionais e com um volume gigantesco de informação a ser processada.

- O segundo é a fragilidade dos sistemas operacionais que demoraram a oferecer uma plataforma segura para missões críticas e de grande processamento.

- Em terceiro lugar, vem o fato da implementação de tecnologia de ponta para o planejamento financeiro ter introduzido a noção de processo, que não era praticado quando do uso exclusivo de planilhas.

Para que o uso de mobilidade se intensifique no médio prazo (e acredito que assim será), os modelos de gestão da estratégia terão que se tornar mais intuitivos e baseados em eventos, onde o excesso de manipulação de muitos dados deixe de ser a tarefa principal.

3) Bigdata

Surgida como um conceito de abordagem para 3 dos V's mais desafiantes da tecnologia contemporânea, volume, variedade e velocidade, o Bigdata vem permeando as atividades corporativas de forma silenciosa e embutida em outras iniciativas tecnológicas. Os exemplos destas iniciativas que voltaram à tona são a análise preditiva (predective analysis) e inteligência artificial (AI artificial intelligence), que se tornaram viáveis agora com o novo estágio da tecnologia. O que tudo isso tem a ver com gestão da estratégia? Que patamar chegaria uma Empresa se pudesse submeter as ideias semielaboradas dos Empreendedores a TODAS as variáveis do mercado, que em conjunto diriam matematicamente a probabilidade de êxito? Se no momento de elaborarmos o orçamento empresarial já tivéssemos populadas as projeções de todos os indicadores dos principais institutos, tais como dissídio, câmbio, propensão de consumo, bolsa etc? Pois bem, se ainda não conseguimos enriquecer as soluções de Gestão da Estratégia com essas funcionalidades, é só uma questão de tempo. Preparem os seus modelos de tomada de decisão!

4) Processamento em Memória Real (In-memory)

A extraordinária rapidez com que se consegue hoje processar as informações em memória real, não só representara um marco disruptivo em tecnologia como inauguraram uma nova forma de criar os programas que movem os grandes e pequenos computadores. Substituir os discos rotacionais por memórias "flash", essa mesma do seu celular, equivale a trocar uma mesa cheia de gavetas improdutivas por uma enorme, ergonômica e funcional bancada de trabalho. Potencializar esse tipo de tecnologia requer também mudar a forma como se concebem os processos de negócio, é necessário criar componentes que possam ser reaproveitados, caso contrário, a bancada fica tão cheia que se torna improdutiva. Trazendo tudo isso para a realidade de planejamento, consideremos que hoje existem 2 folhas de pagamento, uma oficial para processar os funcionários atuais, e outra para calcular qual o gasto previsto com pessoal nos próximos 3 anos, projeção esta mantida em alguma planilha ou modelo de planejamento estruturado. Se os cálculo fossem todos componentizados, teríamos uma biblioteca de como se calcula cada informação da Empresa. Essa biblioteca poderia estar em memória real para ser reutilizada em qualquer processo que demande um cálculo. Essa forma de catalogar reduzirá a complexidade e o risco de erros. Enfim, não é tão simples, mas essa forma de processamento mudará com o tempo.

5) Processamento em Nuvem (Cloud Computing)

Se perguntássemos a qualquer especialista em 2010, qual seria o último processo de negócio a ir para a nuvem, os mais sensatos diriam que seria a Gestão do Desempenho Empresarial. No entanto, foi o primeiro! Alguns fatos justificam esta grata surpresa, a começar pela crescente necessidade das Empresa em sofisticarem a publicação de seus resultados para o mercado, entendendo que 50% das informações estratégicas (o realizado) são de domínio público. Como o uso de armazenamento externo vem ocorrendo há algum tempo nas Empresas, os CFO/CEO se deram conta de que os dados estratégicos sempre estiveram do lado de fora e, surpreendam-se, com um padrão de segurança maior do que o da própria Empresa! Não foi somente o baixo custo da nuvem e sua qualidade que seduziu as Empresas, mas o movimento irreversível de "IT self-service". Os profissionais de finanças entenderam que ter o poder de acesso à tecnologia representa um convite irrefutável para buscar da eficiência com redução de risco. A computação em nuvem é um fato que já traz benefícios tangíveis, porém, o melhor ainda está por vir. As grandes revoluções tecnológicas, como mencionado em Bigdata, e mais adiante em Blockchain, serão infinitamente mais acessível a quem estiver operando na nuvem. Pense bem, faz sentido!

6) Internet das coisas (IoT)

Essencialmente a internet das coisas trata da conexão entre máquinas, de forma sensorial para processos simples e até alguns mais complexos (M2M Machine-to-Machine). Mas também avança para a interação entre pessoas e máquinas, ou seja, está ganhando abrangência que tende a se tornar um padrão de tecnologia, potencializado com o avanço do aprendizado permanente (Machine Learning). As máquinas já podem aprender e algumas estão sendo preparadas para comprar! O que isso tem a ver com Gestão do Desempenho Empresarial? Vamos recordar que há dois distintos processos nesta disciplina que remete ao planejamento e monitoramento. Na era atual, não lhe incomoda ter as informações da avaliação dos negócios apenas no final do mês? A possibilidade da instantaneidade na coleta da informação será viabilizada pelos avanços em IoT. O que hoje passa no estreito e criterioso funil contábil, deve se diversificar, coletando as informações operacionais das fontes e sendo confirmando pela contabilidade posteriormente. Mais adiante, o IoT associado com técnicas de Bigdata e Análise Prescritiva deve impactar diretamente também nas projeções dos resultados empresarias. É de perder o fôlego, não é verdade?

7) Blocos Encadeados (Blockchain)

Os especialistas são categóricos em afirmar que trata-se da mais revolucionária tecnologia dos próximos anos, não somente por ser um nova abordagem tecnológica, mas por alterar profundamente todas as interações de negócio e relacionamento. O que se iniciou para suportar moedas virtuais, passou a ser entendido como o meio que viabilizará a distribuição de informações/transações de forma universal e segura. Envolve complexidades matemáticas, mas que pela abrangência, chega a surpreender pela singeleza e funcionamento. O exemplo bancário é o mais clássico, podemos considerar uma transação de transferência entre entidades como um bloco que estaria em vários lugares e conectados por um catálogo de encadeamento também descentralizado e duplicado, assim, teríamos uma "nuvem" de informações, criptografadas, sem a necessidade de uma entidade com o monopólio de centralização. Citando apenas mais uma transformação relacionada a este formato: Você já reparou que todas as Empresas e Governos possuem cadastros dos pagamentos e recebimentos futuros, resultante de suas operações comerciais? Portanto, teríamos no mínimo uma duplicação de todos esses cadastros a receber e a pagar. Que tal se cada operação comercial gerasse um bloco de informação encadeado a outros blocos correlatos, onde os envolvidos tivessem acesso livre à única verdade! É revolucionário e já com algumas aplicações em uso e, certamente, muitas outras no forno das principais Empresas de tecnologia.

Esta é o primeiro de uma série de artigos relacionado com Gestão do Desempenho Empresarial. Desde já agradeço o tempo dispensado, sempre atento as críticas e sugestões.

Danilo Martins

Gerente de contabilidade Savegnago Supermercados

7 a

Muito bom Luiz, bem elucidativo ! Abs

Angela Barreto

EDUCAÇÃO CORPORATIVA |TREINAMENTO DE TIMES E LIDERANÇA | T&D | CULTURA ORGANIZACIONAL | SEGURANÇA PSICOLÓGICA

7 a

Muito bom !@!

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